Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes

Ó Jesus! Como me sentiria feliz se tivesse sido sempre fiel, mas ai! Muitas vezes à noite estou triste porque vejo que tinha podido corresponder melhor às vossas graças… Mas ó meu Deus! longe de desanimar às vistas das minhas misérias, venho até Vós confiadamente, lembrando-me de que: “Os sãos não têm necessidade de médico, mas sim os enfermos.” Suplico-Vos pois que me cureis, que me perdoeis, e eu lembrar-me-ei, Senhor, de “que a alma quem mais perdoastes, deve também amar-Vos mais do que as outras!”.

Santa Teresinha do Menino Jesus

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Santa Teresa do Menino Jesus, padroeira universal das missões

Estão aqui diante de nós as relíquias de Santa Teresa do Menino Jesus, padroeira universal das missões… Ela nasceu há 150 anos e, por ocasião deste aniversário, tenciono dedicar-lhe uma Carta Apostólica.

É a padroeira das missões, mas nunca esteve em missão: como se explica isto? Era uma monja carmelita e a sua vida foi marcada pela pequenez e pela fragilidade: ela definia-se “um pequeno grão de areia”. De saúde frágil, morreu com apenas 24 anos. Mas se o seu corpo estava doente, o seu coração era vibrante, era missionário. No seu “diário” conta que ser missionária era o seu desejo e que queria sê-lo não apenas durante alguns anos, mas por toda a vida, aliás até ao fim do mundo. Teresa foi “irmã espiritual” de vários missionários: do mosteiro acompanhava-os com as suas cartas, as suas orações e oferecendo sacrifícios contínuos por eles. Sem aparecer, intercedia pelas missões, como um motor que, escondido, dá a um veículo a força para ir em frente. No entanto, muitas vezes era incompreendida pelas suas irmãs monjas: teve delas “mais espinhos do que rosas”, mas aceitava tudo com amor, com paciência, oferecendo, juntamente com a sua doença, também os julgamentos e as incompreensões. E fê-lo com alegria, fê-lo pelas necessidades da Igreja, para que, como dizia, se espalhassem “rosas sobre todos”, especialmente sobre os mais afastados.

Papa Francisco, Audiência geral, 7 de Junho, 2023

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Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo

Canta, Igreja, o Rei do mundo
Que se esconde sob os véus;
Canta o sangue tão fecundo,
Derramado pelos seus, e o mistério tão profundo
De uma virgem, mãe de Deus!

Um menino nos foi dado,
Veio aos servos o Senhor.
Foi na terra semeado
O seu verbo salvador.
Ao partir nos foi deixado,
Pão da vida, pão de amor.

Celebrando a despedida,
Com os doze Ele ceou,
Toda a Páscoa foi cumprida,
Novo rito inaugurou.
E seu corpo, pão da vida,
Aos irmãos ele entregou.

Cristo, o Verbo omnipotente,
Deu-nos nova refeição:
Faz-se carne realmente
O que deixa de ser pão.
E o vinho é sangue ardente:
Vence a fé, gosto e visão.

Ao divino Sacramento inclinados adoremos,
Pois do Antigo Testamento
A promessa recebemos,
E em perfeito cumprimento
Já presente aqui a temos.

Por tão nova realidade
Da divina Eucaristia,
À Santíssima Trindade
Dêmos graças cada dia,
Arda a fé e a caridade
Em pleníssima harmonia.
Amen.

A Eucaristia chama-nos à primazia de Deus e ao amor aos irmãos. Este Pão é, por excelência, o Sacramento do amor. É Cristo que se oferece e se parte por nós e nos pede que façamos o mesmo, para que a nossa vida seja trigo moído e se torne pão que alimenta os irmãos. (Papa Francisco, 11 de Junho, 2023).

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A caminho da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo – 3

Desce o Verbo de Deus à nossa terra,
Sem deixar a direita de Deus Pai
E, lançada a semente do Evangelho,
Chega o Senhor ao ocaso da vida.

