Via Sacra com Santa Teresa de Jesus

Senhor Jesus, queremos nesta Via Sacra seguir os vossos passos no caminho que fizestes até ao Calvário, com a ajuda de Santa Teresa de Jesus. Neste longo e doloroso trajecto, suportastes dores, injúrias e humilhações. Ajudai-nos a meditar estas estações com fé e devoção. Queremos aprender de Vós a fidelidade a Deus, mesmo diante das dificuldades que nos cercam ao longo da vida.

– Nós vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.
Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

1ª ESTAÇÃO: JESUS É CONDENADO À MORTE. “Que fazemos de Jesus, chamado Cristo?” Todos responderam: “Seja crucificado!” Então libertou Barrabás e, depois de ter mandado flagelar Jesus, entregou- O aos soldados para que fosse crucificado. (Mt 27, 22-26).

– Verdadeiramente, é de grande humildade ver-se condenar sem culpa e calar, e é perfeita imitação do Senhor que tomou sobre si todas as culpas. E assim, rogo-vos para terdes nisto grande cuidado, porque traz consigo grandes lucros. (Caminho de Perfeição 15,1).

2ª ESTAÇÃO: JESUS CARREGA A CRUZ. Ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado. Foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades. O castigo que nos salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas. (Is 53, 4-5).

– Se estais em trabalhos ou tristes… vede-o carregado com a cruz, que nem o deixavam tomar fôlego. Olhar-vos-á, com olhos tão formosos e piedosos, cheios de lágrimas, e esquecerá suas dores para consolar as vossas, só por irdes consolar-vos com ele. (Caminho de Perfeição 26, 5).

3ª ESTAÇÃO: JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ. Jesus disse aos seus apóstolos: “A minha alma está triste até à morte. Ficai aqui e vigiai”. (Mc 14, 34).

– Cristo é um amigo muito bom, porque O vemos Homem, com fraquezas e sofrimentos, e permanecemos em Sua companhia; e, quando nos acostumamos, encontramo-Lo com facilidade junto a nós, embora haja dias em que não conseguimos nem uma coisa nem outra… Não procuremos consolos do espírito; aconteça o que acontecer, ficar abraçado à cruz é muito bom. Este Senhor se viu privado de todo o consolo, restando-Lhe apenas os sofrimentos; não O deixemos só, fazendo-O sofrer mais. Ele nos ajudará mais do que os nossos esforços… Muito alegra a Deus que uma alma se sirva humildemente do Seu Filho, amando-O tanto que, mesmo que Sua Majestade queira levá-la a uma grande contemplação, ela se reconhece indigna, dizendo com São Pedro: Apartai-vos de mim, Senhor, porque sou homem pecador. (Vida 22, 10b – 11).

4ª ESTAÇÃO: JESUS ENCONTRA-SE COM SUA MÃE. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição. Uma espada trespassará a tua alma”. (Lc 2, 34-35).

– O que deviam passar a gloriosa Virgem! Que ameaças, que más palavras, que encontrões, quantos desacatos! Que cortesãos encontrariam entre aquela gente? Sim, havia cortesãos, mas do inferno, ministros do demónio. Por certo, deve ter sido terrível o que passou; mas, diante de uma dor maior, não sentiam a sua. Dessa maneira, irmãs, não acrediteis que servísseis para tão grandes padeceres, se não servis para insignificâncias cuja prática pode levar-vos a suportar provações maiores. (Caminho de Perfeição 26, 8b).

5ª ESTAÇÃO: JESUS É AJUDADO POR SIMÃO CIRINEU. Para levar a cruz de Jesus, requisitaram um homem que passava por ali ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo. E conduziram-n’O ao lugar do Gólgota. (Mc 15, 21-22).

