Acompanhamento espiritual

Voltando ao ciclo de catequeses dedicadas ao tema do discernimento, queremos hoje refletir sobre o acompanhamento espiritual que é, antes de mais, um importante meio para o conhecimento de nós mesmos: na verdade, para melhor nos conhecermos, é útil contar a outra pessoa a nossa fragilidade, que se revela uma verdadeira riqueza quando a sabemos aceitar e oferecer a Jesus Cristo. Se o acompanhamento espiritual for realizado na abertura do coração a Cristo e na docilidade ao Espírito Santo, ajuda a desmascarar a falsidade de alguns pensamentos negativos que voltam insistentes e nos angustiam. Aquele ou aquela a quem cabe acompanhar não substitui Cristo, antes conduz até Ele, como na passagem evangélica do paralítico, e encoraja a ver a realidade com os olhos de Deus. O acompanhamento é, assim, uma frutuosa experiência de fraternidade espiritual, porque como filhos do mesmo Pai somos uma família em caminho. Sobre nós, brilha a Virgem Mãe como mestra do discernimento: fala pouco, escuta muito, medita tudo no seu coração e deixa-nos como recomendação fazer tudo o que Jesus diz. Amados irmãos e irmãs, não tenhais medo de confiar na Palavra de Cristo! Ela é luz para o nosso caminho. 

Papa Francisco, Resumo da Audiência geral, 4 de Janeiro, 2023 

Catequese completa 

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2023/documents/20230104-udienza-generale.html

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Santa Maria, Mãe de Deus

Ficou o Verbo encarnado
Em o ventre de Maria.
E o que tinha apenas Pai,
Também já Mãe possuía.
Porém não como qualquer
Que de varão concebia,
Porque das entranhas dela
Sua carne recebia;
Pelo qual, Filho de Deus
E do homem se dizia.

São João da Cruz

Maria, Mãe de Deus, minha mãe, sendo a mais humilde das servas do Senhor, cooperaste fielmente com os Seus desígnios, aceitando ser Mãe do Salvador, Mãe de Deus. Naquela noite gloriosa, em que os pastores recebem a Boa Nova, encontram o Menino nos Teus braços, recebendo de Ti, Mãe de todas as graças, a maior graça que tens para nos dar, Cristo Jesus! Suplico-Te ó Mãe: neste novo ano, restaura na alma de todos os Teus filhos a vida sobrenatural. Infunde em nós o espírito de oração, aproxima-nos de Jesus. Que assim seja.

 

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2023

O Senhor te abençoe e te guarde. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor dirija para ti o seu olhar e te conceda a paz (Números 6,24-26).

Bênção solene para o início do ano

– Deus, fonte e origem de todas as bênçãos, derrame sobre vós a abundância da sua graça e vos conserve sãos e salvos durante todo o ano. Amen.
– Deus vos guarde firmes na fé, inabaláveis na esperança e perseverantes na caridade. Amen.
– O Senhor dirija na sua paz os vossos dias e atos deste novo ano, escute sempre as vossas súplicas e vos conduza à bem-aventurança da vida eterna. Amen.

A bênção de Deus todo-poderoso, Pai, Filho + e Espírito Santo, desça sobre vós e permaneça para sempre. Amen.

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Papa Emérito Bento XVI:1927-2022

R.I.P.

Como respondemos, nós cristãos, à questão da morte? Respondemos com a fé em Deus, com um olhar de esperança firme que se funda na Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Então a morte abre-se à vida, àquela eterna, que não é uma cópia infinita do tempo presente, mas algo completamente novo. A fé diz-nos que a imortalidade verdadeira pela qual aspiramos não é uma ideia, um conceito, mas uma relação de comunhão plena com o Deus vivo.

Bento XVI, Homilia, 3 de Novembro, 2012

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Sagrada Família de Jesus, Maria e José

Santa Maria de um amor maior,
Do tamanho do Menino que levas ao colo,
Diante de ti me ajoelho e esmolo
A graça de um lar unido ao teu redor.

Protege, Senhora, as nossas famílias,
Todos os casais, os filhos e os pais,
E enche de alegria, mais e mais e mais,
Todos os seus dias, manhãs, tardes, noites e vigílias.

Vela, Senhora, por cada criança,
Por cada mãe, por cada pai, por cada irmão,
A todos os velhinhos, Senhora, dá a mão,
E deixa em cada rosto um afago de esperança.

