Creio na comunhão dos santos
A Igreja é comunhão dos santos na medida em que os seus membros são santificados, isto é, tornados santos no baptismo pelo dom do Espírito e pela sua incorporação, então realizada, no Corpo de Cristo; é-o também na medida em que vive destas realidades santas que são os sacramentos, designadamente a Eucaristia..
A comunhão dos santos é principalmente esta comunhão actual realizada pelo Espírito Santo entre todos os discípulos de Cristo que vivem hoje convocados na Igreja. A comunhão dos santos é uma comunhão realizada com a Santa Virgem Maria e com todos os santos do céu, em particular com aqueles que foram canonizados, isto é, aqueles cujo testemunho exemplar foi oficialmente reconhecido pela Igreja. Com efeito, os cristãos não encontram somente na vida dos santos, um modelo mas também na comunhão com eles uma família, e na sua intercessão um auxílio.
Mas a comunhão dos santos estende-se também a todos aqueles que adormeceram na paz de Cristo. É assim que a Igreja desde os primeiros tempos do cristianismo cultivou com muita piedade a memória dos defuntos.
Podemos pedir ajuda aos santos que mais nos dizem e, inclusivamente aos nossos familiares falecidos que cremos estarem já em Deus. Inversamente, podemos ajudar os nossos falecidos, ainda em processo de purificação, mediante a nossa oração de súplica. Tudo o que uma pessoa faz ou sofre em Cristo e por Cristo torna-se proveitoso para todos; infelizmente, isso também significa, contrariamente, que cada pecado danifica a comunhão.
A festa de Todos os Santos reúne na mesma acção de graças todos aqueles, conhecidos e desconhecidos, que constituem a “cidade santa, a nova Jerusalém” (Ap 21, 2), realização da humanidade segundo o desígnio de Deus.