– É muito importante que as almas, ao começarem a oração, se desapeguem de toda espécie de prazer e entrem nesse caminho voltadas apenas para ajudar Cristo a carregar a cruz, como bons cavaleiros que, sem pagamento, desejam servir a seu rei, pois sabem que contam com ele, com os olhos voltados para o reino verdadeiro e perpétuo que pretendemos ganhar… É fundamental que a alma, para livrar-se dos prazeres e ardis do demónio, decida desde o início seguir com determinação, e sem querer consolações, o caminho da cruz. O Senhor revelou ser essa a trilha da perfeição ao dizer: Toma tua cruz e segue-me. Ele é o nosso modelo; quem segue Seus conselhos só para agradá-Lo não tem o que temer. (Vida 15, 11a; 13).

6ª ESTAÇÃO: A VERÓNICA ENXUGA A FACE DE CRISTO. Vimo-lo sem aspecto atraente, desprezado e abominado pelos homens, como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado. (Is 53, 2-3).

– Era um Cristo com grandes chagas que inspirava tamanha devoção que eu, de vê-Lo, fiquei perturbada, visto que representava bem o que Ele passou por nós. Foi tão grande o meu sentimento por ter sido tão mal-agradecida àquelas chagas que o meu coração quase se partiu; lancei-me a seus pés, derramando muitas lágrimas e suplicando-lhe que me fortalecesse de uma vez para que eu não O ofendesse… Ficava pensando no suor e na aflição que ele sofrera, desejando, caso fosse possível, enxugar-Lhe o suor tão doloroso, mas lembro-me de que nunca ousei fazê-lo, pois vinham à lembrança os meus graves pecados; eu ficava ali, com Ele. (Vida 9, 1; 4b).

7ª ESTAÇÃO: JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. Aos que me batiam apresentei as costas e a face aos que me arrancavam a barba. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio. (Is 50, 5-7).

– Pegai filhas, a cruz, para que Ele não siga tão carregado, e não vos incomodeis se os judeus vos atropelarem; não vos importeis com o que eles vos disserem, fazei-vos surdas aos seus murmúrios. Tropeçando, caindo com vosso Esposo, não vos afasteis da cruz nem a deixeis. Considerai muito o cansaço com que Ele vai caminhando e quão maior é o Seu sofrimento diante do que padeceis, por grandes que queirais pintar e por muito que queirais sentir vossos penares. Saireis consoladas deles, pois vereis que são coisa de nada comparadas com os que sofreu o Senhor. (Caminho de Perfeição 26, 7).

8ª ESTAÇÃO: JESUS CONSOLA AS FILHAS DE JERUSALÉM. Seguiam Jesus uma grande multidão e algumas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: “Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos”. (Lc 23, 27-28).

– Contemplai também o Senhor carregando a cruz, sem que O deixassem recobrar o fôlego. Ele porá em vós os Seus olhos formosos e piedosos, cheios de lágrimas, esquecendo-Se de Suas dores para consolar as vossas, só porque ides consolar-vos com Ele e voltais à cabeça para fitá-Lo. (Caminho de Perfeição 26, 5).

9ª ESTAÇÃO: JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ. O insulto despedaçou-me o coração até desfalecer; esperei compaixão, mas foi em vão; alguém que me consolasse, mas não o encontrei. (Sl 69, 21).

– Ó Senhor do mundo, verdadeiro Esposo meu, tão necessitado estais, Senhor e Bem meu, que quereis admitir uma pobre companhia como a minha? Estarei vendo em Vosso semblante que Vos consolastes comigo? Pois como, Senhor, é possível que os anjos Vos deixem só e que nem mesmo Vos console o Vosso Pai? Se assim é, Senhor, que tudo isso quereis passar por mim, o que é isto que eu passo por Vós? De que me queixo? Já estou envergonhada de Vos ter visto assim e desejo, Senhor, passar por todas as provações que me acometerem e tê-las como grande bem para Vos imitar em algo. Marchemos juntos, Senhor; por onde fordes, terei de ir; por onde passardes, terei de passar. (Caminho de Perfeição 26, 6).

