Oração a São José

Oração a São José

São José, Pai amado,
Esposo virginal de Maria
e Pai adoptivo de Jesus,
tu és anunciador dos tempos novos.
Como Maria, disponibilizaste-te,
para que Deus fizesse em ti e por ti,
o que quisesse, em vista da nossa salvação,
em dom total da tua pessoa, da tua vida,
de todas as tuas capacidades,
do teu coração e do teu trabalho,
à vontade de Deus e à Sagrada Família de Nazaré.
Agradecido, o povo cristão responde,
de muitas e variadas formas,
ao teu amor com o seu amor.
A sua confiança é tão grande,
que convictamente diz: “Ide a José”,
pois nada recusas a quem recorre a ti,
ó poderoso advogado e intercessor.
São José, Pai amado, rogai por nós.
Amen.

 

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Quaresma com Santa Teresa de Jesus – 5

ORAR EM CADA DIA DA 3ª SEMANA DA QUARESMA 2021

Segunda-feira da 3ª semana da Quaresma – Fonte de água viva

A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo, quando irei contemplar a face de Deus? (Sl 41,3).

O Senhor ensinou-vos o caminho e a mim que escrevesse… como devem comportar-se uma vez chegadas a esta fonte de água viva e o que a alma ali sente e como Deus a satisfaz plenamente e lhe tira a sede das coisas deste mundo, e a faz crescer nas coisas do serviço de Deus. (Caminho de Perfeição, cód. Escorial 73,5).

Jesus, como um mendigo suplico o teu auxílio, a tua presença e a tua graça.

Terça-feira da 3ª semana da Quaresma – Um caminho de conversão

E agora Vos seguimos de todo o coração, Vos tememos e buscamos o vosso rosto. (Dn 3,41).

Olhos fixos n’Ele e não haja medo de que se ponha este Sol da Justiça, nem que nos deixe caminhar de noite para nos perdermos, se nós primeiro não O deixamos a Ele. (Vida 35,14).

Com os olhos fixos no Senhor, quero avançar resolutamente no meu caminho de conversão.

Quarta-feira da 3ª semana da Quaresma – Juntos em Comunhão

Qual é, na verdade, a nação que tem a divindade tão perto de si, como está perto de nós o Senhor nosso Deus, sempre que O invocamos? (Dt 4, 7).

Quer Deus, por Sua grandeza, que esta alma entenda que Sua Majestade está tão perto dela que já não tem necessidade de enviar mensageiros, mas somente de falar – ela mesma – com Ele… (Vida 14,5).

Porquê procurar-Te noutro sítio, quando estás presente em mim e nos outros?

Quinta-feira da 3ª semana da Quaresma – Contemplar

Escutai a minha voz, e Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo. Segui sempre a senda que vos indicar, a fim de que sejais felizes (Jr 7, 23).

Ó Senhor! Que todo o dano nos vem de não ter os olhos postos em Vós, que, se não olhássemos a outra coisa senão o caminho, depressa chegaríamos; mas damos mil quedas e tropeçamos e erramos o caminho por não pôr os olhos, como digo, no verdadeiro caminho. (Caminho de Perfeição 16,11).

Guarda os meus olhos fixos em ti Senhor, Tu, a nossa verdadeira felicidade!

Sexta-feira da 3ª semana da Quaresma – Alegria e liberdade

Curarei a sua infidelidade, amá-los-ei de todo o coração. (Os 14, 5).

Não me parece senão que a alma sai como o ouro do crisol, mais afinada e clarificada para ver em si o Senhor. (Vida 30,14).

Concede-me, Deus muito bom, encontrar no amor e na fidelidade, a alegria e a liberdade.

Sábado da 3ª semana da Quaresma – Prepare seu coração

Procuremos conhecer o Senhor: a sua vinda é certa como a aurora. Virá a nós como aguaceiro de outono, como a chuva da primavera sobre a face da terra. (Os 6, 3).

