22º Domingo do Tempo Comum – Ano C

E serás feliz por eles não terem com que retribuir-te (Lc 14, 14)

A reflexão que o Papa Francisco fez neste 22º Domingo do Tempo Comum – Ano C, foi inspirada no Evangelho de São Lucas que narra a presença de Jesus num banquete na casa de um chefe dos fariseu. Jesus olha e observa como os convidados correm, se apressam para conseguir os primeiros lugares. É um comportamento bastante difundido também nos nossos dias: habitualmente busca-se o primeiro lugar para afirmar uma suposta superioridade sobre os outros. Mas esta corrida pela busca dos primeiros lugares faz mal à comunidade quer civil como eclesial, porque destrói a fraternidade. Todos conhecemos estas pessoas: galgadores, que sempre se agarram para subir, subir. Fazem mal à fraternidade, prejudicam a fraternidade.

Diante desta cena, Jesus conta duas breves parábolas. Na primeira, dirigida a uma pessoa convidada para um banquete, é advertida para não ocupar o primeiro lugar, sob o risco de ser convidada pelo dono da festa a cedê-lo para outra pessoa e ocupar o último lugar, o que seria uma vergonha. Em vez disso Jesus ensina-nos a ter a atitude oposta, a sentar-se no último lugar. Portanto, não devemos buscar por iniciativa própria a atenção e a consideração dos outros, mas sim permitir que sejam os outros a dá-la. Jesus mostra-nos sempre o caminho da humildade – devemos aprender o caminho da humildade! – porque é o mais autêntico, o que também permite ter relações autênticas.

Na segunda parábola Jesus dirige-se ao dono da festa, sugerindo que na escolha dos convidados, chame os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Se o fizer, então será feliz porque eles não lhe podem retribuir. Também aqui, Jesus vai completamente contra a corrente, manifestando como sempre a lógica de Deus Pai. E também acrescenta a chave para interpretar este seu discurso. E qual é a chave? Uma promessa: se fizeres assim,“receberás a recompensa na ressurreição dos justos”. Isto significa que aquele que assim se comportar, terá a recompensa divina, muito superior à retribuição humana que se espera: eu te faço este favor esperando que tu me faças outro. Não, isso não é cristão. A generosidade humilde é cristã.

A retribuição humana geralmente distorce os relacionamentos, torna-os comerciais, introduzindo o interesse pessoal numa relação que deveria ser generosa e gratuita. Jesus convida à generosidade desinteressada, para abrir-nos o caminho em direcção a uma alegria muito maior, a alegria de ser participantes do próprio amor de Deus que nos espera, a todos nós, no banquete celeste.

Papa Francisco, Angelus (resumo), 1 de Setembro, 2019

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Tempo da criação: 1-5 de Setembro

O Dicastério da Santa Sé para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral, na linha das preocupações do Papa Francisco, convida a juntarmo-nos à família ecuménica para celebrar o TEMPO DA CRIAÇÃO , de 01 de Setembro a dia 04 de Outubro, Festa de S. Francisco de Assis. O objectivo ideal do que agora começa a ser partilhado é que, além da ler o texto e rezar, a nossa atenção para com as criaturas e a Natureza se torne cada dia mais atenta e transformadora.

Um momento oportuno para este “tempo diário com a criação” pode ser antes ou depois da refeição do dia em que esteja presente a maioria dos membros da família ou da comunidade (ver sugestão do Papa no texto do dia 30, nº 227). Após a leitura de cada texto, convém fazer uma breve pausa de silêncio (para poder reler o texto, se estiver só, ou para evocar a mensagem do texto que se ouviu). E só depois rezar a oração em itálico.

DIA 1. “LAUDATO SI’, mi’ Signore – Louvado sejas, meu Senhor», cantava São Francisco de Assis. Neste gracioso cântico, recordava-nos que a nossa casa comum se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços: «Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras»” (nº 1).

Breve momento de reflexão e interiorização.

Oração

Deus Omnipotente, que estás em todo o universo e na mais pequenina das tuas criaturas: Tu, que envolves com a tua ternura tudo o que existe, derrama em nós a força do teu amor para cuidarmos da vida e da beleza. Amen.

DIA 2. “A nossa irmã terra clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la.

A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos.

Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra. O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos” (nº 2).

Breve momento de reflexão e interiorização.

Oração

Deus dos pobres, ajuda-nos a resgatar os abandonados e esquecidos desta terra que valem tanto aos vossos olhos. Cura a nossa vida, para protegermos o mundo e não o deprezarmos, para semearmos beleza e não poluição nem destruição.

DIA 3. “A contínua aceleração das mudanças na humanidade e no planeta junta-se, hoje, à intensificação dos ritmos de vida e de trabalho. Embora a mudança faça parte da dinâmica dos sistemas complexos, a velocidade que hoje lhe impõem as acções humanas contrasta com a lentidão natural da evolução biológica.