Um discípulo O entrega aos inimigos;
Mas antes de morrer, o Salvador
Entrega-Se aos discípulos, dizendo:
Sou o Pão vivo que desceu do Céu.

O Corpo de Jesus é alimento,
O seu Sangue bebida verdadeira.
Viverá para sempre o homem novo
Que tomar deste pão e deste vinho.

Nascendo, quis ser nosso companheiro,
Na ceia Se tornou nosso alimento,
Na morte Se ofereceu como resgate,
Na glória será nossa recompensa.

Hóstia santa, penhor de salvação,
Perene manancial de eterna vida,
O inimigo teima em combater-nos;
Salvai-nos com a vossa fortaleza.

Ao Senhor uno e trino dêmos glória,
Cantemos seu louvor por todo o sempre.
A todos nos conceda a vida eterna,
Abrindo-nos as portas do seu reino.

Oração

Senhor Jesus Cristo, que neste admirável sacramento nos deixastes o memorial da vossa paixão, concedei-nos a graça de venerar de tal modo os mistérios do vosso Corpo e Sangue que sintamos continuamente os frutos da vossa redenção. Vós que sois Deus, com o Pai, na unidade do Espírito Santo.

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A caminho da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo – 2

– A Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de cada dia. (Santo Agostinho).
– Vinde à comunhão… É verdade que não sois dignos dela, mas tendes necessidade dela. (São João Maria Vianney).
– Não há meio melhor para se chegar à perfeição. (Santa Teresa de Jesus).
– Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como fazemos com os outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos transforma nele. (Santo Agostinho).
– A Comunhão destrói a tentação do demónio. (São Tomás de Aquino).
– Deu-se todo não reservando nada para si. (São João Crisóstomo).
– Não comungar seria o maior desprezo a Jesus que se sente “doente de amor” (Ct 2,4-5). (São João Crisóstomo).
– Sendo Deus omnipotente, não pôde dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar. (Santo Agostinho).
– Não é para ficar numa âmbula de ouro, que Jesus desce cada dia do céu, mas para encontrar um outro céu, o da nossa alma, onde ele encontra as sua delícias. (Santa Teresinha do Menino Jesus).
– Não omitais nunca a visita a cada dia ao Santíssimo Sacramento, ainda que seja muito breve, mas contanto que seja constante. (São João Bosco).
– Enquanto existir a Eucaristia eu nunca estarei só. Enquanto existir um sacrário, não terei solidão. (Chiara Lubic).

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A caminho da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo – 1

Santo Agostinho ajuda-nos a compreender a dinâmica da comunhão eucarística, quando faz referência a uma espécie de visão que teve, na qual Jesus lhe disse: «Eu sou o alimento dos fortes. Cresce e receber-me-ás. Tu não me transformarás em ti, como o alimento do corpo, mas és tu que serás transformado em mim» (Confissões VII, 10, 18). Portanto, enquanto o alimento corporal é assimilado pelo nosso organismo e contribui para o seu sustento, no caso da Eucaristia trata-se de um Pão diferente: não somos nós que o assimilamos, mas é ele que nos assimila a si, de tal modo que nos tornamos conformes com Jesus Cristo, membros do seu corpo, um só com Ele. Esta passagem é decisiva. Com efeito, precisamente porque é Cristo que, na comunhão eucarística, nos transforma em si, neste encontro a nossa individualidade é aberta, libertada do seu egocentrismo e inserida na Pessoa de Jesus, que por sua vez está imersa na comunhão trinitária. Assim a Eucaristia, enquanto nos une a Cristo, abre-nos também aos outros, tornando-nos membros uns dos outros: já não estamos divididos, mas somos um só nele. A comunhão eucarística une-me à pessoa que está ao meu lado e com a qual, talvez, eu nem sequer tenho um bom relacionamento, mas também aos irmãos distantes, em todas as regiões do mundo.

