A felicidade que procurais, a felicidade que tendes direito (…) tem um nome, um rosto: é Jesus de Nazaré.
Bento XVI
AbrirA felicidade que procurais, a felicidade que tendes direito (…) tem um nome, um rosto: é Jesus de Nazaré.
Bento XVI
AbrirA Igreja é uma mulher de idade muito avançada, com muitas rugas. Mas é a minha mãe. E numa mãe não se bate.
Karl Rahner
AbrirEm 2 de Agosto, a Família Carmelita de todo o mundo – religiosos carmelitas, religiosas, animadores juvenis e jovens – , reuniu-se em Santo António dos Cavaleiros, uma paróquia carmelita perto de Lisboa, para celebrar o “Dia do Carmelo” durante a JMJ 2023, realizada em Lisboa, Portugal. Participaram 150 pessoas. O encontro foi presidido pelo Prior Geral da Ordem Carmelita Miceal O’Neal. “Foi uma ocasião cheia de graça em que um grupo de jovens de diferentes proveniências se reuniram para celebrar o que significa ser carmelita no mundo de hoje”, disse Fr. Robert Thomas Puthussery, Presidente da Comissão Internacional da Juventude Carmelita. Os jovens gritaram em diferentes idiomas “Viva o Carmelo”, testemunhando deste modo a sua alegria e entusiasmo.
“O que avulta destes dias não são tanto as multidões incontáveis nem a sua energia infindável. Onde há jovens, prospera sempre a alegria e tende a fermentar a fraternidade. Há como que um delicioso contágio que não deixa ninguém pousado nem indiferente. Mas o que mais sobressai é a quantidade de almas juvenis (entranhadamente) «tatuadas» por Jesus Cristo, deixando-se transfigurar pela Sua presença e dispondo-se a anunciá-Lo a todos. «Os aliados naturais de Cristo» – assim chamou aos jovens São João Paulo II – reúnem-se agora, mas já estão unidos desde sempre na missão… Estes jovens – e tantos outros – não recuarão nos momentos difíceis. Porque estão imergidos – «tatuados» – no Senhor que acalma todas as tormentas. A começar, por aquelas que tumultuam no nosso coração!”.
João António Pinheiro Teixeira
AbrirHoje o Evangelho narra a parábola de um mercador que procurava pérolas preciosas. Ele, diz Jesus, «encontrou uma pérola de grande valor, foi, vendeu todos os seus bens e comprou-a» (Mt 13, 46). Reflitamos um pouco sobre os gestos deste comerciante, que primeiro procura, depois encontra e, por fim, compra.
Primeiro gesto: procurar. Trata-se de um comerciante empreendedor, que não fica parado, mas sai de casa e parte em busca de pérolas preciosas. Não diz: “Estou satisfeito com as que tenho”, mas procura outras mais bonitas. E este é um convite a não nos fecharmos no hábito, na mediocridade de quem se contenta, mas a reavivar o desejo, para que não se perca a vontade de procurar, de ir em frente; a cultivar sonhos de bem, a procurar a novidade do Senhor, porque o Senhor não é repetitivo, traz sempre a novidade, a novidade do Espírito, torna sempre novas as realidades da vida (cf. Ap 21, 5). E nós devemos ter esta atitude: procurar.
O segundo gesto do mercador é encontrar. É uma pessoa perspicaz, que “tem olho” e sabe reconhecer uma pérola de grande valor. Também isto é uma lição para nós: todos os dias, em casa, na rua, no trabalho, nas férias, temos a oportunidade de discernir o bem. E é importante saber encontrar o que interessa: treinarmo-nos para reconhecer as pedras preciosas da vida e distingui-las da bugiganga. Não desperdicemos o nosso tempo e a nossa liberdade com coisas triviais, com passatempos que nos deixam vazios por dentro, enquanto a vida nos oferece todos os dias a pérola preciosa do encontro com Deus e com os outros! É preciso saber reconhecê-la: discernir para a encontrar.
E o último gesto do mercador: compra a pérola. Apercebendo-se do seu imenso valor, vende tudo, sacrifica todos os bens para a possuir. Também este é um convite para nós. Mas o que é esta pérola pela qual se pode renunciar a tudo, aquela de que o Senhor nos fala? Essa pérola é Ele mesmo, é o Senhor! Procurar o Senhor e encontrar o Senhor, encontrar o Senhor, viver com o Senhor. A pérola é Jesus: Ele é a pérola preciosa da vida, que deve ser procurada, encontrada e feita própria. Vale a pena investir tudo n’Ele, porque quando se encontra Cristo, a vida muda. Se encontrarmos Cristo, a nossa vida muda.
Papa Francisco, Angelus, 30 de Julho, 2023
Abrir“O que espera desta JMJ de Lisboa?”, pergunta a Francisco uma jovem da Costa do Marfim.
– Gostaria de ver em Lisboa uma semente do mundo do futuro. Um mundo onde o amor esteja no centro, onde possamos nos sentir irmãs e irmãos. Estamos em guerra, necessitamos de outra coisa. Um mundo que não tenha medo de testemunhar o Evangelho. Um mundo com alegria, porque os cristãos se não temos alegria, não somos críveis, ninguém acredita em nós.
Papa Francisco
AbrirEi-los que estão a chegar. De toda a parte, cheios de alegria e com sabor a festa. De lés a lés, Portugal prepara-se para ser inundado por uma atmosfera – transfigurada em teosfera – refrescante e saudavelmente inquietadora. Esta sadia «invasão» juvenil é a certificação mais eloquente de que a fé está viva e não se quer escondida. Ela pulsa em corações das mais diversas latitudes e fermenta vidas em todos os lugares da terra.