A isto vem juntar-se o problema de que os objectivos desta mudança rápida e constante não estão necessariamente orientados para o bem comum e para um desenvolvimento humano sustentável e integral. A mudança é algo desejável, mas torna-se preocupante quando se transforma em deterioração do mundo e da qualidade de vida de grande parte da humanidade (nº 18).

Breve momento de reflexão e interiorização.

Oração

Senhor, nosso Pai, toca os corações daqueles que buscam apenas benefícios à custa dos pobres e da terra. Obrigado por estares connosco todos os dias. Sustenta-nos, por favor, na nossa luta pela justiça, o amor e a paz.

DIA 4. “O conjunto do universo, com as suas múltiplas relações, mostra melhor a riqueza inesgotável de Deus. […] pois a sua bondade «não pode ser convenientemente representada por uma só criatura». […]

«A interdependência das criaturas é querida por Deus. O sol e a lua, o cedro e a florzinha, a águia e o pardal: o espectáculo das suas incontáveis diversidades e desigualdades significa que nenhuma criatura se basta a si mesma. Elas só existem na dependência umas das outras, para se completarem mutuamente no serviço umas das outras» (CIC, n. 340)” (nº 86).

Breve momento de reflexão e interiorização.

Oração

Nós Te louvamos, Pai, com todas as tuas criaturas, que saíram da tua mão poderosa. São tuas e estão cheias da tua presença e da tua ternura. Louvado sejas!

DIA 5. “Quando nos damos conta do reflexo de Deus em tudo o que existe, o coração experimenta o desejo de adorar o Senhor por todas as suas criaturas e juntamente com elas, como se vê neste gracioso cântico de São Francisco de Assis:

«Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas, especialmente o meu senhor irmão sol, o qual faz o dia e por ele nos alumia. E ele é belo e radiante com grande esplendor: de Ti, Altíssimo, nos dá ele a imagem»” (nº 87). 

Breve momento de reflexão e interiorização.

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Martírio de São João Baptista – 29 de Agosto

Carta de Herodes a João Baptista

Caro João, escrevo-te no silêncio dos meus aposentos, escondido de todos. Escrevo-te para dizer particularmente uma coisa que nunca direi de forma que se oiça: sou um cobarde. Sim, João, tens um amigo cobarde: prendi-te a pedido, ouvi-te às escondidas, dei-te razão de modo que ninguém soubesse e aceitei a tua morte para manter vivo um juramento estúpido e um amor escravo.

Estou aqui só e morto em vida. Mas tu, João, estás vivo depois da morte, na coragem dos discípulos que vieram reclamar e honrar o teu corpo. Grande ironia: de mim aceitam as coisas, os banquetes e pedaços do reino. De ti querem um corpo decapitado –mas que grita verdade, liberdade e coerência. Nem a amizade te calou!…

Claro que não te posso remeter este texto. Ele, aliás, nem existe. Se porventura alguém agora aqui entrasse deitava-o rapidamente à lareira e chamava-lhe um discurso mal conseguido que estava a preparar… Porque escrevo? Evidentemente, por cobardia. Porque quero ficar de bem comigo, sem a dor de mudar… Mas os cobardes somos mesmo assim: sabemos a verdade, mas queremo-la de graça. Vês? Nem coragem tenho para te pedir perdão…

Herodes

João Aguiar Campos

Oração

Senhor, que na vossa admirável providência, quisestes que São João Baptista fosse o Precursor do nascimento e da morte do vosso Filho, concedei-nos que, assim como ele deu a sua vida pela justiça e pela verdade, também nós saibamos lutar corajosamente pela confissão da fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.

 

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Oração pela protecção das florestas ameaçadas pelo fogo

Deus Omnipotente, criador do céu e da terra, concedei-nos pela intercessão da Mãe do vosso Filho, a protecção das nossas florestas, da sua fauna e flora. Mas, sobretudo, protegei as pessoas que aí habitam e afastai delas o fogo destruidor. Defendei também os homens e as mulheres que combatem os incêndios.

Que Maria Santíssima, Mãe de Deus, que é nosso auxílio e amparo, estenda sobre nós o seu manto e se extinga deste modo o fogo que nos ameaça. Virgem Santíssima, salvai o vosso povo que a vós clama e rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amen.

D. José Antonio Eguren, Arcebispo Metropolitano de Piura – Peru

Tomamos a liberdade de adaptar esta oração do âmbito regional amazónico para o âmbito mais geral substituindo a expressão “a protecção das nossas florestas amazónicas” por “a protecção das nossas florestas”, para ser rezada e adaptada a outros lugares (Nota de “Caminhos Carmelitas”).