10ª ESTAÇÃO: JESUS É DESPOJADO DAS SUAS VESTES. Tende os mesmos sentimentos de Cristo Jesus. Ele, que era de condição divina, tomou a condição de servo. Tornando-Se semelhante aos homens, humilhou-Se a Si próprio e fez-Se obediente até à morte e morte de cruz. (Fl 2, 5-8).

– Ó Pai eterno! Vede que não se devem esquecer tantos golpes, injúrias e gravíssimos tormentos! Pois, Criador meu, como podeis suportar em Vosso coração amoroso que aquilo que o Vosso Filho fez com amor tão ardente e para maior contentamento Vosso — pois mandastes que Ele nos amasse — seja tão pouco estimado pelos hereges que hoje desrespeitam o Santíssimo Sacramento, tirando-Lhe suas moradas e destruindo igrejas? Ainda se o Vosso Filho tivesse deixado de fazer alguma coisa para Vos contentar! Mas Ele tudo fez com perfeição. E não bastava, Pai eterno, que Ele não tivesse onde reclinar a cabeça enquanto viveu, passando sempre por tantos sofrimentos? Não tinha Ele pago suficientemente pelo pecado de Adão? Haverá esse amantíssimo Cordeiro de pagar cada vez que voltarmos a pecar? Não o permitais, Imperador meu! Aplaque-se já Vossa Majestade! Olhai, não os nossos pecados, mas Vosso Sacratíssimo Filho, que nos redimiu, Seus merecimentos e os de Sua gloriosa Mãe, bem como de tantos santos e mártires que morreram por Vós! (Caminho de Perfeição 3, 8).

11ª ESTAÇÃO: JESUS É PREGADO NA CRUZ.

Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram Jesus e os malfeitores, um à direita e o outro à esquerda. Jesus dizia: “Perdoai-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem”. (Lc 23, 33-34).

– Sabeis o que significa ser de facto espiritual? É fazer-se escravo de Deus, marcado com o Seu selo, o da cruz. Assim nos poderá vender como escravos de todo mundo, como Ele próprio foi. Com isso não nos injuria, mas nos concede imensa graça. Já Lhe entregamos toda a nossa liberdade. Se não tiverdes essa determinação, não espereis grande benefício. Porque o fundamento de todo este edifício, como eu já disse, é a humildade. E se esta não for genuína, até para o vosso bem o Senhor não desejará elevá-lo muito, a fim de que não desabe por terra. Desse modo, irmãs, para que esse edifício tenha bons alicerces, procure cada uma ser a menor de todas, e sua escrava, vendo como ou em que podeis servi-las e dar-lhes prazer. O que fizerdes neste caso o fareis mais para vós do que para elas. Assentareis pedras tão firmes que o vosso castelo não desabará… Repito que, para que o façais, não deveis assentar vossos alicerces só em rezar e contemplar. Com efeito, se não buscardes virtudes e o exercício delas, sempre ficareis anãs. (Sétimas Moradas 4, 8-9).

12ª ESTAÇÃO: JESUS MORRE NA CRUZ. Jesus, com um grande grito, expirou. O centurião, que estava em frente d’Ele, ao vê-l’O expirar daquela maneira, disse: “Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus”. (Mc 15, 39).

– Ponde os olhos no Crucificado e tudo se vos fará pouco. Se Sua Majestade nos mostrou o Seu amor com tão espantosas obras e tormentos, como quereis contentá-lo só com palavras? Onde há o amor, é impossível ficar-se sem trabalhar. (Sétimas Moradas 4,8-9).

13ª ESTAÇÃO: JESUS É DESCIDO DA CRUZ E COLOCADO NOS BRAÇOS DE SUA MÃE. Os soldados, vendo que Jesus já estava morto, não Lhe quebraram as pernas. Mas um dos soldados abriu-Lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água. (Jo 19, 33-34).

