Ano da Fé – LXVI

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Amen

Ao longo do Ano da Fé apresentamos a Palavra de luz que a Igreja recebeu do seu Senhor e que ela tem a missão de fazer irradiar sobre o mundo. De Deus, de Cristo, da Igreja, da vida eterna e dos caminhos que a ela conduzem, fala-se na Igreja dentro de um quadro bem definido, constituído por duas afirmações. A primeira é “Eu creio”. A segunda é conservada na sua forma hebraica: “Amen”.

Amen é uma espécie de assinatura do crente, a acta da sua adesão. O Amen do crente tem a simplicidade mas também a força de um Sim que compromete a vida toda. É a palavra da testemunha, em resposta a uma verdade que a arrebatou. A palavra de fé expressa no Amen não é, com efeito dada no ar. Não é uma palavra sem fundamento. Encontra-o na Palavra de revelação e de salvação que lhe transmite a Igreja.

A segurança que acompanha o Amen do crente não tem, em última análise, outro fundamento senão o próprio Deus. Ele recebe-a como uma graça do Deus vivo e verdadeiro, presente e agindo no testemunho da Igreja. Este Deus é o Deus “poderoso”, fiel e firme nas suas promessas, o Deus da Verdade, que não engana: Aquele em quem podemos repousar, em quem podemos fiar-nos.

O seu Amen, Deus pronunciou-o com toda a força e com todo o seu conteúdo em Cristo Jesus. “Cristo Jesus (…) não foi ‘sim’ e ‘não’. O que há n’Ele é um ‘sim’! É que todas as promessas de Deus encontram n’Ele um ‘sim’. Deste modo, por seu intermédio, nós dizemos ‘amen’ a Deus, a fim de lhe darmos glória” (2Cor 1, 19-20). Jesus é a “testemunha fiel e verídica, aquele que é o Amen” (Ap 3, 14). E o Amen do crente traduz o acolhimento ao testemunho desta testemunha fiel, assim como a resolução de o repercutir em palavras e actos.

O crente junta o seu Amen “à imensa multidão das testemunhas” que o precederam, “fixando os olhos em Jesus, guia da nossa fé e autor da sua perfeição” (Heb 12, 1-2). Ele junta-se ao Amen que não cessam de cantar os anjos à volta do trono de Deus e daqueles que triunfaram das provações, daqueles que “lavaram as suas vestes” e “as purificaram no sangue do Cordeiro” (Ap 7, 14).

Com os que se encontram, como ele, ainda a caminho, o crente presta ouvidos ainda mais à voz “d’Aquele que dá testemunho destas coisas e diz: ‘Sim, virei em breve’”. Num desejo repleto de esperança ele repete então, por seu turno: “Amen! Vem Senhor Jesus” (Ap 22, 20).

Quem diz Amen dá a sua assinatura (Santo Agostinho).

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Ano da Fé – LXV

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Maria, mulher de fé

Amados irmãos e irmãs,

Este encontro do Ano da Fé é dedicado a Maria, Mãe de Cristo e da Igreja, nossa Mãe. A sua imagem, vinda de Fátima, ajuda-nos a sentir a sua presença no meio de nós. Há uma realidade: Maria leva-nos sempre a Jesus. É uma mulher de fé, uma verdadeira crente. Podemos nos perguntar: como foi a fé de Maria?

O primeiro elemento da sua fé é este: a fé de Maria desata o nó do pecado (cf. Cons. Ecum. Vat. II, Cost. Dogm. Lumen Gentium, 56). Que significa isto? Os Padres conciliares [do Vaticano II] retomaram uma expressão de Santo Ireneu, que diz: «O nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria; aquilo que a virgem Eva atara com a sua incredulidade, desatou-o a Virgem Maria com a sua fé» (Adversus Haereses III, 22, 4).

Ei-lo, o «nó» da desobediência, o “nó” da incredulidade. Poderíamos dizer, quando uma criança desobedece à mãe ou ao pai, que se forma um pequeno «nó». Isto sucede, se a criança se dá conta do que faz, especialmente se há pelo meio uma mentira; naquele momento, não se fia da mãe e do pai. Sabeis que isto acontece tantas vezes! Então a relação com os pais precisa de ser limpa desta falta e, de facto, pede-se desculpa para que haja de novo harmonia e confiança. Algo parecido acontece no nosso relacionamento com Deus. Quando não O escutamos, não seguimos a sua vontade e realizamos acções concretas em que demonstramos falta de confiança n’Ele – isto é o pecado -, forma-se uma espécie de nó dentro de nós. E estes nós tiram-nos a paz e a serenidade. São perigosos, porque de vários nós pode resultar um emaranhado, que se vai tornando cada vez mais penoso e difícil de desatar.

