Só a caridade permanece

Os carismas mais brilhantes, seja qual for a sua eficácia prática para o bem do próximo e para a edificação da Igreja, não têm nenhum valor para aquele que os possui sem caridade. Só a caridade permanece e tem um valor de eternidade, pois é participação da vida de Deus.

Beato Pe. Eugénio Maria do Menino Jesus

Abrir

2º Domingo da Páscoa: Domingo da Divina Misericórdia

Em 30 de Abril do ano 2000, o Papa São João Paulo II consagrou o Domingo II da Páscoa como «Domingo da Divina Misericórdia». Compreende-se que, nesse mesmo dia, tenha canonizado a religiosa e mística polaca Santa Faustina Kowalska (1905-1938), primeira canonização do novo milénio, que, no seu “Diário”, registava o pedido que lhe fazia Jesus de a Igreja vir a instituir solenemente o primeiro Domingo depois da Páscoa (como então se dizia) como Festa da Divina Misericórdia.

Oração de Santa Faustina para pedir um coração misericordioso

Senhor, desejo transformar-me toda na Misericórdia e ser o vosso vivo reflexo. Que o mais grandioso atributo de Deus, a sua insondável Misericórdia, possa penetrar pelo meu coração e através da minha alma em direcção aos outros.
Ajudai-me, Senhor, para que os meus olhos sejam misericordiosos: que não suspeite de ninguém e não julgue segundo as aparências exteriores. Que eu apenas observe o que é belo na alma do próximo e que vá em seu socorro.
Ajudai-me, Senhor, para que os meus ouvidos sejam misericordiosos: que eu esteja sempre atenta às necessidades dos outros, e os meus ouvidos não sejam indiferentes às dores e aos gemidos do próximo.
Ajudai-me, Senhor, para que a minha língua seja misericordiosa: que eu nunca diga mal dos outros, mas tenha para cada um palavras de consolação e de perdão.
Ajudai-me, Senhor, para que as minhas mãos sejam misericordiosas e cheias de boas obras: que só possa fazer bem ao próximo, reservando-me os trabalhos mais duros e difíceis.
Ajudai-me, Senhor, para que os meus pés sejam misericordiosos: que eu esteja sempre pronta a ir ajudar o meu próximo, dominando o próprio cansaço e fadiga. Que o meu verdadeiro descanso seja servir os outros.
Ajudai-me, Senhor, para que o meu coração seja misericordioso: que eu sinta todos os sofrimentos dos outros.
A ninguém negarei o meu coração. Que eu conviva sinceramente, mesmo com os que sei que hão-de abusar da minha bondade. Que, por mim mesma, me encerrarei no Misericordiosíssimo Coração de Jesus e guardarei silêncio sobre os meus próprios sofrimentos.
Ó meu Senhor, que habite em mim a vossa Misericórdia. Ó meu Jesus, transformai-me em Vós, já que tudo podeis.

Santa Faustina Kowalska

Ó Jesus! Se eu pudesse dizer a todas as pequenas almas quão inefável é a tua condescendência!… Sinto que, se por um impossível, encontrasses uma alma mais débil, mais fraca do que a minha, deleitar-Te-ias a cumulá-la de favores ainda maiores, se ela se abandonasse com inteira confiança à Tua misericórdia infinita.

Santa Teresinha do Menino Jesus

 

 

Abrir

Rainha do Céu

– Rainha dos céus, alegrai-vos. Aleluia!
– Porque Aquele que merecestes trazer em vosso seio. Aleluia!
– Ressuscitou como disse. Aleluia!
– Rogai por nós a Deus. Aleluia!
– Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria. Aleluia! 
– Porque o Senhor ressuscitou, verdadeiramente. Aleluia!

Oremos: Ó Deus, que na gloriosa ressurreição do vosso Filho, restituístes a alegria ao mundo inteiro, pela intercessão da Virgem Maria, concedei-nos gozar a alegria da vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor. Amen.

