6º Domingo da Páscoa – Ano B

“O que vos mando é que vos ameis uns aos outros como eu vos amei”

Jesus está a despedir-se dos seus discípulos. Amou-os apaixonadamente. Amou-os com o mesmo amor com que o Pai o amou. Agora tem que os deixar. Conhece-os bem. Não sabem como se amar. Vê-os a discutir entre si para conseguirem os primeiros lugares. O que será deles?

As palavras de Jesus devem ficar bem gravadas em todos: «É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei». Jesus não quer que o seu estilo de amar se perca entre os seus. Se um dia o esquecerem, ninguém os poderá reconhecer como seus discípulos.

De Jesus ficou uma recordação inesquecível. As primeiras gerações cristãs resumiram assim a sua vida: «Passou por todo o lado fazendo o bem». Era bom encontrar-se com ele. Procurava sempre o bem das pessoas. Ajudava a viver. A sua vida foi uma Boa Nova. Podia-se descobrir nele a proximidade boa de Deus.

Jesus tem um estilo de amar inconfundível. É muito sensível ao sofrimento das pessoas. Não pode passar ao largo de quem está a sofrer. Ao entrar um dia na pequena aldeia de Naim, encontra um funeral: uma viúva vai a enterrar o seu único filho. Do interior de Jesus sai-lhe o seu amor por aquela desconhecida: «Mulher, não chores». Quem ama como Jesus, vive a aliviar o sofrimento e a secar lágrimas.

Os Evangelhos recordam em várias ocasiões como Jesus captava com o seu olhar o sofrimento das pessoas. Olhava-as e comovia-se: via-as a sofrer ou abatidas, eram como ovelhas sem pastor. Imediatamente punha-se a curar os mais doentes ou a alimentá-los com as suas palavras. Quem ama como Jesus, aprende a olhar para os rostos das pessoas com compaixão.

É admirável a disponibilidade de Jesus para fazer o bem. Não pensa em si mesmo. Está atento a qualquer apelo, disposto a fazer sempre o que puder. A um mendigo cego que lhe pede compaixão enquanto está a caminho acolhe-o com estas palavras: «Que queres que faça por ti?». Quem ama como Jesus anda pela vida com esta atitude.

Jesus sabe estar junto dos mais indefesos. Não é preciso que lho peçam. Faz o que pode para curar as suas doenças, libertar as suas consciências, ou contagiar a sua confiança em Deus. Mas não pode resolver todos os problemas daquelas pessoas.

Então dedica-se a fazer gestos de bondade: abraça as crianças da rua: não quer que ninguém se sinta órfão; abençoa os doentes: não quer que se sintam esquecidos por Deus; acaricia a pele dos leprosos: não quer que se vejam excluídos. Assim são os gestos de quem ama como Jesus.

José Antonio Pagola

 

Abrir

Ordenação presbiteral do carmelita Fr. João Costa

Fr. João Costa e a sua Família, e a Ordem do Carmo em Portugal, têm a alegria de comunicar que no dia 9 de Maio do corrente ano de 2021, a partir das 17h 30m, o Sr. Bispo Emérito de Beja, D. António Vitalino Fernandes Dantas, ordenará presbítero, na Cripta da Basílica de Nossa Senhora do Sameiro, Espinho, Braga, o carmelita FR. JOÃO COSTA. O Fr. João escolheu como lema do seu ministério como presbítero a frase do evangelista João 15, 12: “É este o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. A imagem que acompanha este texto apresenta o futuro sacerdote e o local onde decorrerá a cerimónia da ordenação.

Para quem desejar conhecer as etapas biográficas deste jovem carmelita aconselhamos a leitura da revista “Família Carmelita”, nº 80, Dezembro de 2018, pp. 7-13.

Devido às circunstâncias actuais que todos conhecemos, a participação presencial nesta celebração será limitada. Contudo, para quem desejar acompanhar esta celebração de outro modo, poderá segui-la através de www.facebook.com/caminhos.carmelitas.