Mas, para a misericórdia de Deus – sabemos bem -, nada é impossível! Mesmo os nós mais complicados desatam-se com a sua graça. E Maria, que, com o seu «sim», abriu a porta a Deus para desatar o nó da desobediência antiga, é a mãe que, com paciência e ternura, nos leva a Deus, para que Ele desate os nós da nossa alma com a sua misericórdia de Pai. Cada um possui alguns destes nós, e podemos interrogar-nos dentro do nosso coração: Quais são os nós que existem na minha vida? “Padre, os meus nós não podem ser desatados”! Não, isto está errado! Todos os nós do coração, todos os nós da consciência podem ser desatados. Para mudar, para desatar os nós, peço a Maria que me ajude a ter confiança na misericórdia de Deus? Ela, mulher de fé, certamente nos dirá: “Segue adiante, vai até ao Senhor: Ele te entende”. E Ela nos leva pela mão, Mãe, até ao abraço do Pai, do Pai da misericórdia.

Segundo elemento: a fé de Maria dá carne humana a Jesus. Diz o Concílio: «Acreditando e obedecendo, [Maria] gerou na terra, sem ter conhecido varão, por obra e graça do Espírito Santo, o Filho do eterno Pai» (Cost. Dogm. Lumen Gentium, 63). Este é um ponto em que os Padres da Igreja insistiram muito: Maria primeiro concebeu Jesus na fé e, depois, na carne, quando disse «sim» ao anúncio que Deus lhe dirigiu através do Anjo. Que significa isto? Significa que Deus não quis fazer-Se homem, ignorando a nossa liberdade, mas quis passar através do livre consentimento de Maria, através do seu «sim». Deus pediu: “Estás disposta a fazer isto”? E Ela disse: “Sim”.

Entretanto aquilo que aconteceu de uma forma única na Virgem Mãe, sucede a nível espiritual também em nós, quando acolhemos a Palavra de Deus com um coração bom e sincero, e a pomos em prática. É como se Deus tomasse carne em nós: Ele vem habitar em nós, porque faz morada naqueles que O amam e observam a sua Palavra. Não é fácil entender isto, mas, sim é fácil senti-lo no coração.

Pensamos que a encarnação de Jesus é um facto apenas do passado, que não nos toca pessoalmente? Crer em Jesus significa oferecer-Lhe a nossa carne, com a humildade e a coragem de Maria, para que Ele possa continuar a habitar no meio dos homens; significa oferecer-Lhe as nossas mãos, para acariciar os pequeninos e os pobres; os nossos pés, para ir ao encontro dos irmãos; os nossos braços, para sustentar quem é fraco e trabalhar na vinha do Senhor; a nossa mente, para pensar e fazer projectos à luz do Evangelho; e sobretudo o nosso coração, para amar e tomar decisões de acordo com a vontade de Deus. Tudo isto acontece graças à acção do Espírito Santo. E assim, somos os instrumentos de Deus para que Jesus possa actuar no mundo por meio de nós.

E o último elemento é a fé de Maria como caminho: o Concílio afirma que Maria «avançou pelo caminho da fé» (ibid., 58). Por isso, Ela nos precede neste caminho, nos acompanha, nos sustenta. Em que sentido a fé de Maria foi um caminho? No sentido de que toda a sua vida foi seguir o seu Filho: Ele – Jesus – é a estrada, Ele é o caminho! Progredir na fé, avançar nesta peregrinação espiritual que é a fé, não é senão seguir a Jesus; ouvi-Lo e deixar-se guiar pelas suas palavras; ver como Ele se comporta e pôr os pés nas suas pegadas, ter os próprios sentimentos e atitudes d’Ele. E quais são os sentimentos e as atitudes de Jesus? Humildade, misericórdia, solidariedade, mas também firme repulsa da hipocrisia, do fingimento, da idolatria. O caminho de Jesus é o do amor fiel até ao fim, até ao sacrifício da vida: é o caminho da cruz. Por isso, o caminho da fé passa através da cruz, e Maria compreendeu-o desde o princípio, quando Herodes queria matar Jesus recém-nascido. Mas, depois, esta cruz tornou-se mais profunda, quando Jesus foi rejeitado: Maria estava sempre com Jesus, seguia Jesus no meio do povo, escutava as fofocas, o ódio daqueles que não queriam bem ao Senhor. E, esta Cruz, Ela a levou! Então a fé de Maria enfrentou a incompreensão e o desprezo. Quando chegou a «hora» de Jesus, ou seja, a hora da paixão, então a fé de Maria foi a chamazinha na noite: aquela chamazinha no meio da noite. Na noite de Sábado Santo, Maria esteve de vigia. A sua chamazinha, pequena mas clara, esteve acesa até ao alvorecer da Ressurreição; e quando lhe chegou a notícia de que o sepulcro estava vazio, no seu coração alastrou-se a alegria da fé, a fé cristã na morte e ressurreição de Jesus Cristo. Porque a fé sempre nos traz alegria, e Ela é a Mãe da alegria: que Ela nos ensine a caminhar por esta estrada da alegria e viver esta alegria! Este é o ponto culminante – esta alegria, este encontro entre Jesus e Maria – imaginemos como foi… Este encontro é o ponto culminante do caminho da fé de Maria e de toda a Igreja. Como está a nossa fé? Temo-la, como Maria, acesa mesmo nos momentos difíceis, de escuridão? Senti a alegria da fé?