Começa já aqui neste mundo a dar-nos o Seu reino, para que deveras O louvemos e santifiquemos o Seu Nome e procuremos que todos o façam. (Caminho de Perfeição 31,1).

Assim como se prepara a terra para a primavera, prepara o meu coração para uma vida nova.

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3º Domingo da Quaresma – Ano B

Não façais da casa de meu Pai casa de comércio

A expulsão dos vendilhões do Templo, que nos evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas ocorre no Domingo de Ramos, no evangelho de João vem no princípio, onde Jesus e a sua missão são apresentados.
Estamos perto da Páscoa. Por ocasião desta festa, Jerusalém, que tinha cerca de 55.000 habitantes, chegava a albergar 125.000 peregrinos, sacrificando-se no Templo uns 18.000 cordeiros pascais. Era nesta ocasião que o comércio relacionado com o Templo atingia o seu ápice. Três semanas antes da festa, começava a emissão de licenças para a instalação dos postos comerciais à volta do Templo, onde se vendiam os animais e outras coisas necessárias para os sacrifícios, e as mesas dos cambistas, onde se trocavam por moedas judaicas as moedas romanas, que, por terem a efígie do imperador, designado “divino”, não podiam circular no Templo. Todo este comércio era controlado por Anás, que conseguiu habilmente que todo o dinheiro arrecadado no Templo revertesse para a sua família e funcionários. Entretanto, a avidez de lucro levara-o a ocupar também o “Átrio dos gentios”, a zona do Templo destinada aos não judeus, transformando-a num “covil de ladrões” (Jr 7,11).
Ao ver o que passava diante dos seus olhos no Templo de Jerusalém, Jesus “Fez então um chicote de cordas e expulsou-os a todos do Templo, com as ovelhas e os bois; deitou por terra o dinheiro dos cambistas e virou-lhes as mesas; e disse aos que vendiam pombas: «Tirai estas coisas daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio» ”.
Ao expulsar também do Templo as ovelhas, bois e pombas que serviam para os sacrifícios, Jesus não só propõe a reforma do culto, mas também a abolição dos sacrifícios, incapazes de renovar o homem. Desta forma, Jesus reivindica ser mais do que um profeta: ele é o próprio Filho de Deus que age em nome do Pai, defendendo os interesses do Pai sobre a terra. Por isso diz: “Não façais da casa de meu Pai casa de comércio”.
Com este gesto, Jesus entra em rota de colisão com a aristocracia sacerdotal de Jerusalém, os sumos-sacerdotes, do partido dos saduceus, precipitando a decisão da sua morte. Pedem a Jesus um “sinal” que demonstre que ele é o Messias. Jesus responde: “destruí este Templo e em três dias eu o levantarei”. Jesus desafia os líderes que o questionaram a suprimir o Templo que é ele próprio, mas deixa claro que, três dias depois, esse Templo estará outra vez erigido no meio dos homens. Jesus alude, evidentemente, à sua ressurreição, garantia de que Jesus vem de Deus.
Jesus é o «lugar» da adoração de Deus, a verdadeira «Casa de Deus», o Santuário de Deus. A presença de Jesus Ressuscitado no meio de nós é o nosso verdadeiro «Templo».

Palavra para o caminho

“Mas – perguntemo-nos, e cada um de nós se pode questionar: o Senhor sente-se deveras em casa na nossa vida? Permitimos que ele faça «limpeza» no nosso coração e afaste os ídolos, ou seja, aquelas atitudes de cupidez, ciúmes, mundanidade, inveja, ódio, aquele hábito de falar mal dos outros pelas «costas»? Permitimos-lhe que limpe todos os comportamentos contra Deus, contra o próximo e contra nós mesmos, como ouvimos hoje na primeira Leitura? Cada um pode responder a si mesmo, em silêncio, no seu coração” (Papa Francisco).