A Jornada Mundial da Juventude é muito mais que um conglomerado de gente nova que se mobiliza por alguns dias… É por isso que há uma inescapável componente intergeracional neste acontecimento. De facto, a fé que palpita nos jovens é fruto do trabalho – persistente e insano – de uma legião de adultos e anciãos que não desistem de levar Jesus a todos…
Os jovens de todo o mundo têm à sua espera não só lugares, paisagens e pessoas. Têm, antes de mais, um encontro marcado com Jesus Cristo, presente nesses lugares, nessas paisagens e nessas pessoas. Ele, o Deus que Se faz homem, espera os jovens de todo o mundo para uma experiência fascinante, que deixará traços imperecíveis.
Assim sendo, é Jesus que está à tua espera, caríssimo jovem, nas portas que se abrirem e nas pessoas que te forem hospedando. É Jesus que te abraça nos abraços que te envolverem. É Jesus que te toca nos gestos que te comoverem. E não esqueças que o mesmo Jesus está presente na Palavra proclamada, no Pão consagrado e no Perdão distribuído. Sê muito bem-vindo. Não percas nada do que te vai ser oferecido. Nunca tires os olhos de Jesus, já que Ele nunca retira os olhos de ti. É Ele que faz de ti jovem, indestrutivelmente jovem!
João António Pinheiro Teixeira (texto resumido)
AbrirO reino dos céus, diz Jesus, é a obra de Deus, que age silenciosamente nas tramas da história, parecendo uma ação pequena e invisível como um minúsculo grão de mostarda. Mas, quando este grão cresce, «torna-se a maior planta do horto e transforma-se numa árvore, a ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus ramos» (Mt 13, 32). A nossa vida, irmãos e irmãs, também é assim: vimos ao mundo pequeninos, tornamo-nos adultos, depois idosos; no início somos uma pequena semente, depois alimentamo-nos de esperanças, realizamos projetos e sonhos, o mais belo dos quais é tornar-nos como aquela árvore, que não vive para si mesma, mas para dar sombra a quem a deseja e oferecer espaço a quem quer construir o ninho.
Penso nos avós: como são belas estas árvores frondosas, sob as quais os filhos e os netos constroem os seus «ninhos», aprendem o clima de casa e experimentam a ternura dum abraço. Trata-se de crescer juntos: a árvore verdejante e os pequeninos que precisam do ninho, os avós com os filhos e os netos, os idosos com os mais jovens. Irmãos e irmãs, precisamos duma nova aliança entre jovens e idosos, para que a seiva de quem tem uma longa experiência de vida humedeça os rebentos de esperança de quem está a crescer. Neste fecundo intercâmbio, aprendemos a beleza da vida, construímos uma sociedade fraterna e, na Igreja, permitimos o encontro e o diálogo entre a tradição e as novidades do Espírito.
Papa Francisco, Homilia, 23 de Julho, 2023
AbrirQuando virmos o trigo e o joio conviverem no mundo, que devemos fazer? Como devemos comportar-nos? Na narração, os servos queriam arrancar o joio imediatamente (cf. 13, 28). É uma atitude bem-intencionada, mas impulsiva, até mesmo agressiva. Iludimo-nos de poder arrancar o mal com as nossas próprias forças, para repor a pureza. Uma tentação que nos assalta muitas vezes: uma «sociedade pura», uma «Igreja pura». Mas, para alcançar esta pureza, corre-se o risco de ser impacientes, intransigentes e até violentos com quem caiu no erro. E deste modo, junto com o joio, arranca-se também o bom grão e impede-se as pessoas de fazer um caminho, crescer, mudar. Em vez disso ouçamos o que Jesus diz: «Deixai um e outro crescer juntos, até à ceifa» (cf. Mt 13, 30). Como é belo este olhar de Deus, esta sua pedagogia misericordiosa, que nos convida a ter paciência com os outros, a acolher – em família, na Igreja e na sociedade – fragilidades, atrasos e limites: não para nos habituarmos resignadamente a eles, nem para os justificar, mas para aprendermos a intervir com respeito, continuando a cuidar do bom grão com mansidão e paciência. E nunca esqueçamos que a purificação do coração e a vitória definitiva sobre o mal são, essencialmente, obra de Deus. E nós, vencendo a tentação de separar o trigo do joio, somos chamados a compreender quais possam ser os melhores modos e momentos para agir.
Papa Francisco, Homilia, 23 de Julho, 2023
AbrirQuando vejo Madalena avançar na presença de numerosos convidados, banhar com as suas lágrimas os pés do Mestre adorado que toca pela primeira vez, sinto que o coração dela compreendeu os abismos de amor e de misericórdia do Coração de Jesus, e que, por muito pecadora que ela seja, este Coração de amor está não só disposto a perdoar-lhe, mas ainda a prodigalizar-lhe os benefícios da sua intimidade divina, a elevá-la até aos mais altos cumes da contemplação.
Santa Teresinha do Menino Jesus
AbrirSanto Agostinho, comentando esta parábola, observa que «muitos, primeiro são joio e depois tornam-se trigo bom», e acrescenta: «Se eles, quando são malvados, não fossem tolerados com paciência, não chegariam à mudança louvável» (Quaest. septend. in Ev. sec. Matth., 12, 4: pl 35, 1371).
Bento XVI, Angelus, 17 de Julho, 2011
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