Esta noite, Mãe, nós Te agradecemos pela tua fé, de mulher forte e humilde; renovamos a nossa entrega a Ti, Mãe da nossa fé. Amém. 

Papa Francisco

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Ano da Fé – LX

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Creio na comunhão dos santos

A Igreja é comunhão dos santos na medida em que os seus membros são santificados, isto é, tornados santos no baptismo pelo dom do Espírito e pela sua incorporação, então realizada, no Corpo de Cristo; é-o também na medida em que vive destas realidades santas que são os sacramentos, designadamente a Eucaristia..

A comunhão dos santos é principalmente esta comunhão actual realizada pelo Espírito Santo entre todos os discípulos de Cristo que vivem hoje convocados na Igreja. A comunhão dos santos é uma comunhão realizada com a Santa Virgem Maria e com todos os santos do céu, em particular com aqueles que foram canonizados, isto é, aqueles cujo testemunho exemplar foi oficialmente reconhecido pela Igreja. Com efeito, os cristãos não encontram somente na vida dos santos, um modelo mas também na comunhão com eles uma família, e na sua intercessão um auxílio.

Mas a comunhão dos santos estende-se também a todos aqueles que adormeceram na paz de Cristo. É assim que a Igreja desde os primeiros tempos do cristianismo cultivou com muita piedade a memória dos defuntos.

Podemos pedir ajuda aos santos que mais nos dizem e, inclusivamente aos nossos familiares falecidos que cremos estarem já em Deus. Inversamente, podemos ajudar os nossos falecidos, ainda em processo de purificação, mediante a nossa oração de súplica. Tudo o que uma pessoa faz ou sofre em Cristo e por Cristo torna-se proveitoso para todos; infelizmente, isso também significa, contrariamente, que cada pecado danifica a comunhão.

A festa de Todos os Santos reúne na mesma acção de graças todos aqueles, conhecidos e desconhecidos, que constituem a “cidade santa, a nova Jerusalém” (Ap 21, 2), realização da humanidade segundo o desígnio de Deus.

 

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Ano da Fé – LIX

PapaFrancisco

Creio na Igreja apostólica

Jesus chamou os apóstolos como seus colaboradores mais próximos. Eles eram as suas testemunhas oculares. Após a sua ressurreição, apareceu-lhes várias vezes, deu-lhes o Espírito Santo e enviou-os ao mundo como seus mensageiros plenipotenciários. Na Igreja jovem, eram a garantia da unidade. Através da imposição das mãos, transmitiram aos seus sucessores, os bispos, o seu envio e os seus plenos poderes. E foi assim até hoje. Este processo é designado por sucessão apostólica.

A Igreja é apostólica porque procede da missão confiada por Jesus aos apóstolos e porque acolhe na obediência da fé a Revelação que os apóstolos lhe transmitiram. Ela sente-se responsável por transmitir, de geração em geração, sob a acção do Espírito Santo, esta revelação, consignada na Sagrada Escritura.

A Igreja é apostólica porque a sua fé é apostólica, isto é, recebida dos apóstolos. A fé apostólica é um bem e uma responsabilidade, partilhados pelo conjunto do povo de Deus. À Igreja como tal é prometida a fidelidade a esta fé.

A Igreja é igualmente apostólica porque convocada e ordenada pelos sucessores dos apóstolos que são os bispos. A história da Igreja atesta a sucessão ininterrupta do ministério apostólico dos bispos e, ao mesmo tempo, do cuidado permanente pela transmissão fiel da fé recebida dos apóstolos.

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Ano da Fé – LVIII

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Creio na Igreja católica

O adjectivo católico evoca, em primeiro lugar, a expansão geográfica: a Igreja está destinada a estender-se a todas as nações (ela tem, neste sentido, vocação universal). Mas a palavra evoca, sobretudo, a “plenitude da graça e da verdade” que é confiada à Igreja católica, desde o dia de Pentecostes, e lhe permite evangelizar todo o homem e todos os homens. A Igreja é católica porque Cristo a chamou a confessar toda a fé, a guardar e celebrar todos os sacramentos, a anunciar a boa nova na sua totalidade e enviou-a a todos os povos. A catolicidade da Igreja manifesta-se na capacidade que ela tem de acolher na sua diversidade as aspirações e as situações dos homens, de reunir na verdade e, sem as reduzir, a infinita variedade das culturas e das realidades humanas, tanto individuais como sociais.

