Ano da Fé – LXVI

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Amen

Ao longo do Ano da Fé apresentamos a Palavra de luz que a Igreja recebeu do seu Senhor e que ela tem a missão de fazer irradiar sobre o mundo. De Deus, de Cristo, da Igreja, da vida eterna e dos caminhos que a ela conduzem, fala-se na Igreja dentro de um quadro bem definido, constituído por duas afirmações. A primeira é “Eu creio”. A segunda é conservada na sua forma hebraica: “Amen”.

Amen é uma espécie de assinatura do crente, a acta da sua adesão. O Amen do crente tem a simplicidade mas também a força de um Sim que compromete a vida toda. É a palavra da testemunha, em resposta a uma verdade que a arrebatou. A palavra de fé expressa no Amen não é, com efeito dada no ar. Não é uma palavra sem fundamento. Encontra-o na Palavra de revelação e de salvação que lhe transmite a Igreja.

A segurança que acompanha o Amen do crente não tem, em última análise, outro fundamento senão o próprio Deus. Ele recebe-a como uma graça do Deus vivo e verdadeiro, presente e agindo no testemunho da Igreja. Este Deus é o Deus “poderoso”, fiel e firme nas suas promessas, o Deus da Verdade, que não engana: Aquele em quem podemos repousar, em quem podemos fiar-nos.

O seu Amen, Deus pronunciou-o com toda a força e com todo o seu conteúdo em Cristo Jesus. “Cristo Jesus (…) não foi ‘sim’ e ‘não’. O que há n’Ele é um ‘sim’! É que todas as promessas de Deus encontram n’Ele um ‘sim’. Deste modo, por seu intermédio, nós dizemos ‘amen’ a Deus, a fim de lhe darmos glória” (2Cor 1, 19-20). Jesus é a “testemunha fiel e verídica, aquele que é o Amen” (Ap 3, 14). E o Amen do crente traduz o acolhimento ao testemunho desta testemunha fiel, assim como a resolução de o repercutir em palavras e actos.

O crente junta o seu Amen “à imensa multidão das testemunhas” que o precederam, “fixando os olhos em Jesus, guia da nossa fé e autor da sua perfeição” (Heb 12, 1-2). Ele junta-se ao Amen que não cessam de cantar os anjos à volta do trono de Deus e daqueles que triunfaram das provações, daqueles que “lavaram as suas vestes” e “as purificaram no sangue do Cordeiro” (Ap 7, 14).

Com os que se encontram, como ele, ainda a caminho, o crente presta ouvidos ainda mais à voz “d’Aquele que dá testemunho destas coisas e diz: ‘Sim, virei em breve’”. Num desejo repleto de esperança ele repete então, por seu turno: “Amen! Vem Senhor Jesus” (Ap 22, 20).

Quem diz Amen dá a sua assinatura (Santo Agostinho).

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