 

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O melhor jejum na Quaresma

1 – Jejum de palavras negativas e dizer palavras bondosas. 2 – Jejum de descontentamento e encher-se de gratidão. 3 – Jejum de raiva e encher-se de mansidão e paciência. 4 – Jejum de pessimismo e encher-se de esperança e optimismo. 5 – Jejum de preocupações e encher-se de confiança em Deus. 6 – Jejum de queixas e encher-se com as coisas simples da vida. 7 – Jejum de tensões e encher-se com orações. 8 – Jejum de amargura e tristeza e encher o coração de alegria. 9 – Jejum de egoísmo e encher-se com compaixão pelos outros. 10 – Jejum de falta de perdão e encher-se de reconciliação. 11 – Jejum de palavras e encher-se de silêncio para ouvir os outros.

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A oração e a Trindade

A oração abre os nossos corações à Santíssima Trindade, àquele mar imenso que é Deus amor: um amor que se dilatou até chegar à nossa praia humana. Somos o receptáculo dum amor sem igual sobre a terra. E quem nos abriu o Céu e introduziu na relação com Deus, foi Jesus. Graças à sua humanidade, tornou-se manifesta e acessível aos homens a própria vida da Trindade. Vendo-O rezar a seu Pai, os discípulos pediram-Lhe: «Senhor, ensina-nos a rezar». É que não sabíamos sequer como rezar, ou seja, quais palavras, sentimentos e atitudes nossas poderiam ser apropriadas para Deus. O reconhecimento mais comovente desta pobreza da nossa oração encontra-se nos lábios daquele centurião romano que suplicou a Jesus a cura do servo gravemente doente. Não sendo judeu, antes fazendo parte do odiado exército de ocupação, o centurião sentia-se totalmente indigno de apresentar o pedido, mas a preocupação pelo servo fê-lo ousar: «Senhor, eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto; mas diz uma só palavra e o meu servo será curado» (Mt 8, 8). Fazemos idêntica oração em cada Eucaristia. Dialogar com Deus é uma graça: nós não somos dignos, não temos qualquer direito para o reivindicar… Jesus é uma porta que se nos abre! Com o exemplo da sua vida, Jesus fez-nos intuir um pouco do mistério da Trindade divina que é a origem e a alegria de todo o universo, convidou-nos a entrar naquele abismo de benevolência entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Verdadeiramente não podíamos esperar vocação mais alta: a humanidade de Jesus pôs à nossa disposição a vida da Santíssima Trindade (Papa Francisco, Audiência geral (resumo), 3 de Março, 2021).

 Texto completo da Audiência geral:

http://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2021/documents/papa-francesco_20210303_udienza-generale.html

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Quaresma: 15 actos simples e concretos de caridade

1 – Sorrir, um cristão é sempre alegre! 2 – Agradecer, embora não “precise” de fazê-lo. 3 – Lembrar ao outro quanto o ama. 4 – Cumprimentar com alegria as pessoas que vê todos os dias. 5 – Ouvir a história do outro, sem julgamento, com amor. 6 – Parar para ajudar. Estar atento a quem precisa de ti. 7 – Animar alguém. 8 – Reconhecer os sucessos e as qualidades do outro. 9 – Separar o que não usa e dar a quem precisa. 10 – Ajudar alguém para que ele possa descansar. 11 – Corrigir com amor, não calar por medo. 12 – Ter delicadezas com os que estão perto de ti. 13 – Limpar o que sujaste, em casa. 14 – Ajudar os outros a superar os obstáculos. 15 – Telefonar aos pais e outras pessoas.

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Quaresma com Santa Teresa de Jesus – 4

ORAR EM CADA DIA DA 2ª SEMANA DA QUARESMA 2021

 Segunda-feira da 2ª semana da Quaresma – A graça do perdão

Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados. (Lc 16, 37).

…parece-me que perdoaria [qualquer coisa] para Vós me perdoardes a mim, ou para cumprir a vossa vontade sem condições. Mas, não sei o que faria na realidade se me condenassem sem culpa. (C.P, Ms Escorial 63, 2).