Este programa não está, de certo, totalmente realizado. A fé católica e a Igreja não atingiram ainda a totalidade dos homens nem a totalidade das suas vidas, quer em toda a superfície da terra quer no interior de cada diocese. Todavia, pelo poder do Espírito que lhe é dado, a Igreja é capaz de enraizar o Evangelho nas diversas culturas, de maneira a ser uma força de conversão das correntes de pensamento e dos sistemas de valores em desacordo com o pensamento de Deus. Por este mesmo Evangelho de que ela é depositária, a Igreja está em condições de fazer desabrochar nas culturas o que corresponde ao bem autêntico dos homens.

A confissão da catolicidade da Igreja é também a afirmação de uma tarefa: a tarefa de abertura, de evangelização, de alargamento da comunidade cristã.

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Ano da Fé – LVII

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Creio na Igreja santa

A santidade é um qualificativo que muitas pessoas têm dificuldade em reconhecer na Igreja. Não estará a história dela manchada por mediocridades e mesmo por crimes e violências? Serão os cristãos melhores do que os outros? A Igreja é santa não por serem santos todos os seus membros, mas porque Deus é santo e age nela. A Igreja é santa porque tem a sua fonte em Deus que é santo. É santa porque está estreitamente ligada a Cristo e porque está animada pelo Espírito que nunca dela se ausenta. É santa pelo seu Credo, pelos sacramentos e pelos ministérios que lhe permitem realizar a sua obra.

A santidade da Igreja suscita a santidade dos seus membros. A Igreja manifesta no mundo que a fé que professa é capaz de produzir autênticos frutos de santidade. Estes reconhecem-se no inumerável cortejo de santos ilustres, cujos nomes assinalam a sua história. Eles afloram também no testemunho de vidas que o contacto do Evangelho inspira e que reflectem qualquer coisa da santidade de Cristo. O santos são pessoas que amam – não porque o consigam fazer tão bem, mas porque Deus os tocou. Eles transmitem às outras pessoas o amor que, de um jeito próprio, frequentemente original, experimentaram de Deus. Contudo, a Igreja não cessa de implorar para si e para os seus membros a misericórdia e de escutar o apelo à conversão. Ela sabe que os seus membros são pecadores.

Na Igreja todos são chamados à santidade. O baptismo implica esta vocação, comum a todos os membros do povo de Deus, sejam eles leigos ou ministros ordenados, vivam no mundo ou numa comunidade religiosa, sejam casados ou solteiros. Esta santidade desdobra-se em caridade, dom de Deus que é amor. Caridade para com os irmãos, mas também para cada um dos homens, que hão-se ser amados com o amor que Deus lhes tem.

Em jeito de conclusão, chamamos a Igreja de “santa”, apesar de suas limitações e pecados. A Igreja é santa, pela sua união com Cristo, seu Esposo. Ele a escolheu, a desposou e a quer “toda bela, sem mancha nem ruga ou qualquer reparo, mas santa e sem defeito” (Ef 4,27). Quando um rei ou um príncipe casa com uma plebeia, esta passa a ser chamada de “rainha” ou “princesa”. A Igreja é chamada de “santa”, por ser a Esposa de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O título de “santa”, mais do que um privilégio, é uma tremenda responsabilidade. Afinal, uma rainha não pode comportar-se como uma mulher vulgar, não é? Por isso, nós, homens e mulheres de Igreja, devemos comunicar a todos a beleza de Deus, a misericórdia de Cristo, a alegria do Espírito Santo, que recebemos no baptismo. Toda a nossa vida será, então, como uma bela celebração litúrgica.

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Ano da Fé – LVI

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Creio na Igreja una

Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica”. Estas são as “notas” da Igreja. Elas não descrevem a Igreja só do exterior; indicam a verdade profunda do seu mistério. Tal como só há um único Cristo, também só pode haver um único “corpo” de Cristo, uma única “esposa” de Cristo, isto é, uma única Igreja de Jesus Cristo. Ele é a cabeça, a Igreja é o corpo. Juntos formam o “Cristo total” (Santo Agostinho).