Abrir

A fé dos cristãos é a ressurreição de Cristo

– O conteúdo do testemunho cristão não é uma teoria, mas uma mensagem de salvação, um acontecimento concreto, aliás, uma Pessoa: é Cristo ressuscitado, vivo e único Salvador de todos. (Papa Francisco).

– Não é grande coisa acreditar que Cristo morreu; pois isso também é acreditado pelos pagãos e judeus e todos os ímpios: todos eles acreditam que ele morreu. A fé dos cristãos é a ressurreição de Cristo. (Santo Agostinho).

– Maria de Magdala e as santas mulheres, que vinham terminar de embalsamar o corpo de Jesus, sepultado às pressas, devido à chegada do Sábado, na tarde da Sexta-feira Santa, foram as primeiras a encontrar o Ressuscitado. Assim, as mulheres foram as primeiras mensageiras da Ressurreição de Cristo para os próprios apóstolos. Foi a eles que Jesus apareceu em seguida, primeiro a Pedro, depois aos Doze. Pedro, chamado a confirmar a fé de seus irmãos, vê portanto, o Ressuscitado antes deles, e é baseada no testemunho dele que a comunidade exclama: “É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão” (Lc 24,34). (Catecismo da Igreja Católica, nº 641)

Abrir

Domingo de Páscoa 2023

– Vede-O ressuscitado, pois o simples imaginar que Ele saiu do sepulcro vos alegrará. Com que esplendor, com que formosura, com que majestade, quão vitoriosa, quão alegre! Como quem se saiu bem da batalha onde conquistou um reino tão importante, que Ele deseja dar-vos por inteiro, junto Consigo. (Santa Teresa de Jesus).

– Jesus não regressou a uma vida humana normal deste mundo, como Lázaro e os outros mortos que Jesus ressuscitou. Ele entrou numa vida diferente, nova; na imensidão de Deus. (Bento XVI).

– O mistério da ressurreição de Cristo é um acontecimento real, com manifestações historicamente verificadas, como atesta o Novo Testamento. Já São Paulo, por volta do ano 56, pôde escrever aos Coríntios: «Transmiti-vos, em primeiro lugar, o mesmo que havia recebido: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras: a seguir, apareceu a Pedro, depois aos Doze». O Apóstolo fala aqui da tradição viva da Ressurreição, de que tinha tomado conhecimento após a sua conversão, às portas de Damasco. (Catecismo da Igreja Católica, nº 639).

Oração

Senhor Deus do universo, que, neste dia, pelo vosso Filho unigénito, vencedor da morte, nos abristes as portas da eternidade, concedei-nos que, celebrando a solenidade da ressurreição de Cristo, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos para a luz da vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,por todos os séculos dos séculos.


Este é o dia que o Senhor fez: exultemos e cantemos de alegria.
SANTA E FELIZ PÁSCOA 2023

Abrir

Sábado santo

No Sábado santo a Igreja permanece em oração com Maria, a Mãe de Jesus. Se a Sexta-feira santa é a “hora” de Jesus para a qual se encaminhava toda a sua existência, o Sábado santo é a “hora” de Maria. Ela é a imagem da Igreja Virgem que vela junto à sepultura do seu Esposo, à espera de celebrar a sua ressurreição.

– Quando, sobre a Cruz, Jesus disse à Sua Mãe, indicando-lhe João: “Eis o teu filho”, tu estavas presente no pensamento de Jesus! E Ele deu-te a Maria! Ela viu-te e acolheu-te! Oh, ama-A e vive no Seu Coração. (Beata Maria Cândida da Eucaristia).

– O meu coração está completamente colocado na vontade de Deus, por isso permaneço em profunda paz. (Santa Teresinha do Menino Jesus).

