Tito era um místico no sentido mais genuíno da palavra: o crente que vive a presença do amor de Deus no meio das circunstâncias da vida, desde as mais comuns às mais heróicas, como no seu martírio. Destaca-se neste carmelita a sua profunda espiritualidade, não só teórica mas também experiencial. A experiência mística – segundo ele – não é para uma elite ou um grupo selecto mas para todos. Tito apreciou o testemunho dos que na tradição carmelita aprofundaram a pessoa como “Deus por participação” (cf. S. João da Cruz, CB 39, 4).
O Pe. Tito realçou que o verdadeiro místico não é um ser afastado da realidade nem se fecha numa bolha asséptica e insensível, mas que, a sua profunda relação pessoal com Deus (cf. 1 Re 17, 1), converte-o em alguém aberto às necessidades, dramas e interrogações dos homens e mulheres do seu tempo. Que viveu a vida mística no quotidiano confirma-o, com muito sentido de humor, o famoso escritor holandês Godfried Bomans, que conhecia muito bem o seu espírito viajante e infatigável, quando afirmou: “Brandsma foi o único místico na Europa que tinha um bilhete de transporte e viveu a sua santidade na carruagem de um comboio”.
Fr. Míċeál O’Neill, Excerto da Carta “A cruz é a minha alegria”
“A cruz é a minha alegria” é o título da “Carta” que o Prior Geral da Ordem Carmelita escreveu à Família Carmelita, movido pelo anúncio da canonização do Pe. Tito Brandsma, O. Carm., por parte do Papa Francisco., que veio a realizar-se em 15 de Maio de 2022, em Roma.
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