Abrir

A oração contemplativa

A contemplação é o olhar da fé fixo em Jesus, segundo as palavras de um camponês a quem perguntaram que fazia durante tanto tempo em oração diante do Sacrário: «Eu olho para Ele e Ele olha para mim». Tudo nasce daqui, do coração que se sente envolvido por um olhar de amor. É a oração de amorosa contemplação. Não são necessárias muitas palavras; basta um olhar, com a convicção de que a nossa vida está circundada por um amor grande e fiel, do qual nada e ninguém poderá separar-nos. Jesus foi mestre deste olhar contemplativo, cujo segredo era a relação com o seu Pai do Céu. Na sua vida, encontramos esta comunhão amorosa que permite manter intacta a beleza da existência, mesmo no meio das provações. Pensemos na Transfiguração d’Ele no Monte Tabor: num período crítico da sua missão, Jesus sobe ao monte e lá, enquanto reza, transfigura-Se à vista de três dos seus discípulos: é a luz do amor do Pai que enche o coração do Filho e transfigura toda a sua Pessoa. No passado, alguns mestres de espiritualidade apresentaram a contemplação como oposta à acção, exaltando as vocações que fugiam do mundo e dos seus problemas para se dedicarem inteiramente à oração. Mas, em Jesus Cristo e no Evangelho, não temos tal contraposição. Existe apenas uma vocação no Evangelho: seguir Jesus pelo caminho do amor. Neste sentido, caridade e contemplação são sinónimas, dizem o mesmo. O que nasce da oração, purificado pela humildade, ainda que seja um acto de amor escondido e silencioso, é o maior milagre que um cristão pode realizar.

Papa Francisco, Catequese da Audiência Geral (resumo), 5 de Maio, 2021

CATEQUESE COMPLETA

http://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2021/documents/papa-francesco_20210505_udienza-generale.html

Abrir

Por Maria a Jesus

Eis que começa o mês de Maria, gosto tanto deste mês de Maio, encontro-me contigo todos os dias diante da Virgem Maria. Rezemos uma pela outra a esta santa Mãe, pedindo-Lhe que nos conduza a Jesus, que nos dê Jesus!

Santa Isabel da Trindade

Oração

Minha Mãe, neste mês todo dedicado a Ti, desejo que seja um mês para cair mais na conta de como Tu, minha Mãe, és minha Mestra insigne no seguimento de Jesus, Teu Filho. Só tenho de olhar para Ti para saber como agir. Ensinas-me o silêncio, a discrição, a humildade, a pureza, a simplicidade, a doçura, a mansidão, a entrega total do coração a Jesus… És o modelo e o molde que gera os santos. Ajuda-me a morrer a mim, para viver por Ti, em Ti, para viver mais perfeitamente para Jesus e em Jesus. Assim seja.

Abrir

Dia da mãe. Oração pelas mães

Minha Mãe Maria, neste dia em que se celebram todas as mães da terra e aquelas que estão no Céu, quero dar-te graças pela minha mãe, por todas as mães. Cada uma à sua maneira soube sacrificar-se generosamente pelos seus filhos. Relembro a minha: quantos sacrifícios, desde o meu nascimento!… Souberam moldar a personalidade dos filhos, a minha, abrindo-me ao amor gratuito, ao carinho, à capacidade de me dar, de amar, sem esperar recompensas. Possa eu seguir as pegadas destas mães sacrificadas e sempre alegres, mesmo quando sofriam. Que sempre seja grato pela minha mãe.

Tu, minha Mãe Maria, foste a mais Mãe de todas as mães e ensinas-me estas virtudes primorosamente moldando o meu coração segundo o do teu Filho Jesus. Que me deixe transformar por ti. Assim seja.