Abrir

Sexta-feira santa

Era um Cristo com grandes chagas que inspirava tamanha devoção que eu, de vê-Lo, fiquei perturbada, visto que representava bem o que Ele passou por nós. Foi tão grande o meu sentimento por ter sido tão mal-agradecida àquelas chagas que o meu coração quase se partiu; lancei-me a seus pés, derramando muitas lágrimas e suplicando-lhe que me fortalecesse de uma vez para que eu não O ofendesse… Ficava pensando no suor e na aflição que ele sofrera, desejando, caso fosse possível, enxugar-Lhe o suor tão doloroso, mas lembro-me de que nunca ousei fazê-lo, pois vinham à lembrança os meus graves pecados; eu ficava ali, com Ele.

Santa Teresa de Jesus

Abrir

Via Sacra com Santa Teresa de Jesus

Senhor Jesus, queremos nesta Via Sacra seguir os vossos passos no caminho que fizestes até ao Calvário, com a ajuda de Santa Teresa de Jesus. Neste longo e doloroso trajecto, suportastes dores, injúrias e humilhações. Ajudai-nos a meditar estas estações com fé e devoção. Queremos aprender de Vós a fidelidade a Deus, mesmo diante das dificuldades que nos cercam ao longo da vida.

– Nós vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.
Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

1ª ESTAÇÃO: JESUS É CONDENADO À MORTE. “Que fazemos de Jesus, chamado Cristo?” Todos responderam: “Seja crucificado!” Então libertou Barrabás e, depois de ter mandado flagelar Jesus, entregou- O aos soldados para que fosse crucificado. (Mt 27, 22-26).

– Verdadeiramente, é de grande humildade ver-se condenar sem culpa e calar, e é perfeita imitação do Senhor que tomou sobre si todas as culpas. E assim, rogo-vos para terdes nisto grande cuidado, porque traz consigo grandes lucros. (Caminho de Perfeição 15,1).

2ª ESTAÇÃO: JESUS CARREGA A CRUZ. Ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado. Foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades. O castigo que nos salva caiu sobre ele, fomos curados pelas suas chagas. (Is 53, 4-5).

– Se estais em trabalhos ou tristes… vede-o carregado com a cruz, que nem o deixavam tomar fôlego. Olhar-vos-á, com olhos tão formosos e piedosos, cheios de lágrimas, e esquecerá suas dores para consolar as vossas, só por irdes consolar-vos com ele. (Caminho de Perfeição 26, 5).

3ª ESTAÇÃO: JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ. Jesus disse aos seus apóstolos: “A minha alma está triste até à morte. Ficai aqui e vigiai”. (Mc 14, 34).

– Cristo é um amigo muito bom, porque O vemos Homem, com fraquezas e sofrimentos, e permanecemos em Sua companhia; e, quando nos acostumamos, encontramo-Lo com facilidade junto a nós, embora haja dias em que não conseguimos nem uma coisa nem outra… Não procuremos consolos do espírito; aconteça o que acontecer, ficar abraçado à cruz é muito bom. Este Senhor se viu privado de todo o consolo, restando-Lhe apenas os sofrimentos; não O deixemos só, fazendo-O sofrer mais. Ele nos ajudará mais do que os nossos esforços… Muito alegra a Deus que uma alma se sirva humildemente do Seu Filho, amando-O tanto que, mesmo que Sua Majestade queira levá-la a uma grande contemplação, ela se reconhece indigna, dizendo com São Pedro: Apartai-vos de mim, Senhor, porque sou homem pecador. (Vida 22, 10b – 11).

4ª ESTAÇÃO: JESUS ENCONTRA-SE COM SUA MÃE. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: “Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição. Uma espada trespassará a tua alma”. (Lc 2, 34-35).

– O que deviam passar a gloriosa Virgem! Que ameaças, que más palavras, que encontrões, quantos desacatos! Que cortesãos encontrariam entre aquela gente? Sim, havia cortesãos, mas do inferno, ministros do demónio. Por certo, deve ter sido terrível o que passou; mas, diante de uma dor maior, não sentiam a sua. Dessa maneira, irmãs, não acrediteis que servísseis para tão grandes padeceres, se não servis para insignificâncias cuja prática pode levar-vos a suportar provações maiores. (Caminho de Perfeição 26, 8b).