Tu, Senhor, perdoas sempre… e eu ? Quem é que espera pelo meu perdão hoje?

Terça-feira da 2ª semana da Quaresma – Caridade entre irmãos e irmãs

Aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. (Is 1,17).

Não está a perfeição nos gostos, nem no prémio, senão em quem mais ama e em quem melhor opera com justiça e verdade. (3 M 2, 10).

Tu, a esperança dos homens, sê-o de todos os meus encontros quotidianos.

Quarta-feira da 2ª semana da Quaresma – Eu sou o servo do Senhor

O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e dar a vida pela redenção dos homens. (Mt 20, 28).

A alma estimar-se-á feliz por ser a serva das servas do Senhor. (C.P. Ms Escorial 27, 1).

Estou pronto(a) a pôr o avental de serviço?

Quinta-feira da 2ª semana da Quaresma – Passe um tempo com Ele

Bendito o homem que confia no Senhor e põe no Senhor a sua esperança. (Jr 17, 7).

Começou a crescer em mim a disposição de estar mais tempo com Ele e a tirarem-se-me dos olhos as ocasiões; porque, uma vez afastadas estas, logo voltava a amar Sua Majestade. (Vida 9,9).

Jesus, tenho confiança em Ti ! Guarda-me na tua mão.

Sexta-feira da 2ª semana da Quaresma – Obrigado Senhor!

Disse-lhes Jesus: «Nunca lestes na Escritura: a pedra rejeitada pelos construtores tornou-se pedra angular; tudo isto veio do Senhor, é admirável aos nosso olhos?» (Mt 21, 42).

O Senhor saiu glorioso do campo de batalha onde ganhou um imenso reino que quer todo para vós, ao mesmo tempo que Se vos dá Ele mesmo. Acaso será muito que eleveis de quando em quando os olhos para Aquele que vos faz um tal dom? (C. P. Ms Escorial 42,4).

Jesus alcançou-nos a salvação. Saberei eu exprimir-Lhe o meu reconhecimento e o meu amor?

Sábado da 2ª semana da Quaresma – A presença d’Ele no meu coração

Ele voltará a ter piedade de nós, pisará aos pés as nossas faltas, lançará para o fundo do mar todos os nossos pecados. (Miq 7, 19).

Bendito sejais para sempre, pois, embora eu Vos deixasse, Vós não me deixastes a mim tão de todo que não me tornasse a levantar com o dardes-me sempre a mão. E muitas vezes, Senhor, eu não a queria, nem queria entender como tantas vezes me chamáveis de novo. (Vida 6, 9).

Senhor, no meu coração queria que Tu fosses o maior de todos.

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2º Domingo da Quaresma – Ano B

“Este é o meu Filho muito amado. Escutai-o”

O Evangelho do 2º Domingo da Quaresma relata a Transfiguração de Jesus. Este acontecimento relaciona-se com o que sucedeu seis seis dias antes, quando Jesus tinha revelado aos seus discípulos que em Jerusalém deveria sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos escribas, ser morto e, após três dias, ressuscitar.

O anúncio da paixão submergiu os discípulos numa crise profunda. Nas suas cabeças tudo era confusão porque o que era ensinado era que o Messias seria glorioso e vitorioso. É por causa disto que Pedro reage com muita força contra a cruz. Um condenado à morte de cruz não podia ser o Messias, mas pelo contrário, segundo a Lei de Deus, devia ser considerado como um “maldito de Deus” (Dt 21, 22-23). Perante isto, a experiência da Transfiguração de Jesus podia ajudar os discípulos a superar o escândalo da cruz.

Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e levou-os a um monte elevado e foi transfigurado por Deus diante deles. Trata-se literalmente de uma “metamorfose”, uma transformação da forma exterior que manifesta a glória divina de Jesus, o que ele é interiormente. Nada se refere do aspecto de Jesus, impossível de descrever; diz-se apenas que a luz que dele irradia transforma o aspecto das suas vestes numa brancura sobrenatural.