Abrir

5º Domingo da Páscoa – Ano B

No Evangelho deste 5º Domingo de Páscoa (Jo 15, 1-8), o Senhor apresenta-se como a verdadeira videira e fala de nós como os ramos que não podem viver sem permanecerem unidos a Ele: «Eu sou a videira; vós, os ramos». Os ramos não são auto-suficientes, mas dependem totalmente da videira, que é a fonte da sua existência.

Jesus insiste no verbo “permanecer”. Repete-o sete vezes no trecho do Evangelho de hoje. Antes de deixar este mundo e ir para o Pai, Jesus quer assegurar aos seus discípulos que podem continuar a estar unidos a Ele. Diz: «Permanecei em mim e Eu permanecerei em vós». Sem a videira os ramos não podem fazer nada, precisam da seiva para crescer e dar fruto; mas a videira também precisa dos ramos, porque o fruto não brota do tronco da árvore. Trata-se de uma necessidade recíproca, de um permanecer mútuo para dar fruto. Nós permanecemos em Jesus e Jesus permanece em nós.

Antes de mais, precisamos d’Ele. Não podemos ser bons cristãos se não permanecermos em Jesus. Ao contrário, com Ele podemos tudo (cf. Fl 4, 13). Mas também Jesus, como a videira dos ramos, precisa de nós. Em que sentido Jesus precisa de nós? Ele precisa do nosso testemunho. O fruto que, como ramos, devemos dar é o testemunho da nossa vida cristã. E os discípulos — nós, discípulos de Jesus — fazemo-lo, dando testemunho do seu amor: o fruto a dar é o amor. Unidos a Cristo, recebemos os dons do Espírito Santo, e assim podemos fazer o bem ao próximo, fazer o bem à sociedade, à Igreja. A partir do fruto, reconhecemos a árvore. Uma vida verdadeiramente cristã dá testemunho de Cristo.

E como podemos conseguir isto? Jesus diz-nos: «Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á feito». Também isto é ousado: a garantia de que o que pedirmos nos será dado. A fecundidade da nossa vida depende da oração. Podemos pedir para pensar como Ele, agir como Ele, ver o mundo e as coisas com o olhar de Jesus. E assim, amarmos os nossos irmãos e irmãs, começando pelos mais pobres e sofredores, como Ele fez, amando-os com o seu coração e trazendo ao mundo frutos de bondade, frutos de caridade, frutos de paz.

Confiemo-nos à intercessão da Virgem Maria. Que Ela nos ajude a permanecer em Cristo, no seu amor, na sua palavra, para testemunhar no mundo o Senhor Ressuscitado.

Papa Francisco, Regina Caeli (resumo), 2 de Maio, 2021

 

Abrir

Dia da Mãe – 2 de Maio

Eis a Mãe, eis o Amor! 

1. De repente, tudo pode mudar. E chegar a hora de cuidar daquela que sempre cuidou de nós. Mas a primeira – e a principal cuidadora – continua a ser ela.  

2. Basta que permaneça ao nosso lado para que o nosso coração se mantenha reconfortado. Pode andar com dificuldade. Mas, mesmo assim, acompanha-nos sempre com insuperável docilidade. Pode falar sem desenvoltura. Mas, não obstante, nunca deixa de emitir torrentes de bondade e ternura.

3. Quando a Mãe adoece, todo o nosso ser estremece. Nunca faremos por ela o que ela faz por nós. Só a sua presença faz toda a diferença. Manter a Mãe à nossa beira é a maior dádiva que os Céus nos fazem, na vida inteira.

4. Ver estendida a Mãe, depois de cair, é a suprema aflição que se pode sentir. Mas Deus recoloca-a de novo em pé, num milagre que inunda de gratidão a nossa fé.

5. Mãe é a beleza extrema. Só a candura – ainda que sofrida – do seu olhar tem o incomparável dom de nos extasiar. Os olhos da Mãe, ainda que cansados, estão sempre a pousar na direcção de cada filho. Haverá luminosidade que faça transcorrer semelhante brilho? Embora fatigada, é a Mãe que «vê» tudo quando nós não «vemos» (quase) nada.  