5ª ESTAÇÃO: JESUS É AJUDADO POR SIMÃO CIRINEU. Para levar a cruz de Jesus, requisitaram um homem que passava por ali ao regressar dos campos, um tal Simão de Cirene, pai de Alexandre e de Rufo. E conduziram-n’O ao lugar do Gólgota. (Mc 15, 21-22).

– É muito importante que as almas, ao começarem a oração, se desapeguem de toda espécie de prazer e entrem nesse caminho voltadas apenas para ajudar Cristo a carregar a cruz, como bons cavaleiros que, sem pagamento, desejam servir a seu rei, pois sabem que contam com ele, com os olhos voltados para o reino verdadeiro e perpétuo que pretendemos ganhar… É fundamental que a alma, para livrar-se dos prazeres e ardis do demónio, decida desde o início seguir com determinação, e sem querer consolações, o caminho da cruz. O Senhor revelou ser essa a trilha da perfeição ao dizer: Toma tua cruz e segue-me. Ele é o nosso modelo; quem segue Seus conselhos só para agradá-Lo não tem o que temer. (Vida 15, 11a; 13).

6ª ESTAÇÃO: A VERÓNICA ENXUGA A FACE DE CRISTO. Vimo-lo sem aspecto atraente, desprezado e abominado pelos homens, como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado. (Is 53, 2-3).

– Era um Cristo com grandes chagas que inspirava tamanha devoção que eu, de vê-Lo, fiquei perturbada, visto que representava bem o que Ele passou por nós. Foi tão grande o meu sentimento por ter sido tão mal-agradecida àquelas chagas que o meu coração quase se partiu; lancei-me a seus pés, derramando muitas lágrimas e suplicando-lhe que me fortalecesse de uma vez para que eu não O ofendesse… Ficava pensando no suor e na aflição que ele sofrera, desejando, caso fosse possível, enxugar-Lhe o suor tão doloroso, mas lembro-me de que nunca ousei fazê-lo, pois vinham à lembrança os meus graves pecados; eu ficava ali, com Ele. (Vida 9, 1; 4b).

7ª ESTAÇÃO: JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. Aos que me batiam apresentei as costas e a face aos que me arrancavam a barba. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio. (Is 50, 5-7).

– Pegai filhas, a cruz, para que Ele não siga tão carregado, e não vos incomodeis se os judeus vos atropelarem; não vos importeis com o que eles vos disserem, fazei-vos surdas aos seus murmúrios. Tropeçando, caindo com vosso Esposo, não vos afasteis da cruz nem a deixeis. Considerai muito o cansaço com que Ele vai caminhando e quão maior é o Seu sofrimento diante do que padeceis, por grandes que queirais pintar e por muito que queirais sentir vossos penares. Saireis consoladas deles, pois vereis que são coisa de nada comparadas com os que sofreu o Senhor. (Caminho de Perfeição 26, 7).

8ª ESTAÇÃO: JESUS CONSOLA AS FILHAS DE JERUSALÉM. Seguiam Jesus uma grande multidão e algumas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: “Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos”. (Lc 23, 27-28).

– Contemplai também o Senhor carregando a cruz, sem que O deixassem recobrar o fôlego. Ele porá em vós os Seus olhos formosos e piedosos, cheios de lágrimas, esquecendo-Se de Suas dores para consolar as vossas, só porque ides consolar-vos com Ele e voltais à cabeça para fitá-Lo. (Caminho de Perfeição 26, 5).

9ª ESTAÇÃO: JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ. O insulto despedaçou-me o coração até desfalecer; esperei compaixão, mas foi em vão; alguém que me consolasse, mas não o encontrei. (Sl 69, 21).