António Couto

Oração: Jesus, em casa com Maria e José, estabeleceste uma morada de amor, Concede-me a graça de, na oração, respirar o perfume do amor, da alegria e de paz que reinava em Tua casa. Pela intercessão da Virgem Santa Maria e de S. José, abençoa a minha família e a minha comunidade. Que os esposos, pais e filhos vivendo em amor mútuo, se revistam sempre com as vestes da  bondade, humildade, mansidão, longanimidade, amor e o perdão. Que assim seja.

 

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O Natal com São Francisco de Sales

– Na santa Igreja tudo pertence ao amor, vive no amor, é feito por amor e vem do amor.

– Parece-me ver Salomão no grande trono de marfim, dourado e esculpido, que não tinha igual em reino algum, como diz a Escritura ( 1 Rs 10, 18-20); ver, em suma, aquele rei que não tinha igual em glória e magnificência (cf. 1 Rs 10, 23). Mas prefiro cem vezes ver o querido pequeno Menino na manjedoura do que todos os reis nos seus tronos.

– O íman atrai o ferro e o âmbar atrai a palha e o feno. Pois bem, quer sejamos ferro devido à nossa dureza, quer sejamos palha devido à nossa fraqueza, devemos deixar-nos atrair por este pequeno Menino celestial.

– Meu Deus! Quantos afetos santos este nascimento suscita nos nossos corações! Acima de tudo, porém, ensina-nos a perfeita renúncia a todos os bens, a todas as pompas […] deste mundo. Não sei, mas não encontro outro mistério no qual a ternura e a austeridade, o amor e a tristeza, a doçura e a dureza se misturam tão docemente.

– Vedes o Menino Jesus na manjedoura? Ele recebe todas as devastações do tempo, o frio e tudo o que o Pai permite que lhe aconteça. Não recusa as pequenas consolações que a sua mãe lhe dá, e não está escrito que alguma vez estenda as mãos para ter o seio da sua Mãe, mas deixa tudo aos cuidados e presciência dela; por isso nada devemos desejar nem recusar, suportando tudo o que Deus nos envia, o frio e as injustiças do tempo.

São Francisco de Sales

Carta apostólica “Totum amoris est” (Tudo pertence ao amor) do Santo Padre Francisco no IV centenário da morte de São Francisco de Sales.

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/20221228-totum-amoris-est.html

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Solenidade do Natal do Senhor

– O Natal lembra-nos que Deus continua a amar todo o homem, mesmo o pior. Hoje diz a mim, a ti, a cada um de nós: «Amo-te e sempre te amarei; és precioso aos meus olhos». Deus não te ama, porque pensas certo e te comportas bem; ama-te… e basta! O seu amor é incondicional, não depende de ti. Podes ter ideias erradas, podes tê-las combinado de todas as cores, mas o Senhor não desiste de te querer bem. Quantas vezes pensamos que Deus é bom, se formos bons; e castiga-nos, se formos maus; mas não é assim! Nos nossos pecados, continua a amar-nos. O seu amor não muda, não é melindroso; é fiel, é paciente. (Papa Francisco, Homilia, 24 de Dezembro, 2019).

– Se queremos festejar o verdadeiro Natal, contemplemos este sinal: a simplicidade frágil dum pequenino recém-nascido, a mansidão que demonstra no estar deitado, a ternura afetuosa das fraldas que O envolvem. Ali está Deus. (Papa Francisco, Homilia, 24 de Dezembro, 2016).

– «Veio para o que era Seu, e os Seus não O acolheram» (1, 11)… Graças a Deus, a notícia negativa não é a única, nem a última que encontramos no Evangelho. Tal como encontramos em Lucas o amor de Maria, a mãe, e a fidelidade de São José, a vigilância dos pastores e a sua grande alegria, tal como encontramos em Mateus a visita dos doutos Magos, vindos de longe, assim também João nos diz: «Mas, a quantos O receberam, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus» (Jo 1, 12). Existem aqueles que O acolhem e deste modo, a começar do curral, do exterior, cresce silenciosamente a nova casa, a nova cidade, o novo mundo. (Bento XVI, Homilia, 24 de Dezembro, 2007).

– Jesus, contemplamo-Vos recostado na manjedoura. Vemo-Vos tão próximo, perto de nós para sempre… Obrigado, Senhor! Vemo-Vos pobre, ensinando-nos que a verdadeira riqueza não está nas coisas, mas nas pessoas, sobretudo nos pobres: desculpai, Senhor, se não Vos reconhecemos e servimos neles. Vemo-Vos concreto, porque concreto é o vosso amor por nós: ajudai-nos a dar carne e vida à nossa fé. Amém. (Papa Francisco, Homilia, 24 de Dezembro, 2022).