Na Transfiguração, Jesus aparece na glória, e fala com Moisés e Elias que representam a Lei e os Profetas: “O Novo [Testamento] está escondido no Antigo e o Antigo revela-se no Novo” (Santo Agostinho). O evangelista ao referir as duas personagens quer realçar que Jesus está em continuidade com as Escrituras, isto é, o caminho que Jesus segue está de acordo com a vontade de Deus. Como Moisés e Elias foram rejeitados e perseguidos no seu tempo, também Jesus o será. O caminho da glória passa pela cruz.

“E eis que uma nuvem os cobriu com a sua sombra. E da nuvem veio uma voz: Este é o meu Filho muito amado. Escutai-o”. O Pai oferece em Jesus, seu Filho, a sua mais completa e definitiva revelação aos homens. Nele diz tudo e já não tem mais nada a dizer. Para nós o importante é escutar Jesus, o Filho amado, e viver uma relação consciente e cada vez mais comprometida com ele e com os outros, para sermos transformados pela acção do Espírito Santo que nos torna cada vez mais semelhantes a Jesus.

Na caminhada para a Páscoa somos também convidados a subir com Jesus ao cimo da montanha e viver a alegria da comunhão com ele. Nas dificuldades e conflitos da caminhada o Pai mostra-nos desde já sinais da ressurreição e continua a dizer-nos: “Este é o meu Filho muito amado. Escutai-o”. Contudo, não subimos para ficar para sempre no cimo da montanha, mas temos de descer para sermos missionários da transfiguração.

Oração

Deus de infinita bondade, que nos mandais ouvir o vosso amado Filho, fortalecei-nos com o alimento interior da vossa Palavra, de modo que, purificado o nosso olhar espiritual, possamos alegrar-nos um dia na visão da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.

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Quaresma com Santa Teresa de Jesus – 3

 ORAR EM CADA DIA DA 1ª SEMANA DA QUARESMA 2021

 Quinta-feira da 1ª semana da Quaresma: Fortalece a tua fé

Pedi, e ser-vos-á dado; procurai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á (Mt 7,7).

Pedi e recebereis». Se não credes a Sua Majestade nas passagens do seu Evangelho em que nos assegura isto, de pouco aproveita que eu quebre a cabeça em vo-lo dizer. Digo, no entanto, a quem tiver alguma dúvida, que pouco perde em experimentá-lo. (C P 23,6).

Eu creio Senhor, vem em auxílio da minha pouca fé!

Sexta-feira da 1ª semana da Quaresma: Sirva-O

Se o pecador se afasta do pecado que cometeu para praticar o direito e a justiça, salvará a sua vida. (Ez 18,27).

Vê-se o que ganha a alma nesta boa companhia que tem; porque lhe dá o Senhor uma grande inteireza, para não torcer nada em coisa que seja do Seu serviço e boas determinações. (7 M 4,2).

À luz da Palavra, que resolução vou tomar hoje?

Sábado da 1ª semana de Quaresma: Amar incondicionalmente

Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Fazendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no Céu. (Mt 5,44).

Pedi a Nosso Senhor que vos dê com perfeição este amor do próximo e deixai fazer a Sua Majestade, que Ele vos dará mais do que sabeis desejar, desde que vos esforceis e procureis isto em tudo o que puderdes (…). (5 M 3, 12).

Perdoa, Senhor, a dureza do meu coração e dá-me a graça de uma verdadeira compaixão.

 

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Práticas, sinais e devoções quaresmais

Cerca de duzentos anos após a morte de Jesus, os cristãos começaram a preparar a Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Em meados do séc. IV, esse tempo passou para quarenta dias e, por isso, começou a chamar-se Quaresma (do latim, quadragesima dies). O número quarenta é, na Escritura, símbolo da preparação, da prova e do arrependimento (Ex 24, 18; Jn 3, 4; Mt 4, 2; At 1, 3).