– Ó Senhor do mundo, verdadeiro Esposo meu, tão necessitado estais, Senhor e Bem meu, que quereis admitir uma pobre companhia como a minha? Estarei vendo em Vosso semblante que Vos consolastes comigo? Pois como, Senhor, é possível que os anjos Vos deixem só e que nem mesmo Vos console o Vosso Pai? Se assim é, Senhor, que tudo isso quereis passar por mim, o que é isto que eu passo por Vós? De que me queixo? Já estou envergonhada de Vos ter visto assim e desejo, Senhor, passar por todas as provações que me acometerem e tê-las como grande bem para Vos imitar em algo. Marchemos juntos, Senhor; por onde fordes, terei de ir; por onde passardes, terei de passar. (Caminho de Perfeição 26, 6).

10ª ESTAÇÃO: JESUS É DESPOJADO DAS SUAS VESTES. Tende os mesmos sentimentos de Cristo Jesus. Ele, que era de condição divina, tomou a condição de servo. Tornando-Se semelhante aos homens, humilhou-Se a Si próprio e fez-Se obediente até à morte e morte de cruz. (Fl 2, 5-8).

– Ó Pai eterno! Vede que não se devem esquecer tantos golpes, injúrias e gravíssimos tormentos! Pois, Criador meu, como podeis suportar em Vosso coração amoroso que aquilo que o Vosso Filho fez com amor tão ardente e para maior contentamento Vosso — pois mandastes que Ele nos amasse — seja tão pouco estimado pelos hereges que hoje desrespeitam o Santíssimo Sacramento, tirando-Lhe suas moradas e destruindo igrejas? Ainda se o Vosso Filho tivesse deixado de fazer alguma coisa para Vos contentar! Mas Ele tudo fez com perfeição. E não bastava, Pai eterno, que Ele não tivesse onde reclinar a cabeça enquanto viveu, passando sempre por tantos sofrimentos? Não tinha Ele pago suficientemente pelo pecado de Adão? Haverá esse amantíssimo Cordeiro de pagar cada vez que voltarmos a pecar? Não o permitais, Imperador meu! Aplaque-se já Vossa Majestade! Olhai, não os nossos pecados, mas Vosso Sacratíssimo Filho, que nos redimiu, Seus merecimentos e os de Sua gloriosa Mãe, bem como de tantos santos e mártires que morreram por Vós! (Caminho de Perfeição 3, 8).

11ª ESTAÇÃO: JESUS É PREGADO NA CRUZ.

Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram Jesus e os malfeitores, um à direita e o outro à esquerda. Jesus dizia: “Perdoai-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem”. (Lc 23, 33-34).

– Sabeis o que significa ser de facto espiritual? É fazer-se escravo de Deus, marcado com o Seu selo, o da cruz. Assim nos poderá vender como escravos de todo mundo, como Ele próprio foi. Com isso não nos injuria, mas nos concede imensa graça. Já Lhe entregamos toda a nossa liberdade. Se não tiverdes essa determinação, não espereis grande benefício. Porque o fundamento de todo este edifício, como eu já disse, é a humildade. E se esta não for genuína, até para o vosso bem o Senhor não desejará elevá-lo muito, a fim de que não desabe por terra. Desse modo, irmãs, para que esse edifício tenha bons alicerces, procure cada uma ser a menor de todas, e sua escrava, vendo como ou em que podeis servi-las e dar-lhes prazer. O que fizerdes neste caso o fareis mais para vós do que para elas. Assentareis pedras tão firmes que o vosso castelo não desabará… Repito que, para que o façais, não deveis assentar vossos alicerces só em rezar e contemplar. Com efeito, se não buscardes virtudes e o exercício delas, sempre ficareis anãs. (Sétimas Moradas 4, 8-9).

12ª ESTAÇÃO: JESUS MORRE NA CRUZ. Jesus, com um grande grito, expirou. O centurião, que estava em frente d’Ele, ao vê-l’O expirar daquela maneira, disse: “Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus”. (Mc 15, 39).

– Ponde os olhos no Crucificado e tudo se vos fará pouco. Se Sua Majestade nos mostrou o Seu amor com tão espantosas obras e tormentos, como quereis contentá-lo só com palavras? Onde há o amor, é impossível ficar-se sem trabalhar. (Sétimas Moradas 4,8-9).