– Isto me disse o Senhor outro dia: “Pensas, filha, que o merecimento está no gozar? Ele não está senão em trabalhar, em padecer, em amar. Não terás ouvido que São Paulo estivesse fruindo os gozos celestiais mais de uma vez, e muitas que padeceu. E vês a Minha vida toda cheia de padecimentos, e só no Monte Tabor terás ouvido sobre o meu gozo. Não penses, quando vês Minha Mãe tendo-Me nos braços, que Eu gozava daquelas consolações sem grave tormento. Desde que Simeão Lhe disse aquelas palavras, Meu Pai deu-lhe clara luz para que visse o que eu haveria de padecer. Os grandes santos que viveram nos desertos, sendo guiados por Deus, faziam grandes penitências, além de travar grandes batalhas com o demónio e consigo mesmos, tendo passado muito tempo sem nenhum consolo espiritual. Crê, filha, que Meu Pai dá maiores sofrimentos àqueles que mais ama, e que a estes responde o amor. Em que te posso demonstrá-lo mais do que ao querer para ti o que quis para Mim? Vê estas chagas, e nunca chegarão a este ponto as tuas dores. Este é o caminho da verdade. Assim me ajudarás a chorar a perdição em que vivem os do mundo, entendendo tu que todos os seus desejos, cuidados e pensamentos são empregados em como conseguir o contrário”. (Relações 36).

14ª ESTAÇÃO: JESUS É SEPULTADO. Pegaram no corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os perfumes. No horto havia um túmulo novo, onde ninguém tinha sido sepultado. Foi ali que puseram Jesus. (Jo 19, 41-42).

– Ó Senhor, Senhor! Não sois Vós nosso modelo e mestre? Sim, por certo! Então, em que esteve a Vossa honra, Exemplo da Honra? Não a perdestes, sem dúvida, ao serdes humilhado até a morte? Não, Senhor; Vós a ganhastes para todos. (C36, 5)… Sempre que pensarmos em Cristo, lembremo-nos do amor com que nos deu tantas graças e da grande prova que Deus nos dá disso ao nos conceder esse penhor do muito que nos ama; recordemo-nos de que o amor gera amor. E, mesmo que seja bem no princípio e embora sejamos muito ruins, procuremos ver isso sempre, e despertemo-nos para amar; porque, se o Senhor nos conceder uma vez o favor de que esse amor fique impresso no nosso coração, tudo ficará fácil, e faremos muito com rapidez e sem esforço. Que Sua Majestade nos dê esse amor — pois sabe o quanto ele nos convém, em nome do amor que nos teve e do Seu Filho glorioso, que com muitos sofrimentos no-lo mostrou. Amém. (Vida 22, 14).

ORAÇÃO FINAL: Senhor Jesus, terminamos o percurso da via-sacra, na qual meditamos e rezamos, com a ajuda de Santa Teresa, os vossos passos no caminho até o Calvário. Sobre a vossa cruz resplandece a luz da esperança, que não nos permite voltar atrás. A vossa cruz se torne para nós sinal de vitória. Ajudai-nos a abraçá-la com amor para que possamos vislumbrar o brilho da vossa ressurreição. Vós que viveis e reinais para sempre.

– Bendigamos ao Senhor.
Graças a Deus.

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“Por mim, por nós”

«Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» Na Bíblia, o verbo «abandonar» é forte; aparece em momentos de dor extrema: em amores fracassados, rejeitados e traídos; em filhos enjeitados e abortados; em situações de repúdio, viuvez e orfandade; em casamentos gorados, em exclusões que privam dos laços sociais, na opressão da injustiça e na solidão da doença… Cristo levou tudo isto para a cruz, ao carregar sobre Si o pecado do mundo. E, no auge, Ele – Filho unigénito e predilecto – experimentou a situação mais estranha no seu caso: o abandono, a distância de Deus.