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21º Domingo do Tempo Comum – Ano C

“Esforçai-vos por entrar pela porta estreita” (Lc 13, 24)

Enquanto Jesus se dirige para Jerusalém alguém pergunta-lhe se são poucos os que se salvam. A resposta de Jesus não se centra na quantidade (“são poucos?”) mas sobre o plano da responsabilidade, convidando-nos a usar bem o tempo presente: ”Esforçai-vos por entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão”. No Paraíso não existe o número fechado mas trata-se de atravessar, desde já, a passagem certa, e essa passagem certa é para todos, mas é estreita.

Jesus não nos quer iludir, dizendo: “Sim, ficai tranquilos, é fácil, existe uma bonita estrada e, no final, um grande portão…”. Jesus não diz isto mas fala antes da “porta estreita”. Para se salvar, é preciso amar a Deus e ao próximo, e isto não é cómodo! É uma “porta estreita”porque é exigente, o amor é sempre exigente, requer empenho, ou melhor, esforço, isto é, uma vontade decidida e perseverante de viver segundo o Evangelho. São Paulo chama a isto de “o bom combate da fé”.

O Senhor não nos reconhece pelos nossos “títulos”, mas por uma vida humilde, uma vida boa, uma vida de fé que se traduz nas obras. Para nós, cristãos, isso significa que somos chamados a instaurar uma verdadeira comunhão com Jesus, rezando, indo à igreja, aproximando-nos dos Sacramentos e nutrindo-nos da sua Palavra. Isto mantêm-nos na fé, nutre a nossa esperança, reaviva a caridade. Deste modo, com a graça de Deus, podemos e devemos dedicar a nossa vida pelo bem dos irmãos, lutar contra qualquer forma de mal e de injustiça.

Peçamos à Virgem Maria que nos ajude em tudo isto. Ela atravessou a “porta estreita” que é Jesus, acolheu-o com todo o coração e seguiu-o todo os dias da sua vida, inclusive quando não entendia, mesmo quando uma espada perfurava a sua alma.

Por isso nós a invocamos como “Porta do céu”, porque é uma porta que reflecte exactamente a forma de Jesus: a porta do coração de Deus, coração exigente, mas aberto a todos nós.

Papa Francisco, Angelus (resumo), 25 de Agosto, 2019

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A fortaleza

A fortaleza. Faz-nos imensa falta para superar os medos, os cansaços, para saber viver com as próprias fragilidades sem desanimar e com as fragilidades do mundo sem violência nem cinismo. A fortaleza é um dom que permite perdoar e recomeçar sempre. Só os fracos se vingam e mentem. Os fortes estão bem com a verdade, mesmo que traga sofrimento.

Vasco P. Magalhães, sj

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São as “grandes coisas” que festejamos na Assunção de Maria

“A minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador” (Lc 1,46-47). Nesta frase há dois verbos: engrandecer e exultar. Maria exulta por causa de Deus. Maria ensina-nos a exultar em Deus, porque Ele faz “grandes coisas”. As grandes coisas são evocadas por outro verbo: engrandecer. De facto, engrandecer significa exaltar uma realidade pela sua grandeza. Maria exalta a grandeza do Senhor.

Na vida, é importante buscar coisas grandes, de contrário, perdemo-nos em muitas ninharias. Maria demonstra-nos que, se quisermos que a nossa vida seja feliz, deve ser colocado Deus em primeiro lugar, porque somente ele é grande. Quantas vezes, ao invés, vivemos buscando coisas de pouco valor: preconceitos, rancores, rivalidades, invejas, ilusões, bens materiais supérfluos… Quantas ninharias na vida! Maria hoje convida a elevar o olhar para as “grandes coisas” que o Senhor realizou nela. Também em nós, em cada um de nós, o Senhor faz tantas grandes coisas. É preciso reconhecê-las e exultar.

São as “grandes coisas” que festejamos hoje. Maria foi assumida no céu: pequena e humilde, recebe a glória maior. Ela, que é uma criatura humana, uma de nós, alcança a eternidade em alma e corpo. E ali nos espera, como uma mãe espera que os filhos voltem para casa. O povo de Deus invoca-a como “porta do céu”. Nós estamos em caminho, peregrinos rumo à casa lá em cima. Hoje, olhamos para Maria e vemos a linha de chegada. Vemos que no paraíso, com Cristo, o Novo Adão, está também ela, Maria, a nova Eva, e isso nos dá conforto e esperança na nossa peregrinação aqui em baixo.

A festa da Assunção de Maria é um chamamento para todos, especialmente para aqueles que são afligidos por dúvidas e tristezas, e vivem com o olhar cabisbaixo. Olhemos para o alto, o céu está aberto. O céu não provoca temor, porque no limiar há uma mãe que nos espera. Como toda a mãe, quer o melhor para os seus filhos e diz-nos: “Vós sois preciosos aos olhos de Deus; não sois feitos para os pequenos prazeres do mundo, mas para as grandes alegrias do céu”. Sim, porque Deus é alegria, não tédio. Deixemos que Nossa Senhora nos pegue pela mão. De cada vez que pegamos o Terço e rezamos, damos um passo adiante rumo à grande meta da vida.