13ª ESTAÇÃO: JESUS É DESCIDO DA CRUZ E COLOCADO NOS BRAÇOS DE SUA MÃE. Os soldados, vendo que Jesus já estava morto, não Lhe quebraram as pernas. Mas um dos soldados abriu-Lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água. (Jo 19, 33-34).

– Isto me disse o Senhor outro dia: “Pensas, filha, que o merecimento está no gozar? Ele não está senão em trabalhar, em padecer, em amar. Não terás ouvido que São Paulo estivesse fruindo os gozos celestiais mais de uma vez, e muitas que padeceu. E vês a Minha vida toda cheia de padecimentos, e só no Monte Tabor terás ouvido sobre o meu gozo. Não penses, quando vês Minha Mãe tendo-Me nos braços, que Eu gozava daquelas consolações sem grave tormento. Desde que Simeão Lhe disse aquelas palavras, Meu Pai deu-lhe clara luz para que visse o que eu haveria de padecer. Os grandes santos que viveram nos desertos, sendo guiados por Deus, faziam grandes penitências, além de travar grandes batalhas com o demónio e consigo mesmos, tendo passado muito tempo sem nenhum consolo espiritual. Crê, filha, que Meu Pai dá maiores sofrimentos àqueles que mais ama, e que a estes responde o amor. Em que te posso demonstrá-lo mais do que ao querer para ti o que quis para Mim? Vê estas chagas, e nunca chegarão a este ponto as tuas dores. Este é o caminho da verdade. Assim me ajudarás a chorar a perdição em que vivem os do mundo, entendendo tu que todos os seus desejos, cuidados e pensamentos são empregados em como conseguir o contrário”. (Relações 36).

14ª ESTAÇÃO: JESUS É SEPULTADO. Pegaram no corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os perfumes. No horto havia um túmulo novo, onde ninguém tinha sido sepultado. Foi ali que puseram Jesus. (Jo 19, 41-42).

– Ó Senhor, Senhor! Não sois Vós nosso modelo e mestre? Sim, por certo! Então, em que esteve a Vossa honra, Exemplo da Honra? Não a perdestes, sem dúvida, ao serdes humilhado até a morte? Não, Senhor; Vós a ganhastes para todos. (C36, 5)… Sempre que pensarmos em Cristo, lembremo-nos do amor com que nos deu tantas graças e da grande prova que Deus nos dá disso ao nos conceder esse penhor do muito que nos ama; recordemo-nos de que o amor gera amor. E, mesmo que seja bem no princípio e embora sejamos muito ruins, procuremos ver isso sempre, e despertemo-nos para amar; porque, se o Senhor nos conceder uma vez o favor de que esse amor fique impresso no nosso coração, tudo ficará fácil, e faremos muito com rapidez e sem esforço. Que Sua Majestade nos dê esse amor — pois sabe o quanto ele nos convém, em nome do amor que nos teve e do Seu Filho glorioso, que com muitos sofrimentos no-lo mostrou. Amém. (Vida 22, 14).

ORAÇÃO FINAL: Senhor Jesus, terminamos o percurso da via-sacra, na qual meditamos e rezamos, com a ajuda de Santa Teresa, os vossos passos no caminho até o Calvário. Sobre a vossa cruz resplandece a luz da esperança, que não nos permite voltar atrás. A vossa cruz se torne para nós sinal de vitória. Ajudai-nos a abraçá-la com amor para que possamos vislumbrar o brilho da vossa ressurreição. Vós que viveis e reinais para sempre.

– Bendigamos ao Senhor.
Graças a Deus.