Bento XVI, Homilia, 23 de Junho, 2011

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Solenidade da Santíssima Trindade

Hoje, Solenidade da Santíssima Trindade, o Evangelho é tomado do diálogo de Jesus com Nicodemos (cfr. Jo 3,16-18). Nicodemos era um membro do Sinédrio, apaixonado pelo mistério de Deus; reconhece Jesus como um mestre divino e, pela noite, às escondidas, vai falar com Jesus. Jesus escuta-o e compreende que é um homem que está em processo de busca. Então, primeiro surpreende-o, respondendo-lhe que para entrar no Reino de Deus é preciso renascer; e depois desvela-lhe o coração do mistério dizendo que Deus amou tanto a humanidade que enviou o seu Filho ao mundo. Jesus, o Filho, fala-nos do Pai e do seu imenso amor. (…)

O nosso Deus é comunhão de amor, assim nos revelou Jesus. E sabem o que podemos fazer para o recordar? Com o gesto mais simples, que aprendemos na infância: o sinal da cruz. Traçando a cruz no nosso corpo, recordamos quanto Deus nos amou, ao ponto de dar a vida por nós; e repetimos a nós mesmos que o seu amor envolve-nos completamente, de cima a baixo, da esquerda à direita, como um abraço que nunca nos abandona. Ao mesmo tempo, comprometemo-nos a testemunhar o Deus-amor, criando comunhão em seu nome.

Testemunhamos Deus-amor? Se Deus é amor, as nossas comunidades testemunham-no? As nossas comunidades sabem amar? E a nossa família, sabemos amar em família? Temos sempre a porta aberta, sabemos acolher a todos? Oferecemos a todos o alimento do perdão de Deus e o vinho da alegria evangélica? Deus é amor, Deus é Pai, Filho e Espírito Santo, e deu a vida por nós, por isso fazemos o sinal da cruz.

Papa Francisco, Angelus (resumo), 4 de Junho, 2023

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Santíssima Trindade, sois como um mar profundo

– Vós, Trindade eterna, sois como um mar profundo no qual quanto mais procuro, mais encontro, e quanto mais encontro, mais vos procuro. (Santa Catarina de Sena).

– A Santíssima Trindade não é o produto de raciocínios humanos; é o rosto com o qual o próprio Deus se revelou, não do alto de uma cátedra, mas caminhando com a humanidade. Foi precisamente Jesus quem nos revelou o Pai e nos prometeu o Espírito Santo. Deus caminhou com o seu povo na história do povo de Israel e Jesus caminhou sempre connosco e prometeu-nos o Espírito Santo que é fogo, que nos ensina tudo o que sabemos, que dentro de nós nos guia, nos dá boas ideias e inspirações. (Papa Francisco, 26 de Maio, 2013).

– A Trindade, eis a nossa morada, o nosso lar, a casa paterna donde jamais devemos sair. (Santa Isabel da Trindade).

– Ó meu Deus, Trindade que eu adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente, para me estabelecer em vós, imóvel e pacífica como se já a minha alma estivesse na eternidade. Que nada possa perturbar a minha paz, nem fazer-me sair de vós, ó meu Imutável, mas que cada minuto me leve mais longe na profundeza do vosso Mistério. Pacificai a minha alma, fazei dela o vosso céu, vossa morada amada e o lugar de vosso repouso. Que nunca aí eu vos deixe só, mas que esteja lá inteiramente, toda acordada em minha fé, perfeita adoradora, toda entregue à vossa Acção criadora. (Santa Isabel da Trindade).

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A obra-prima da Santíssima Trindade

Entre todas as criaturas, a obra-prima da Santíssima Trindade é a Virgem Maria: no seu Coração humilde e repleto de fé, Deus preparou para si uma morada digna, para completar o mistério da salvação. (Bento XVI).

Oração

Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa protecção, implorado a vossa assistência, e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado. Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos Vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Amen.

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Jesus ressuscitado, pela tua ressurreição…

– Jesus Ressuscitado, tu disseste às mulheres: “Alegrai-vos” (Mt 28,9), pela tua Ressurreição, dá-me a verdadeira alegria!

– Jesus Ressuscitado, que pediste a Maria Madalena: “Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes: «Subo para o meu Pai, que é vosso Pai, para o meu Deus, que é vosso Deus» (Jo 20,17), pela tua Ressurreição, concede-me a graça de viver em comunhão fraterna e autêntica com todos!