A unidade da Igreja é um dom do Espírito Santo. Esta unidade é visível e, segundo a promessa de Cristo (cf. Mt 16, 18), não pode ser jamais perdida. Exprime-se na profissão de uma só fé, formulada por um mesmo Credo. Está fundada no único baptismo que faz de todos os discípulos de Cristo um só povo. A Eucaristia, sacramento de unidade, fortifica, constrói e renova sem cessar esta comunhão dos crentes, guardando-os unidos pelos laços da caridade.

A unidade da Igreja não é unicamente de uma boa organização ou de uma disciplina firme: é da ordem da “comunhão”. Esta comunhão é comunhão com o Pai e com o seu Filho, Jesus Cristo, no Espírito (cf. 1Jo 1, 3) e comunhão dos discípulos entre si na caridade. Esta unidade manifesta-se de maneira privilegiada, na comunhão dos bispos entre si e com o sucessor de Pedro (Papa), a quem é confiada a autoridade sobre a Igreja universal.

A unidade da Igreja é rica em virtude da variedade dos carismas, que corresponde à diversidade dos dons de Deus. Os carismas são, com efeito, graças particulares, “manifestações” (cf. 1Cor 12, 7) do Espírito Santo para a edificação do povo de Deus.

A história passada e presente da Igreja deixa transparecer tensões, conflitos e mesmo divisões. Estas rupturas, que contradizem a vontade formal de Cristo (cf Jo 13, 21), são para o mundo um objecto de escândalo e constituem um obstáculo à evangelização. É por isso que o Vaticano II fez da restauração da unidade entre todos os cristãos uma das suas grandes preocupações.

A maioria das pessoas não faz ideia do que Deus poderia fazer delas se somente elas se colocassem à disposição d’Ele (Santo Inácio de Loyola).

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Ano da Fé – LV

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A Igreja, Corpo de Cristo

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje medito sobre uma outra expressão com que o Concílio Vaticano II indica a natureza da Igreja: a do corpo; o Concilio afirma que a Igreja é o Corpo de Cristo (cf. Lumen gentium, 7).

Gostaria de começar a partir de um texto dos Actos dos Apóstolos, que nós conhecemos bem: a conversão de Saulo, que depois se chamará Paulo, um dos maiores evangelizadores (cf. At 9, 4-5). Saulo é um perseguidor dos cristãos, mas enquanto percorre o caminho que leva à cidade de Damasco, é repentinamente envolvido por uma luz, cai no chão e ouve uma voz que lhe diz: «Saulo, Saulo, por que me persegues?». Ele pergunta: «Quem és, ó Senhor?», e aquela voz responde: «Sou Jesus, a quem tu persegues» (vv. 3-5). Esta experiência de São Paulo revela-nos como é profunda a união entre nós, cristãos, e o próprio Cristo. Quando Jesus subiu ao céu, não nos deixou órfãos, mas com o dom do Espírito Santo a união com Ele tornou-se ainda mais intensa. O Concílio Vaticano II afirma que, «comunicando o seu Espírito, [Jesus] fez misteriosamente de todos os seus irmãos, chamados de entre todos os povos, como que o seu próprio Corpo» (Const. Dogm. Lumen gentium, 7).

A imagem do corpo ajuda-nos a compreender este profundo vínculo Igreja-Cristo, que são Paulo desenvolveu de modo particular na Primeira Carta aos Coríntios (cf. cap. 12). Antes de tudo, o corpo chama-nos a uma realidade viva. A Igreja não é uma associação assistencial, cultural ou política, mas sim um corpo vivo, que caminha e age na história. E este corpo tem uma cabeça que o guia, alimenta e sustém. Este é um ponto que eu gostaria de frisar: se separarmos a cabeça do resto do corpo, a pessoa inteira não consegue sobreviver. Assim é na Igreja: devemos permanecer ligados de modo cada vez mais intenso a Jesus. Mas não só: como num corpo é importante que passe a linfa vital porque está viva, assim também devemos permitir que Jesus aja em nós, que a sua Palavra nos oriente, que a sua presença eucarística nos alimente e nos anime, que o seu amor infunda força no nosso amor ao próximo. E isto sempre! Sempre, sempre! Estimados irmãos e irmãs, permaneçamos unidos a Jesus, confiemos nele, orientemos a nossa vida segundo o seu Evangelho, alimentemo-nos com a oração quotidiana, com a escuta da Palavra de Deus e com a participação nos Sacramentos.

