Um pensamento carmelita para cada dia da Quaresma 2023

Quarta-feira de cinzas: 22 de Fevereiro – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Tende cuidado em não praticar as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Aliás, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos Céus.” (Mt 6, 1).

23 de Fevereiro – Moisés disse ao povo: “O que hoje vos ordeno, é amar o Senhor teu Deus…” (Dt 30, 16a).

– De nós, o Senhor pede apenas duas coisas: amor a Deus e amor ao próximo. É aqui que devemos concentrar os nossos esforços. (Santa Teresa de Jesus).

24 de Fevereiro – O jejum que me agrada… Então a tua luz irromperá como a aurora. (Is 58, 6a.8a).

– Vou para a Luz, para a Vida, para o Amor! (Santa Isabel da Trindade).

25 de Fevereiro – Eu não vim chamar justos, mas pecadores, para que eles se convertam. (Lc 5, 32).

– Embora o caminho seja suave para os homens de boa vontade, aquele que caminha sozinho, caminhará pouco e com dificuldade se não tiver bom pé e coragem e se não persistir resolutamente em caminhar. (São João da Cruz).

 

 

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Quaresma

«É este o tempo favorável, é este o dia da salvação» (2 Cor 6, 2). Com esta frase, o apóstolo Paulo ajuda-nos a entrar no espírito do tempo quaresmal. De facto, a Quaresma é o tempo favorável para regressar ao essencial, despojar-nos daquilo que nos sobrecarrega, para nos reconciliarmos com Deus, para reacender o fogo do Espírito Santo que habita escondido por entre as cinzas da nossa frágil humanidade. Regressar ao essencial. É um tempo de graça para pôr em prática aquilo que o Senhor nos pediu no primeiro versículo da Palavra que ouvimos: «Convertei-vos a Mim de todo o coração» (Jl 2, 12). Regressar ao essencial, que é o Senhor.

É precisamente o rito das cinzas que nos introduz neste caminho de regresso, fazendo-nos dois convites: regressar à verdade de nós mesmos e regressar a Deus e aos irmãos.

Papa Francisco, Homilia de Quarta-feira de Cinzas, 22 de Fevereiro, 2023

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Santos Francisco Marto e Jacinta Marto – 20 de Fevereiro

Francisco Marto e sua irmã Jacinta Marto nasceram em Fátima: aquele no dia 11 de junho de 1908 e esta no dia 11 de março de 1910. Na sua humilde família aprenderam a conhecer e a louvar a Deus. Em 1916 viram três vezes um Anjo e, em 1917, seis vezes a Virgem Maria. Nestes encontros, as duas crianças deixaram-se atrair pelo imenso amor divino, vivendo o resto das suas breves vidas numa atitude de entrega total a Deus, em oração intensa, no desejo de contribuir, pela reparação, para a salvação da humanidade e para a paz no mundo. Francisco faleceu no dia 4 de abril de 1919 e Jacinta no dia 20 de fevereiro de 1920. Foram as duas primeiras crianças não mártires a serem canonizadas.

– “O que aqui vejo é a força da graça com que Deus atuou naquelas pobres crianças, mantendo-as fiéis aos planos que Deus tinha sobre elas e à Sua Mensagem. Assim é Deus, que no silêncio e na paz, confunde os que se julgam mais fortes e poderosos.” (Serva de Deus Irmã Lúcia de Jesus).

Oração

Senhor nosso Deus, que amais a inocência e exaltais os humildes, concedei, pela intercessão da Imaculada Mãe do vosso Filho, que, à imitação dos santos Francisco e Jacinta [Marto], Vos sirvamos na simplicidade de coração, para podermos entrar no reino dos céus. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

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“Jesus não é um bom contabilista”

As palavras que Jesus nos dirige no Evangelho deste Domingo são exigentes e parecem paradoxais: Ele convida-nos a dar a outra face e a amar até os inimigos (cf. Mt 5, 38-48). É normal para nós amarmos aqueles que nos amam e sermos amigos daqueles que são nossos amigos; no entanto, Jesus provoca-nos dizendo: se agirdes desta forma, «o que fazeis de extraordinário?» (v. 47).

Por conseguinte, as palavras de Jesus desafiam-nos. Enquanto procuramos permanecer no ordinário do raciocínio utilitarista, Ele pede-nos que nos abramos ao extraordinário, ao extraordinário de um amor gratuito; enquanto nós tentamos acertar as contas, Cristo encoraja-nos a viver o desequilíbrio do amor. Jesus não é um bom contabilista: não! Ele conduz sempre ao desequilíbrio do amor. (Papa Francisco, Angelus, 19 de Fevereiro 2023).

Oração

Jesus, Tu conheces o meu coração… Tu sabes como funciona a minha memória, e como não esquece as ofensas que me fazem… Jesus, coloco diante de Ti os nomes de todos aqueles que me causaram algum dano. Quero perdoar-lhes contigo, e ficar de coração limpo de memórias dolorosas. Dá-me amnésia, Senhor, para esquecer tudo, esvazia a minha mente de todos os rancores, que não me fique nem um sinal de dor, que aceite tudo o que me doeu como parte da minha história, como semente do que sou hoje, do que Tu e a vida fizeram de mim. Sinto, Senhor, que és perdão e que me envolves com o Teu Amor. Ajuda-me a percorrer contigo o caminho do perdão e da misericórdia, da perfeição e da santidade. Amen.