E porque foi tão longe? Por nós; não há outra resposta… Cada um de nós, ouvindo referir o abandono sofrido por Jesus, diga para si mesmo: por mim. Este abandono é o preço que pagou por mim. Fez-Se solidário com cada um de nós até ao ponto extremo, para estar connosco até ao fim. Experimentou o abandono para não nos deixar reféns da desolação e permanecer ao nosso lado para sempre. Fê-lo por mim, por ti, para que, quando eu, tu ou qualquer outro se vir encurralado à parede, perdido num beco sem saída, precipitado no abismo do abandono, sorvido no redemoinho de tantos «porquês» sem resposta, saibamos que há uma esperança: Ele, uma esperança para ti, para mim. Não é o fim, porque Jesus esteve ali e agora está contigo: Ele que sofreu a distância causada pelo abandono para acolher no seu amor todas as nossas distâncias.

Papa Francisco, Homilia do Domingo de Ramos, 2 de Abril, 2023

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30 perguntas para fazer o exame de consciência

Na  Quaresma de 2015, o Papa Francisco ofereceu aos fiéis presentes na Praça de São Pedro um pequeno livro intitulado “Guarda o teu coração”, o qual contém um exame de consciência de 30 perguntas para fazer uma boa confissão.

À pergunta, “Porquê confessar-se?”, o Papa responde: “Porque somos pecadores! Ou seja, pensamos e agimos de modo contrário ao Evangelho. Quem diz que não tem pecado, ou é mentiroso ou é cego. No Sacramento, Deus perdoa sempre os filhos que, tendo contradito a sua identidade, confessam as suas misérias e ao mesmo tempo a sua misericórdia”.

Para confessar-se, é necessário começar por “escutar a voz de Deus” e prosseguir com o “exame de consciência, o arrependimento, a confissão dos pecados ao sacerdote, o propósito de satisfação, a invocação da misericórdia divina ministrada mediante a absolvição, o louvor pelo perdão recebido, a  vida renovada”.

Exame de consciência

Em relação a Deus

Dirijo-me a Deus somente em caso de necessidade? Participo na  Missa dominical e nos dias de preceito? Começo e termino o meu dia com a oração? Invoquei em vão o nome de Deus, de Maria e dos Santos? Envergonho-me de me apresentar como cristão? O que faço para crescer espiritualmente, como e quando o faço? Revolto-me diante dos desígnios de Deus? Pretendo que seja Ele a cumprir a minha vontade?

Em relação ao próximo

Sei perdoar, partilhar, ajudar o próximo? Julgo sem piedade, tanto em pensamento como com palavras? Caluniei, roubei, desprezei os mais pequenos e indefesos? Sou invejoso, colérico, parcial? Tomo conta dos pobres e dos doentes? Envergonho-me da carne do meu irmão ou da minha irmã?

Sou honesto e justo com todos ou alimento a “cultura do descartável”? Instiguei os outros a fazer o mal? Observo a moral conjugal e familiar que o Evangelho ensina? Como vivo as responsabilidades educativas para com os meus filhos? Honro e respeito os meus pais? Rejeitei a vida após a concepção? Desperdicei o dom da vida? Ajudei a fazê-lo? Respeito o ambiente?

Em relação a mim mesmo

Sou um pouco mundano e pouco crente? Exagero em comer, beber, fumar e divertir-me? Preocupo-me em excesso com a saúde física, com os meus bens? Como uso o meu tempo? Sou preguiçoso? Procuro ser servido? Amo e cultivo a pureza de coração, de pensamentos e de ações? Nutro vinganças, alimento rancores? Sou manso, humilde, construtor de paz?

 

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Para viver a Semana Santa

Domingo, 2 de Abril: Cristo obedeceu até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes. (Filip, 2, 8-9).

– Deus todo-poderoso e eterno, que, para salvar a humanidade, quisestes que o nosso Salvador Se fizesse homem e suportasse a cruz, fazei que vivamos unidos a Ele na sua paixão para chegarmos a tomar parte na glória da sua ressurreição. Ele que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. (Oração colecta).