E chegamos assim a um segundo aspecto da Igreja como Corpo de Cristo. São Paulo afirma que, assim como os membros do corpo humano, embora sejam diferentes e numerosos, formam um único corpo, do mesmo modo todos nós fomos baptizados mediante um só Espírito, num único corpo (cf. 1 Cor 12, 12-13). Portanto, na Igreja existe uma variedade, uma diversidade de tarefas e de funções; não há uma uniformidade plana, mas a riqueza dos dons distribuídos pelo Espírito Santo. Há comunhão e unidade: todos estão em relação uns com os outros, e todos concorrem para formar um único corpo vital, profundamente ligado a Cristo. Recordemo-lo bem: fazer parte da Igreja quer dizer estar unido a Cristo e receber dele a vida divina que nos faz viver como cristãos, significa permanecer unido ao Papa e aos Bispos, que são instrumentos de unidade e de comunhão, e quer dizer também aprender a superar personalismos e divisões, a entender-se em maior medida uns aos outros, a harmonizar as variedades e as riquezas de cada um; em síntese, a amar mais Deus e as pessoas que estão ao nosso redor, em família, na paróquia e nas associações. Para viver, corpo e membros devem estar unidos! A unidade é superior aos conflitos, sempre! Se não se resolvem bem, os conflitos separam-nos uns dos outros, afastam-nos de Deus. O conflito pode ajudar-nos a crescer, mas também pode dividir-nos. Não percorramos o caminho das divisões, das lutas entre nós!

Todos unidos, todos unidos com as nossas diferenças, mas sempre unidos: este é o caminho de Jesus. A unidade é superior aos conflitos. A unidade é uma graça que devemos pedir ao Senhor, a fim de que nos liberte das tentações da divisão, das lutas entre nós, dos egoísmos e dos mexericos. Quanto mal fazem as bisbilhotices! Nunca murmuremos dos outros, jamais! Quanto dano causam à Igreja as divisões entre os cristãos, o partidarismo, os interesses mesquinhos!

As divisões entre nós, mas também entre as comunidades: cristãos evangélicos, cristãos ortodoxos e cristãos católicos, mas por que motivo divididos? Devemos procurar promover a unidade. Digo-vos uma coisa: hoje, antes de sair de casa, passei mais ou menos quarenta minutos, ou meia hora, com um Pastor evangélico e pudemos rezar juntos, procurando a unidade. Mas devemos rezar entre nós, católicos, e também com os outros cristãos; orar para que o Senhor nos conceda a unidade, a unidade entre nós. Mas como teremos a unidade entre os cristãos, se não somos capazes de a ter entre nós, católicos? De a ter em família? Quantas famílias lutam e se dividem! Procurai a unidade, a unidade que faz a Igreja. A unidade vem de Jesus Cristo. Ele envia-nos o Espírito Santo para realizar a unidade.

Estimados irmãos e irmãs, peçamos a Deus: ajudai-nos a ser membros do Corpo da Igreja, sempre profundamente unidos a Cristo; ajudai-nos a não fazer com com que o Corpo da Igreja sofra devido aos nossos conflitos, às nossas divisões e aos nossos egoísmos; ajudai-nos a ser membros vivos, ligados uns aos outros por uma única força, a do amor, que o Espírito Santo derrama nos nossos corações (cf. Rm 5, 5).

Papa Francisco

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Ano da Fé – LIV

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A Igreja, povo de Deus

Caros irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje gostaria de meditar brevemente sobre outra expressão com a qual o Concílio Vaticano II definiu a Igreja: «Povo de Deus» (cf. Constituição dogmática Lumen Gentium 9; Catecismo da Igreja Católica, nº 782). E faço-o mediante algumas perguntas, acerca das quais cada um poderá reflectir.

O que quer dizer ser «Povo de Deus»? Antes de tudo, significa que Deus não pertence de modo próprio a qualquer povo, pois é Ele que nos chama, que nos convoca, que nos convida a fazer parte do seu povo, e este convite é dirigido a todos, sem distinção, porque a misericórdia de Deus «deseja que todos os homens se salvem» (1 Tm 2, 4). Jesus não diz aos Apóstolos e a nós que formemos um grupo exclusivo, um grupo de elite. Jesus diz: ide e ensinai todas as nações (cf. Mt 28, 19). São Paulo afirma que no povo de Deus, na Igreja, «Já não há judeu nem grego… pois todos vós sois um só em Cristo Jesus» (Gl 3, 28). Gostaria de dizer inclusive àqueles que se sentem distantes de Deus e da Igreja, a quem é medroso ou indiferente, a quantos pensam que já não podem mudar: o Senhor chama-te, também a ti, a fazer parte do seu povo, e fá-lo com grande respeito e amor! Ele convida-nos a fazer parte deste povo, do povo de Deus.

Como nos tornamos membros deste povo? Não é através do nascimento físico, mas mediante um novo nascimento. No Evangelho, Jesus diz a Nicodemos que é preciso nascer do alto, da água e do Espírito para entrar no Reino de Deus (cf. Jo 3, 3-5). É através do Baptismo que nós somos introduzidos neste povo, mediante a fé em Cristo, dom de Deus que deve ser alimentado e desenvolver-se em toda a nossa vida. Perguntemo-nos: como faço crescer a fé que recebi no meu Baptismo? Como faço crescer esta fé que recebi e que o povo de Deus possui?