– Jesus Ressuscitado, várias vezes disseste: “A paz esteja convosco!” (Jo 20,19; Lc 24,36 etc.), pela tua Ressurreição, dá-me a constante serenidade espiritual e equilíbrio emocional!

– Jesus Ressuscitado, que interpretaste “as Escrituras” e partiste “o pão” (Lc 24,27.30; cf. v. 45) com os discípulos de Emaús, pela tua Ressurreição, concede-me o amor à tua Palavra e à Eucaristia!

– Jesus Ressuscitado, que convidaste os Apóstolos: “Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo. Tocai-me e olhai que um espírito não tem carne nem ossos, como verificais que Eu tenho” (Lc 24,39), e também: “Estende tua mão e põe-na no meu lado” (Jo 20,27), pela tua Ressurreição, ajuda-me a acolher as manifestações da tua Misericórdia e Redenção!

– Jesus Ressuscitado, que ensinaste Tomé: “Felizes os que crêem sem terem visto!” (Jo 20,29), pela tua Ressurreição, dá-me uma fé sobrenatural, sólida, comprometida e frutuosa!

– Jesus Ressuscitado, que desafiaste os discípulos: “Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar” (Jo 21,6), pela tua Ressurreição, diz-me uma só palavra tua que me mostre a direcção certa que devo seguir!

– Jesus Ressuscitado, que disseste a Pedro: “Apascenta os meus cordeiros… Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,15-17), pela tua Ressurreição, ajuda-me a ser um cristão que vive sempre em união com o Santo Padre e com os Bispos!

– Jesus Ressuscitado, que disseste acerca do Apóstolo João: “Se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso?” (Jo 21,22), pela tua Ressurreição, ajuda-me a descobrir e cumprir sempre a tua santa vontade!

– Jesus Ressuscitado, que disseste a Pedro “Segue-me” (Jo 21,19.22), pela tua Ressurreição, ampara-me no meu dia-a-dia para que viva como verdadeiro cristão em todas as circunstância e com quem me encontrar!

– Jesus Ressuscitado, que durante quarenta dias falaste aos Onze “sobre o Reino de Deus” (At 1,3), recordando-lhes o que lhes ensinaste (Lc 24,44a), pela tua Ressurreição, ajuda-me a crescer no conhecimento dos mistérios divinos!

– Jesus Ressuscitado, que censuraste nos discípulos “a incredulidade e a dureza de coração” (Mc 16,14; cf. Lc 24,25), pela tua Ressurreição, dá-me um coração dócil à tua presença!

– Jesus Ressuscitado, que perguntaste aos Apóstolos: “Tendes aí alguma coisa que se coma?” (Lc 24,41), pela tua Ressurreição, concede-me a graça de estar atento às necessidades do meu irmão que sofre!

– Jesus Ressuscitado, que anunciaste aos teus discípulos: “Eis que enviarei sobre vós… a força do Alto” (Lc 24,49; cf. At 1,8), pela tua Ressurreição, faz crescer em mim, hoje e sempre,  o desejo da efusão do Espírito Santo!

– Jesus Ressuscitado, que disseste aos apóstolos: “Ide… baptizai… ensinai” (Mt 28,19s), e também: “A quem perdoardes… os pecados serão perdoados” (Jo 20,23), pela tua Ressurreição, dá-me o espírito missionário e sacramental!

Oração

Ó Jesus ressuscitado, que destes a paz aos apóstolos, reunidos em oração, dizendo-lhes: “A paz esteja convosco”, concedei-nos o dom da paz. Defendei-nos do mal e de todas as formas de violência que agitam a nossa sociedade, para que tenhamos uma vida digna, humana e fraterna.
Ó Jesus, que morrestes e ressuscitastes por amor, afastai das nossas famílias e da sociedade todas as formas de falta de esperança e de desânimo,  para que vivamos como pessoas ressuscitadas e sejamos portadores da vossa paz. Amen.

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