Segunda-feira, 3 de Abril: Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume. (Jo 12,3).

– Contemplando uma estampa de Nosso Senhor na Cruz, fiquei impressionada com o sangue que caía de uma das Suas mãos divinas (…) Resolvi manter-me em espírito ao pé da Cruz para receber o divino orvalho que dela escorria, compreendendo que seria necessário espalhá-lo sobre as almas. (Santa Teresa do Menino Jesus).

Propósito: Como «Maria» ou como «Teresa» hoje é a mim que Jesus pede um gesto, uma atitude, que traduza a resposta de amor que Ele espera de mim.

Terça-feira, 4 de Abril: Agora é que se revela a glória do Filho do Homem e assim se revela nele a glória de Deus. E, se Deus revela nele a sua glória, também o próprio Deus revelará a glória do Filho do Homem, e há de revelá-la muito em breve. (Jo 13,31-32).

Em uma noite escura, / Com ânsias, em amores inflamada, / Ó ditosa ventura! / Saí sem ser notada /Estando a minha casa sossegada. (São João da Cruz).

Propósito: Pai, a Ti me abandono, faz de mim o que te agradar. Tudo o que faças, agradeço-to: coloco a minha alma nas Tuas mãos. (São Charles de Foucauld).

Quarta-feira, 5 de Abril: Do mesmo modo que recebestes Cristo Jesus, o Senhor, continuai a caminhar nEle: enraizados e edificados n’Ele, firmes na fé, tal como fostes instruídos, transbordando em ação de graças. (Cl 2,6-7).

– A verdadeira vida, a vida que vale a pena ser vivida e que deixa uma alegria profunda é a vida em que nos damos, em que mantemos a alma limpa, vigorosa… em constante amizade com Deus. (Padre Jacques de Jésus).

Propósito: Muitas vezes durante o dia lanço estas últimas palavras do Pai Nosso: «Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal!»

Quinta-feira, 6 de Abril: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. (Jo 13,34).

A bondade que temos é emprestada, enquanto Deus a tem por obra própria. Deus é Ele e a sua obra. (São João da Cruz).

Propósito: «Senhor, quando Te recebemos na Eucaristia és Tu que nos acolhes»; dá-nos a capacidade de nos deixarmos invadir pelo amor, para nos amarmos com o amor com que Tu nos amas.

Sexta-Feira Santa, 7 de Abril: Sem figura nem beleza. Vimo-lo sem aspeto atraente, desprezado e abandonado pelos homens, (…) Na verdade, Ele tomou sobre Si as nossas doenças, carregou as nossas dores. (Is 53,2-4).

– À medida que nos unimos a Cristo, que Deus vem, o Cristo Deus fala-nos dos outros: como quereis que sejamos seus amigos e que Ele nos fale de outra coisa que não seja da imensa aflição dos outros, das multidões? (Padre Jacques de Jésus).

Propósito: Nesta Sexta-Feira Santa faço a Via Sacra; ou pelo menos uma estação à minha escolha. E aí, contemplando Jesus, deixo que Ele me fale… Aceito que viva em mim a Sua Caridade.

Sábado Santo, 8 de Abril: E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos. (Mt 28,20).

Agora vives escondido no meio de nós. Em todos os tempos e em todos os lugares transbordam para fora da tua tenda consolação, luz e força sobre as almas que aqui na terra se refugiam junto de Ti. (Santa Teresa Benedita da Cruz).

Propósito: Para deixar jorrar a Vida, crio o hábito de fazer sobre mim, lentamente, o sinal da cruz, confessando com Fé: «Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.»

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Confessores

E também, gostaria de dizer uma palavra aos confessores: caros irmãos, não vos esqueçais que também vós sois pecadores, e que estais no confessionário não para torturar, mas para perdoar, e perdoar tudo, como o Senhor perdoa tudo.