Outra pergunta. Qual é a lei do Povo de Deus? É a lei do amor, amor a Deus e amor ao próximo, segundo o mandamento novo que o Senhor nos deixou (cf. Jo 13, 34). Mas trata-se de um amor que não é sentimentalismo estéril, nem algo de vago, mas sim o reconhecimento de Deus como único Senhor da vida e, ao mesmo tempo, o acolhimento do outro como verdadeiro irmão, superando divisões, rivalidades, incompreensões e egoísmos; são dois elementos que caminham juntos. Quanto caminho ainda temos que percorrer, para viver concretamente esta nova lei, a do Espírito Santo que age em nós, a da caridade, do amor! Lemos nos jornais ou vemos na televisão que há muitas guerras entre cristãos; como pode acontecer isto? Quantas guerras no seio do povo de Deus! Nos bairros, nos lugares de trabalho, quantas guerras por inveja, ciúmes! Até na mesma família, quantas guerras internas! Devemos pedir ao Senhor que nos faça compreender bem esta lei do amor. Como é bom amar-nos uns aos outros, como verdadeiros irmãos. Como é bom! Hoje façamos algo. Talvez todos nós tenhamos simpatias e antipatias; talvez muitos de nós tenhamos um pouco de raiva a alguém; então, digamos ao Senhor: Senhor, estou enraivecido com ele ou com ela; rezo a Ti por ele e por ela. Orar por aqueles com os quais estamos irados é um bom passo em frente nesta lei do amor. Façamo-lo? Façamo-lo, hoje mesmo!

Que missão tem este povo? A missão de levar ao mundo a esperança e a salvação de Deus: ser sinal do amor de Deus que chama todos à amizade com Ele; ser fermento que faz levedar toda a massa, sal que dá sabor e que preserva da corrupção, ser luz que ilumina. Ao nosso redor, é suficiente ler um jornal — como eu disse — para ver que a presença do mal existe, que o Diabo age. Mas gostaria de dizer em voz alta: Deus é mais forte! Vós acreditais nisto, que Deus é mais forte? Então digamo-lo juntos, digamo-lo todos juntos: Deus é mais forte! E sabeis por que motivo é mais forte? Porque Ele é o Senhor, o único Senhor! E gostaria de acrescentar também que a realidade às vezes obscura, marcada pelo mal, pode mudar, se formos os primeiros a transmitir a luz do Evangelho, principalmente através da nossa própria vida. Se num estádio, pensemos aqui em Roma no Olímpico, ou naquele de São Lourenço em Buenos Aires, numa noite escura, uma pessoa acende uma luz, mal se entrevê; mas se os mais de setenta mil espectadores acendem a própria luz, o estádio ilumina-se. Façamos com que a nossa vida seja uma luz de Cristo; juntos, levaremos a luz do Evangelho a toda a realidade.

Qual é a finalidade deste povo? A finalidade é o Reino de Deus, encetado na terra pelo próprio Deus e que deve ser ampliado até ao seu cumprimento, quando voltar Cristo, nossa vida (cf. Lumen gentium, 9). Então, a finalidade é a comunhão plena com o Senhor, a familiaridade com o Senhor, entrar na sua própria vida divina, onde viveremos a alegria do seu amor incomensurável, uma alegria plena.

Estimados irmãos e irmãs, ser Igreja, ser Povo de Deus, segundo o grande desígnio de amor do Pai, quer dizer ser o fermento de Deus nesta nossa humanidade, significa anunciar e levar a salvação de Deus a este nosso mundo, que muitas vezes se sente perdido, necessitado de respostas que animem, que infundam esperança e que dêem um vigor renovado ao caminho. A Igreja seja lugar da misericórdia e da esperança de Deus, onde cada qual possa sentir-se acolhido, amado, perdoado e encorajado a viver em conformidade com a vida boa do Evangelho. E para fazer com que o outro se sinta acolhido, amado, perdoado e encorajado, a Igreja deve manter as suas portas abertas, a fim de que todos possam entrar. E nós temos que sair através de tais portas e anunciar o Evangelho.

 

Papa Francisco

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Ano da Fé – LIII

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A Igreja, família de Deus

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!

Na quarta-feira passada sublinhei o vínculo profundo entre o Espírito Santo e a Igreja. Hoje, gostaria de encetar algumas catequeses sobre o mistério da Igreja, mistério que todos nós vivemos e do qual fazemos parte. Gostaria de o fazer com expressões bem presentes nos textos do Concílio Vaticano II. Hoje, a primeira: a Igreja como família de Deus.

