Ano da Fé – LVII

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Creio na Igreja santa

A santidade é um qualificativo que muitas pessoas têm dificuldade em reconhecer na Igreja. Não estará a história dela manchada por mediocridades e mesmo por crimes e violências? Serão os cristãos melhores do que os outros? A Igreja é santa não por serem santos todos os seus membros, mas porque Deus é santo e age nela. A Igreja é santa porque tem a sua fonte em Deus que é santo. É santa porque está estreitamente ligada a Cristo e porque está animada pelo Espírito que nunca dela se ausenta. É santa pelo seu Credo, pelos sacramentos e pelos ministérios que lhe permitem realizar a sua obra.

A santidade da Igreja suscita a santidade dos seus membros. A Igreja manifesta no mundo que a fé que professa é capaz de produzir autênticos frutos de santidade. Estes reconhecem-se no inumerável cortejo de santos ilustres, cujos nomes assinalam a sua história. Eles afloram também no testemunho de vidas que o contacto do Evangelho inspira e que reflectem qualquer coisa da santidade de Cristo. O santos são pessoas que amam – não porque o consigam fazer tão bem, mas porque Deus os tocou. Eles transmitem às outras pessoas o amor que, de um jeito próprio, frequentemente original, experimentaram de Deus. Contudo, a Igreja não cessa de implorar para si e para os seus membros a misericórdia e de escutar o apelo à conversão. Ela sabe que os seus membros são pecadores.

Na Igreja todos são chamados à santidade. O baptismo implica esta vocação, comum a todos os membros do povo de Deus, sejam eles leigos ou ministros ordenados, vivam no mundo ou numa comunidade religiosa, sejam casados ou solteiros. Esta santidade desdobra-se em caridade, dom de Deus que é amor. Caridade para com os irmãos, mas também para cada um dos homens, que hão-se ser amados com o amor que Deus lhes tem.

Em jeito de conclusão, chamamos a Igreja de “santa”, apesar de suas limitações e pecados. A Igreja é santa, pela sua união com Cristo, seu Esposo. Ele a escolheu, a desposou e a quer “toda bela, sem mancha nem ruga ou qualquer reparo, mas santa e sem defeito” (Ef 4,27). Quando um rei ou um príncipe casa com uma plebeia, esta passa a ser chamada de “rainha” ou “princesa”. A Igreja é chamada de “santa”, por ser a Esposa de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O título de “santa”, mais do que um privilégio, é uma tremenda responsabilidade. Afinal, uma rainha não pode comportar-se como uma mulher vulgar, não é? Por isso, nós, homens e mulheres de Igreja, devemos comunicar a todos a beleza de Deus, a misericórdia de Cristo, a alegria do Espírito Santo, que recebemos no baptismo. Toda a nossa vida será, então, como uma bela celebração litúrgica.

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