Papa Francisco, Angelus, 26 de Março, 2023

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“Tirai a pedra”

Hoje, quinto Domingo de Quaresma, o Evangelho apresenta-nos a ressurreição de Lázaro (cf. Jo 11, 1-45). É o último dos milagres de Jesus narrados antes da Páscoa: a ressurreição do seu amigo Lázaro.

A mensagem é clara: Jesus dá a vida inclusive quando parece não haver mais esperança. Acontece, por vezes, que nos sentimos sem esperança – aconteceu a todos – ou que encontramos pessoas que perderam a esperança, amarguradas por terem experimentado situações negativas, o coração ferido não pode ter esperança… O milagre de hoje, diz-nos que não é assim, o fim não é este, que nestes momentos não estamos sozinhos, aliás, que é precisamente nestes momentos que Ele se aproxima mais do que nunca para nos restituir a vida. Jesus chora: o Evangelho diz que Jesus, diante do túmulo de Lázaro chorou, e hoje Jesus chora connosco, tal como pôde chorar por Lázaro. Jesus convida-nos a não deixar de acreditar e de esperar, a não nos deixarmos esmagar por sentimentos negativos, que nos tiram as lágrimas. Ele aproxima-se dos nossos túmulos e diz-nos, como fez então: «Tirai a pedra» (v. 39). Nestes momentos temos como que uma pedra dentro de nós e o único capaz de a remover é Jesus, com a sua palavra: “Tirai a pedra”.

Papa Francisco, Angelus, 26 de Março, 2023

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Anunciação do Senhor – 25 de Março

A Anunciação do Senhor teve lugar quando, na cidade de Nazaré, o anjo do Senhor anunciou a Maria: «Conceberás e darás à luz um filho, que será chamado Filho do Altíssimo». Maria respondeu: «Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra». Assim, chegada a plenitude dos tempos, o Filho unigénito de Deus, que existia antes da criação do mundo, por nós homens e para a nossa salvação, encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e Se fez homem.

– Ouviste, ó Virgem, a voz do Anjo: “Conceberás e darás à luz um filho”. Ouviste-o dizer que não será por obra de varão, mas por obra do Espírito Santo. O Anjo aguarda a resposta (…). Todo o mundo, prostrado a teus pés, espera a tua resposta: da tua palavra depende a consolação dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua linhagem. Dá depressa, ó Virgem a tua resposta. Profere a tua palavra humana e concebe a divina. Porque demoras? Abre, ó Virgem santa, o coração à fé, os lábios ao consentimento, as entranhas ao Criador. “Eis a serva do Senhor – disse a Virgem – faça-se em mim segundo a tua palavra” – São Bernardo.

– O “Faça-se a tua vontade” em todo o seu conteúdo tem que ser o fio condutor de toda a vida cristã. Tem que regular o curso do dia, da manhã à noite, o passar dos anos e a vida inteira – Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein).

Oração

Senhor nosso Deus, que, na vossa benigna providência, quisestes que o vosso Verbo assumisse verdadeira carne humana no seio da Virgem Maria, concedei-nos que, celebrando o nosso Redentor como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, mereçamos também nós participar da sua natureza divina. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amen.

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Um pensamento carmelita para cada dia da Quaresma 2023

5ª Semana

Domingo, 26 de Março: Disse-lhe Jesus: “Eu Sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim não morrerá para sempre. Acreditas nisto?” (Jo 11, 25-26).

– Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça de viver com alegria o mesmo espírito de caridade que levou o vosso Filho a entregar-Se à morte pela salvação dos homens. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amen. (Oração colecta).

Segunda-feira, 27 de Março: Fiel é Deus por Quem fostes chamados à comunhão com o seu Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor. (1Co 1,8-9).

– Jesus, pela vida que derrama, quer identificar-nos com Ele, quer que entremos na vida da Trindade. Ele encontra-Se lá como Filho e nós entraremos como filhos adoptivos pela graça que é dada a cada um. (B. Eugénio Maria do Menino Jesus).