Papa Francisco, Angelus (resumo), 15 de Agosto, 2019

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Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

– O caminho de Maria rumo ao Céu começou com aquele «sim» pronunciado em Nazaré, como resposta ao Mensageiro celeste que lhe anunciava a vontade de Deus em relação a ela. Na realidade, é exactamente assim: cada «sim» a Deus é um passo rumo ao Céu, à vida eterna. Porque é isto que o Senhor deseja: que todos os seus filhos tenham vida em abundância! Deus quer-nos todos consigo, na sua casa! (Papa Francisco, Angelus, 15 de Agosto, 2013).

– Na hodierna solenidade da Assunção contemplamos o mistério da passagem de Maria deste mundo para o Paraíso: celebramos, poderíamos dizer, a sua “páscoa”. Como Cristo ressuscitou dos mortos com o seu corpo glorioso e subiu ao Céu, assim a Virgem Santa, a Ele plenamente associada, foi elevada à glória celeste com toda a sua pessoa… (Bento XVI, Angelus, 15 de Agosto de 2005).

Prefácio da Missa da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, e louvar-Vos, bendizer-Vos e glorificar-Vos na Assunção da Virgem Santa Maria. 

Hoje a Virgem Mãe de Deus foi elevada à glória do Céu. Ela é a aurora e a imagem da Igreja triunfante, ela é sinal de consolação e esperança para o vosso povo peregrino. Vós não quisestes que sofresse a corrupção do túmulo Aquela que gerou e deu à luz o Autor da vida, vosso Filho feito homem. Por isso, com os Anjos e os Santos, proclamamos a vossa glória, cantando com alegria: Santo, Santo, Santo…

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19º Domingo do Tempo Comum – Ano C

Estai vós também preparados“ (Lc 12, 40)

Na página evangélica do 19º Domingo do Tempo Comum – Ano C, Jesus apela aos seus discípulos para que vivam em constante vigilância para captar a passagem de Deus na própria vida, porque Deus continuamente passa na nossa vida.

O Senhor sempre caminha connosco e tantas vezes nos pega pela mão, para nos guiar, para não errarmos neste caminho tão difícil. De facto, quem confia em Deus sabe bem que a vida de fé não é algo estático, mas é dinâmica: é um caminho contínuo, para ir para etapas sempre novas, que o próprio Senhor indica dia após dia. Porque ele é o Senhor das surpresas, o Senhor das novidades, mas das verdadeiras novidades.

É-nos pedido para mantermos as “lâmpadas acesas” para sermos capazes de iluminar a escuridão da noite. Somos convidados a viver uma fé autêntica e madura, que ilumine as muitas “noites” da vida. E sabemos, todos nós tivemos dias que eram verdadeiras noites espirituais. A lâmpada da fé precisa de ser alimentada continuamente, com o encontro coração a coração com Jesus na oração e na escuta da sua Palavra.

Tragam sempre convosco um pequeno Evangelho no bolso, na bolsa, para lê-lo. É um encontro com Jesus, com a Palavra de Jesus. Esta lâmpada do encontro com Jesus na oração e na sua Palavra é-nos confiada para o bem de todos.

Jesus, para nos fazer compreender a atitude de espera, conta a parábola dos servos que esperam o retorno do patrão quando regressa de um casamento, apresentando assim outro aspecto da vigilância: estar prontos para o encontro último e definitivo com o Senhor. Cada um de nós encontrar-se-á com ele naquele dia do encontro. Cada um de nós tem a sua própria data para o encontro final.

A vida é um caminho em direcção à eternidade, por isso, somos chamados a fazer frutificar todos os talentos que temos, nunca esquecendo que não temos aqui a cidade definitiva, mas estamos à procura da cidade futura. Nesta perspectiva cada momento é precioso o que implica viver e agir na terra tendo a nostalgia do céu: pés na terra, andar na terra, trabalhar na terra, fazer o bem na terra, e o coração nostálgico do céu.

Na alegria eterna do paraíso já não são os servos, isto é, nós, a servir a Deus, mas será o próprio Deus que se coloca ao nosso serviço. E esta será a alegria definitiva: “Felizes aqueles servos a quem o senhor, quando vier, encontrar vigilantes! Em verdade vos digo: Vai cingir-se, mandará que se ponham à mesa e há-de servi-los”. O pensamento do encontro final com o Pai, rico de misericórdia, enche-nos de esperança, e estimula-nos ao empenho constante pela nossa santificação e para construir um mundo mais justo e fraterno.

Papa Francisco, Angelus (resumo), 11 de Agosto, 2019

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