A Quaresma é, por isso, o tempo de preparação para a Páscoa, mediante o arrependimento e a conversão. Começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na Quinta-feira Santa, dia em que se inicia o Tríduo Pascal. Os domingos não entram na contagem por serem o dia da semana em que se celebra a Páscoa de Jesus.

Entre as práticas quaresmais, contam-se a esmola, a oração e o jejum (evangelho da Quarta-feira de Cinzas [Mt 6, 1-6.16-18]). A esmola remete para a partilha e o jejum significa comer menos. Além destas, são de referir a confissão quaresmal e a abstinência que consistia tradicionalmente em não comer carne, mas pode ser entendida como privação do que mais gostamos. De uma forma ou de outra, o jejum e a abstinência têm como objetivo promover o autodomínio, fomentar a partilha e lembrar que “nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4, 4).

São diversos os sinais da Quaresma: as cinzas lembram-nos a brevidade da vida e a fragilidade da condição humana (“Lembra-te, homem, que és pó…”); a ausência de flores, nas Igrejas, sugere a contenção e o recolhimento (excetua-se o Domingo da Alegria/IV da Quaresma); o roxo dos paramentos, a ausência do Glória e do Aleluia, nas celebrações, situam-nos num tempo de introspeção reflexiva, favorecida por uma música mais recolhida (o órgão deve tocar, em volume baixo, apenas para acompanhar os cânticos).

Também são diversas as devoções da Quaresma. A mais pública é a Procissão de Passos (a palavra “passos” deriva do particípio perfeito latino passus, a, um, “que sofreu”). Não é uma peça de teatro nem uma festa, apesar de eu já ter ouvido chamar-lhe Festa dos Passos e mesmo romaria quaresmal! A Procissão de Passos só faz sentido se for uma oportunidade para meditar no sofrimento de Jesus e nos tornarmos mais sensíveis ao sofrimento dos outros.

Devoção muito divulgada é a Via Sacra (“caminho sagrado”). Consiste na meditação da Paixão, em 14 estações. A sua forma atual aparece já na primeira metade do século XVII, foi difundida por S. Leonardo de Porto Maurício (+1751), aprovada pela Santa Sé e enriquecida de indulgências. Acontece, por regra, nas Igrejas, mas também nos lares cristãos e no espaço público. A Via Sacra ao vivo tornou-se frequente entre nós e, por vezes, quase se confunde com as Procissões de Passos.

Devoção menos frequente é a das Sete Dores de Nossa Senhora: profecia de Simeão (Lc 2, 34-35); fuga para o Egito (Mt 2, 13-15); perda de Jesus, no Templo (Lc 2, 41-51); encontro de Maria com Jesus a caminho do Calvário (Lc 23, 27-31); morte de Jesus, na cruz – Stabat Mater (Jo 19, 25-27); Maria recebe nos braços o filho morto – Pietà (Mt 27, 55-61); Maria observa a sepultura do Filho (Lc 23, 50-55). É vivida com muita intensidade, nas sextas-feiras da Quaresma, na Igreja de Nossa Senhora das Dores, Póvoa de Varzim.

Pelas suas práticas, sinais e devoções, a Quaresma torna-se “uma viagem que envolve toda a nossa vida, tudo de nós mesmos. É o tempo para verificar as estradas que estamos percorrendo, para encontrar o caminho que nos leva de volta a casa, para redescobrir o vínculo fundamental com Deus, do qual tudo depende” (Papa Francisco, Homilia da Quarta-feira de Cinzas de 2021). Redescoberto o vínculo com Deus, ganha sentido e força o vínculo com os outros e com a natureza, em ordem a promover a fraternidade universal e a ecologia integral, como nos recordam duas das encíclicas do Papa Fancisco: Fratelli Tutti  e Laudato Si’.

P. João Alberto Correia

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