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Natal 2022

Conta uma graciosa história que, no nascimento de Jesus, os pastores acorriam à gruta com vários dons. Cada um levava o que tinha, ora os frutos do seu trabalho, ora algo precioso. Mas, enquanto todos se prodigalizavam com generosidade, havia um pastor que não tinha nada. Era muito pobre, não tinha nada para oferecer. E enquanto todos se emulavam na apresentação dos seus dons, ele mantinha-se aparte, com vergonha. A dada altura, São José e Nossa Senhora sentiram dificuldade para receber todos os dons – eram tantos – , especialmente Maria que devia segurar nos braços o Menino. Então, vendo com as mãos vazias aquele pastor, pediu-lhe que se aproximasse e colocou-lhe Jesus nas mãos. Ao acolhê-Lo, aquele pastor deu-se conta de ter recebido aquilo que não merecia: ter nas mãos o maior dom da História. Olhou para as suas mãos, aquelas mãos que lhe pareciam sempre vazias: tornaram-se o berço de Deus. Sentiu-se amado e, superando a vergonha, começou a mostrar aos outros Jesus, porque não podia guardar para si o dom dos dons. (Papa Francisco, Homilia, 24 de Dezembro, 2019).

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Discernimento: ajudas

Para quem crê, a Palavra de Deus não é simplesmente um texto para ler, a Palavra de Deus é uma presença viva, é uma obra do Espírito Santo que conforta, instrui, dá luz, força, alívio e gosto de viver. Ler a Bíblia, ler um trecho, um ou dois trechos pequenos da Bíblia, são como pequenos telegramas de Deus que te chegam logo ao coração. A Palavra de Deus é – e não exagero – um pouco como verdadeira antecipação do paraíso. Quem o compreendeu bem foi um grande santo e pastor, Ambrósio, aquele bispo de Milão, que escreveu: «Quando leio a Divina Escritura, Deus volta a passear no paraíso terrestre» (Carta, 49, 3). Com a Bíblia abrimos a porta a Deus que passeia. Interessante…

Esta relação afetiva com a Bíblia, com a Escritura, com o Evangelho, leva a viver uma relação afetiva com o Senhor Jesus, não tenhais medo disto! O coração fala ao coração, e esta é outra ajuda indispensável e não é óbvia. Muitas vezes podemos ter uma ideia deturpada de Deus, considerando-o como um juiz cruel e severo, pronto para nos apanhar em flagrante, com a corda pronta para nos punir. Jesus, ao contrário, revela-nos um Deus cheio de compaixão e ternura, pronto a sacrificar-se para vir ao nosso encontro, exatamente como o pai da parábola do filho pródigo (cf. Lc 15, 11-32).

Papa Francisco, Audiência Geral, 21 de Dezembro, 2022

Catequese completa

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2022/documents/20221221-udienza-generale.html

 

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São José, homem do “Sim”

“E perante Deus, que muda os planos e pede confiança, José responde sim. A coragem de José é heroica e realiza-se no silêncio: a sua coragem é confiar, confia, acolhe, é disponível, não pede ulteriores garantias.” (Papa Francisco, Angelus, 18 de Dezembro, 2022).

“José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu sua esposa.” (Mt 1, 24).

São José, Pai na obediência

Senhor, sois um Deus delicado,
entras na minha vida dizendo,
“com licença”, “por favor” e “obrigado”.
O que fizeste no passado, com Maria e José,
fazes ainda hoje em tantos homens e mulheres.
Tu conheces as minhas resistências,
debilidades e a minha cegueira.
Quando irrompes na minha vida
parece que tudo fica desconcertado,
e julgando que não é para mim o que me pedes,
apresento-te as minhas fraquezas e excusas.
Contudo, delicadamente, tu me dizes:
“Não tenhas medo. Eu estou contigo”.
Foi assim que acendeste luzes de confiança e coragem
a tantos chamados, porque és fiel,
e nunca pedes sem primeiro dar.
São José, educa-me na tua sabedoria prática,
e a saber decidir confiadamente na obediência,
iluminada pela Palavra de Deus,
como fizeste sempre nas situações
que te pediam uma resposta e compromisso.
Pai na obediência, Pai na escuta, afasta
todas as vozes sedutoras do mau espírito.
Amen.

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