Terça-feira, 28 de Março: Aquele que Me enviou está comigo. Ele não Me deixou só porque faço sempre o que Lhe agrada. (Jo 8,29).

– A nossa graça filial não desperta, não entra em ação de forma continuada, a não ser como fruto deste nosso sentimento de fragilidade. A pobreza experimentada na oração, na nossa vida espiritual, em vez de nos fazer dobrar sobre nós próprios deve lançar-nos para o bom Deus. (B. Eugénio Maria do Menino Jesus).

Quarta-feira, 29 de Março: Pois bem, se o Filho vos libertar, sereis realmente livres. (Jo 8,36).

– Qual será então a alegria de Deus quando encontrar uma alma que Lhe deixe toda a liberdade e em quem Ele Se possa derramar na medida do seu desejo! (B. Eugénio Maria do Menino Jesus).

Quinta-feira, 30 de Março: Se Eu Me glorificar a Mim mesmo, a minha glória nada valerá. Quem Me glorifica é o meu Pai de Quem dizeis “é o nosso Deus”; e, no entanto, não O conheceis. Mas Eu conheço-O (…) e observo a sua Palavra. (Jo 8,54-55).

– Pai nosso que estais nos Céus. Ó meu Senhor, como pareceis Pai de tal Filho e o Vosso Filho como parece filho de tal Pai! (Santa Teresa de Jesus).

Sexta-feira, 31 de Março: Mostrei-vos muitas obras boas da parte do Pai. (…) A Mim, a quem o Pai enviou ao mundo, como é que dizeis: “Tu blasfemas?” por Eu ter dito: “Sou Filho de Deus. (Jo 10,23b.36).

– Se quiseres que Eu te diga uma palavra de consolação, contempla o Meu Filho, obediente e preso por Meu amor, em agonia, e verás quantas te dirá. (São João da Cruz, Subida do Monte Carmelo).

Sábado, 1 de Abril: Jesus devia morrer pela nação. E não só pela nação, mas para congregar na unidade os filhos de Deus que andavam dispersos. (Jo 11,51-52).

– O sofrimento, aceite e oferecido, faz de nós salvadores. ‘Sem efusão de sangue, não há remissão dos pecados’ (Hb 9,22) E ocasiões não nos faltam. (P. Jacques de Jésus).

 

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Falecimento

Faleceu na Comunidade Carmelita de Beja o nosso confrade Pe. Fr. João do Nascimento Baptista, O. Carm. no dia 20 de Março, este ano dia litúrgico de São José. A sua vida foi toda vivida em união com Cristo sofredor e crucificado. Agora, no céu, para onde foi levado por Nossa Senhora do Carmo e São José (padroeiro da boa morte), participa da glória da Ressurreição de Jesus.

As exéquias fúnebres terão início início às 14h.00 do dia 22 de Março, com a celebração da Eucaristia na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, integrada no Centro Social e Paroquial do Salvador, Beja, a que se segue o cortejo para o cemitério da cidade de Beja onde será sepultado o nosso confrade.

R.I.P., Pe. João Baptista.

 

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São José, Esposo da Virgem Santa Maria

Santíssimo patriarca São José, pai adoptivo de Jesus, esposo virginal de Maria, padroeiro da Igreja universal, chefe da Sagrada Família, providente da grande família cristã, tesoureiro e dispensador das graças do Rei da glória, eu vos escolho como verdadeiro pai e senhor, em todo o perigo e necessidade.
Descobre à minha alma todos os encantos e perfeições do vosso coração paternal: mostra-me todas as suas amarguras para me compadecer, a sua santidade para a imitar, o seu amor para lhe corresponder, agradecido. Ensina-me a rezar, vós que sois mestre de tão soberana virtude e alcança-me de Jesus e Maria, que não sabem negar-nos coisa alguma, a graça de viver e morrer santamente como vós. Amen.

Santo Henrique de Ossó

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