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Oração do Capítulo da Ordem do Carmo em Portugal 2023

A Ordem do Carmo em Portugal realiza de 26 a 28 de Abril próximo o seu Capítulo trienal electivo. A Comissão preparatória do mesmo publicou uma oração que partilhamos com  toda a Família Carmelita e os nossos leitores /seguidores da página “Caminhos Carmelitas”.

Oração

Pai santo, que nos chamaste a viver na Ordem do Carmo
em obséquio de Jesus Cristo, teu Filho,
numa vida contemplativa de oração, fraternidade e serviço
no meio do povo, à imitação da Virgem Maria,
Mãe e Esplendor do Carmelo, e do profeta Elias,
dá-nos a graça de voltar ao primeiro amor
que nela despertaste e em nós acendeste,
quando nela a Ti nos consagrámos.
Derrama sobre nós o Teu Espírito e concede
ao nosso Comissariado Geral da Ordem do Carmo em Portugal,
reunido em Capítulo, a sabedoria, o discernimento, a abertura
e a comunhão necessárias para encontrar, à luz do Evangelho,
os melhores caminhos para levarmos frutuosamente a cabo,
no seio da Igreja, segundo o nosso carisma,
a nossa missão de testemunhas da íntima união contigo,
profetas da fraternidade e fermento de serviço evangélico
e de comunhão no meio dos homens
e mulheres do nosso tempo, nossos irmãos,
em especial dos jovens, dos migrantes e dos mais necessitados,
para que em Cristo todos possam reencontrar
a verdadeira vida e ver saciada a sua esperança.
Ele que é Deus e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos. Amen.

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Coração

Existe uma clausura interior, que diz respeito ao núcleo mais profundo da pessoa, ao qual a Bíblia chama “coração”. Foi isto que Jesus veio “abrir”, libertar, a fim de nos permitir viver plenamente a relação com Deus e com os outros

Papa Bento XVI

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Vós sois a luz do mundo (Mt 5, 14)

Jesus, luz do mundo, diz aos seus discípulos que também eles são luz do mundo. Isto significa que nós, acolhendo a luz de Cristo, a luz que é Cristo, tornamo-nos luminosos, irradiamos a luz de Deus. (…)

Irmãos e irmãs, o convite de Jesus para ser luz do mundo é claro: nós, seus discípulos, somos chamados a refulgir como uma cidade situada no alto, como um candelabro cuja chama nunca deve estar apagada. Por outras palavras, antes de nos preocupar com as trevas que nos rodeiam, antes de esperar que algo à nossa volta se clareie, somos obrigados a brilhar, a iluminar com a nossa vida e as nossas obras as cidades, as aldeias e os lugares que habitamos, as pessoas que frequentamos, as atividades que realizamos. É o Senhor que nos dá a força, a força de n’Ele sermos luz para todos; porque todos devem poder ver as nossas boas obras e, vendo-as – lembra-nos Jesus – abrir-se-ão com estupefação a Deus e dar-Lhe-ão glória (cf. Mt 5, 16): se vivermos como filhos e irmãos na terra, as pessoas descobrirão que têm um Pai nos céus. A nós, pois, é-nos pedido para arder de amor: não suceda que a nossa luz se apague, que desapareça da nossa vida o oxigénio da caridade, que as obras do mal tirem o ar puro ao nosso testemunho.

Papa Francisco, Viagem ao Sudão do Sul, 5 de Fevereiro, 2023

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Vós sois o sal da terra (Mt 5, 13)

O sal serve para dar sabor à comida. É o ingrediente invisível que dá gosto a tudo. Por isso mesmo, desde a antiguidade, foi visto como símbolo da sabedoria, uma virtude que não se vê, mas que dá gosto à vida e sem ela a existência torna-se insípida, sem sabor. Mas Jesus, de que sabedoria nos fala? Ele usa esta imagem do sal imediatamente depois de ter proclamado aos seus discípulos as Bem-aventuranças: compreendemos assim que são elas o sal da vida do cristão. De facto, as Bem-aventuranças trazem à terra a sabedoria do Céu: revolucionam os critérios do mundo e do modo comum de pensar. (…) Tenhamo-lo bem presente: se pusermos em prática as Bem-aventuranças, se encarnarmos a sabedoria de Cristo, daremos bom gosto não apenas à nossa vida mas também à sociedade, ao país onde vivemos.

Além de dar sabor, o sal tem outra função, que era essencial no tempo de Cristo: conservar os alimentos para não se corromperem estragando-se. Mas a Bíblia diz que havia um «alimento», um bem essencial que se devia conservar antes de qualquer outro: a aliança com Deus. Por isso, naqueles tempos, sempre que se fazia uma oferta ao Senhor, colocava-se um pouco de sal. (…) Por conseguinte, o discípulo de Jesus, enquanto sal da terra, é testemunha da aliança que Ele realizou e nós celebramos em cada Missa: uma aliança nova, eterna, inquebrável (cf. 1 Cor 11, 25; Heb 9), um amor por nós que não pode ser infringido nem mesmo pelas nossas infidelidades.

Papa Francisco, Viagem apostólica ao Sudão do Sul, 5 de Fevereiro, 2023

 

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