Durante estes meses, referi-me várias vezes à parábola do filho pródigo, ou melhor, do pai misericordioso (cf. Lc 15, 11-32). O filho mais jovem deixa a casa do pai, esbanja tudo e decide voltar para casa, porque se dá conta de ter errado, mas não se considera digno de ser filho, e pensa que pode ser acolhido de novo, mas como servo. O pai, ao contrário, corre ao seu encontro, abraça-o, restitui-lhe a dignidade de filho e faz festa. Esta parábola, como outras no Evangelho, indica bem o desígnio de Deus sobre a humanidade.

Em que consiste este desígnio de Deus? Em fazer de todos nós uma única família dos seus filhos, na qual cada um o sinta próximo e amado por Ele, como na parábola evangélica, sentindo o entusiasmo de ser família de Deus. É neste grande desígnio que a Igreja encontra a sua raiz, a qual não é uma organização derivada de um acordo entre algumas pessoas, mas — como nos recordou tantas vezes o Papa Bento XVI — é obra de Deus, nasce precisamente deste desígnio de amor que se realiza progressivamente na história. A Igreja nasce do desejo de Deus de chamar todos os homens à comunhão com Ele, à sua amizade, aliás, como seus filhos, a participar na sua vida divina. A própria palavra «Igreja», do grego ekklesia, significa «convocação»: Deus convoca-nos, impele-nos a sair do individualismo, da tendência de nos fecharmos em nós mesmos, e chama-nos a fazer parte da sua família. E este chamamento encontra a sua origem na própria criação. Deus criou-nos para que vivamos numa relação de profunda amizade com Ele, e até quando o pecado interrompeu esta relação com Ele, com os outros e com a criação, Deus não nos abandonou. Toda a história da salvação é a história de Deus que se põe em busca do homem, que lhe oferece o seu amor e o acolhe. Chamou Abraão para ser pai de uma multidão; escolheu o povo de Israel para estabelecer uma aliança que abranja todos os povos e, na plenitude dos tempos, enviou o seu Filho para que o seu desígnio de amor e de salvação se realize numa aliança nova e eterna com a humanidade inteira. Quando lemos os Evangelhos, vemos que Jesus reúne ao seu redor uma pequena comunidade que acolhe a sua palavra, que a segue, compartilha o seu caminho tornando-se a sua família e, com esta comunidade, prepara e constrói a sua Igreja.

Então, de onde nasce a Igreja? Nasce do gesto supremo de amor da Cruz, do lado aberto de Jesus, de onde jorram sangue e água, símbolo dos Sacramentos da Eucaristia e do Baptismo. Na família de Deus, na Igreja, a linfa vital é o amor de Deus que se concretiza no amor a Ele e ao próximo, a todos, sem distinções nem medida. A Igreja é família na qual amamos e somos amados.

Quando se manifesta a Igreja? Pudemos celebrá-la há dois domingos; ela manifesta-se quando o dom do Espírito Santo enche o coração dos Apóstolos, impelindo-os a sair e a começar a percorrer o caminho para anunciar o Evangelho, para difundir o amor de Deus.

Ainda hoje alguns dizem: «Cristo sim, a Igreja não». Como aqueles que dizem: «Creio em Deus, mas não nos sacerdotes». Mas é precisamente a Igreja que nos traz Cristo e que nos leva a Deus; a Igreja é a grande família dos filhos de Deus. Sem dúvida, ela também tem aspectos humanos; naqueles que a compõem, Pastores e fiéis, existem defeitos, imperfeições e pecados; até o Papa os tem, e tem tantos, mas é bom saber que quando nos damos conta que somos pecadores, encontramos a misericórdia de Deus, que perdoa sempre. Não o esqueçais: Deus perdoa sempre e recebe-nos no seu amor de perdão e de misericórdia. Alguns dizem que o pecado é uma ofensa a Deus, mas é também uma oportunidade de humilhação, para nos darmos conta de que existe algo melhor: a misericórdia de Deus. Pensemos nisto.

Interroguemo-nos hoje: quanto amo a Igreja? Rezo por ela? Sinto-me parte da família da Igreja? O que faço para que ela seja uma comunidade na qual cada um se sinta acolhido e compreendido, sinta a misericórdia e o amor de Deus que renova a vida? A fé é um dom e um acto que nos diz respeito pessoalmente, mas Deus chama-nos a viver juntos a nossa fé, como família, como Igreja.

Peçamos ao Senhor, de modo totalmente especial neste Ano da Fé que as nossas comunidades, a Igreja inteira, sejam famílias cada vez mais autênticas, que vivem e transmitem o entusiasmo de Deus.

Papa Francisco

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