Abrir

“Por mim, por nós”

«Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» Na Bíblia, o verbo «abandonar» é forte; aparece em momentos de dor extrema: em amores fracassados, rejeitados e traídos; em filhos enjeitados e abortados; em situações de repúdio, viuvez e orfandade; em casamentos gorados, em exclusões que privam dos laços sociais, na opressão da injustiça e na solidão da doença… Cristo levou tudo isto para a cruz, ao carregar sobre Si o pecado do mundo. E, no auge, Ele – Filho unigénito e predilecto – experimentou a situação mais estranha no seu caso: o abandono, a distância de Deus.

E porque foi tão longe? Por nós; não há outra resposta… Cada um de nós, ouvindo referir o abandono sofrido por Jesus, diga para si mesmo: por mim. Este abandono é o preço que pagou por mim. Fez-Se solidário com cada um de nós até ao ponto extremo, para estar connosco até ao fim. Experimentou o abandono para não nos deixar reféns da desolação e permanecer ao nosso lado para sempre. Fê-lo por mim, por ti, para que, quando eu, tu ou qualquer outro se vir encurralado à parede, perdido num beco sem saída, precipitado no abismo do abandono, sorvido no redemoinho de tantos «porquês» sem resposta, saibamos que há uma esperança: Ele, uma esperança para ti, para mim. Não é o fim, porque Jesus esteve ali e agora está contigo: Ele que sofreu a distância causada pelo abandono para acolher no seu amor todas as nossas distâncias.

Papa Francisco, Homilia do Domingo de Ramos, 2 de Abril, 2023

Abrir

30 perguntas para fazer o exame de consciência

Na  Quaresma de 2015, o Papa Francisco ofereceu aos fiéis presentes na Praça de São Pedro um pequeno livro intitulado “Guarda o teu coração”, o qual contém um exame de consciência de 30 perguntas para fazer uma boa confissão.

À pergunta, “Porquê confessar-se?”, o Papa responde: “Porque somos pecadores! Ou seja, pensamos e agimos de modo contrário ao Evangelho. Quem diz que não tem pecado, ou é mentiroso ou é cego. No Sacramento, Deus perdoa sempre os filhos que, tendo contradito a sua identidade, confessam as suas misérias e ao mesmo tempo a sua misericórdia”.

Para confessar-se, é necessário começar por “escutar a voz de Deus” e prosseguir com o “exame de consciência, o arrependimento, a confissão dos pecados ao sacerdote, o propósito de satisfação, a invocação da misericórdia divina ministrada mediante a absolvição, o louvor pelo perdão recebido, a  vida renovada”.

Exame de consciência

Em relação a Deus

Dirijo-me a Deus somente em caso de necessidade? Participo na  Missa dominical e nos dias de preceito? Começo e termino o meu dia com a oração? Invoquei em vão o nome de Deus, de Maria e dos Santos? Envergonho-me de me apresentar como cristão? O que faço para crescer espiritualmente, como e quando o faço? Revolto-me diante dos desígnios de Deus? Pretendo que seja Ele a cumprir a minha vontade?

Em relação ao próximo

Sei perdoar, partilhar, ajudar o próximo? Julgo sem piedade, tanto em pensamento como com palavras? Caluniei, roubei, desprezei os mais pequenos e indefesos? Sou invejoso, colérico, parcial? Tomo conta dos pobres e dos doentes? Envergonho-me da carne do meu irmão ou da minha irmã?

Sou honesto e justo com todos ou alimento a “cultura do descartável”? Instiguei os outros a fazer o mal? Observo a moral conjugal e familiar que o Evangelho ensina? Como vivo as responsabilidades educativas para com os meus filhos? Honro e respeito os meus pais? Rejeitei a vida após a concepção? Desperdicei o dom da vida? Ajudei a fazê-lo? Respeito o ambiente?

Em relação a mim mesmo

Sou um pouco mundano e pouco crente? Exagero em comer, beber, fumar e divertir-me? Preocupo-me em excesso com a saúde física, com os meus bens? Como uso o meu tempo? Sou preguiçoso? Procuro ser servido? Amo e cultivo a pureza de coração, de pensamentos e de ações? Nutro vinganças, alimento rancores? Sou manso, humilde, construtor de paz?

 

Abrir