6. A Mãe tem sempre razão. A sua inteligência escorre das funduras do seu coração. Apenas quem ama assim consegue entender o que está no princípio, no meio e no fim.

7. Enfim, eis a Mãe, eis o amor. Eis onde está tudo o que, na vida, tem valor. Se até Deus quis ter Mãe, como não agradecer o dom da nossa Mãe? A Mãe não carece de lugar para viver. Basta-lhe o coração dos filhos para no mundo permanecer.

8. Não há palavras para dizer o quanto há na Mãe. Mas é suficiente a Mãe para perceber todas as palavras que há. Até o seu olhar dorido e triste é o que de mais arrebatador e comovente existe.

9. Mãe! Como é que uma palavra tão pequenina consegue ensinar o que nenhuma escola ensina? Mãe, entrego-te a Maria e peço-Lhe que, por muitos anos, te deixe na minha companhia.

10. Foi por ti que eu nasci. Tu és o que de mais belo – até hoje – eu vi! Foste a luz que acendeu o meu olhar. Foi por ti que a este mundo vim. É contigo que eu quero ficar, dia a dia, até ao fim!

João António Pinheiro Teixeira 

Abrir

A oração de meditação

Hoje falaremos de um tipo particular de oração: a meditação. Trata-se de uma prática que pode ser encontrada em várias religiões e, inclusive, em pessoas que não possuem uma concepção religiosa da vida. Isto indica-nos que todos temos necessidade de meditar, de reflectir, de nos encontrar com nós mesmos, reconhecendo que temos uma vida interior que não pode ser esmagada pelo activismo frenético da nossa cultura contemporânea. Por outro lado, quando se fala de meditação num contexto cristão, é preciso afirmar que, mais do que uma busca do núcleo mais profundo do próprio eu, a meditação é um caminho para encontrar-se com Cristo, que é Aquele que nos dá paz interior, autodomínio e clarividência. Neste sentido, a meditação é colocar-se diante da Revelação divina para assumi-la completamente; é fazer a síntese entre a Palavra de Deus e o livro da vida. Por isso, a meditação cristã deve incluir a dimensão intelectual, afectiva e emocional da pessoa, de modo que se experimente que Cristo nunca está distante, mas que se relaciona sempre connosco e que n’Ele, somente n’Ele, podemos encontrar-nos com nós mesmos.

Papa Francisco, Catequese da audiência geral (resumo), 28 de Abril, 2021

CATEQUESE COMPLETA

http://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2021/documents/papa-francesco_20210428_udienza-generale.html

Abrir

Reconhece quanto vales

 

“Fomos comprados a bom preço”, dirá São Paulo. “Não com ouro ou prata, mas com o Sangue do Cordeiro sem mancha”. Desconhecer o valor, a dignidade da pessoa humana é esquecer o grande mistério da nossa redenção em Cristo. E, se o Pai nos comprou com o preço do Sangue de Seu Filho, como somos preciosos a seus olhos! 

Santo Henrique de Ossó 

Abrir

A oração vocal

A oração é diálogo com Deus. A Palavra divina fez-se carne e, na carne de cada ser humano, a palavra retorna a Deus pela oração. A Sagrada Escritura ensina-nos a rezar com palavras por vezes ousadas pois, quando os maus sentimentos batem à porta do nosso coração, temos de ser capazes de desarmá-los com a oração e com a palavra de Deus. A primeira oração do ser humano é sempre vocal, e embora saibamos que rezar não significa repetir palavras, todavia a oração vocal é a mais segura e sempre podemos fazê-la. A oração do coração é misteriosa e, em certos momentos, ausente, ao passo que a oração dos lábios – sussurrada ou dita em voz alta – está sempre ao nosso alcance. Todos deveríamos ter a humildade de alguns idosos que na igreja, talvez pela sua audição já meio enfraquecida, ouvimos recitando em voz baixa as orações que aprenderam de pequenos, enchendo o templo com seus murmúrios. Esta oração não perturba o silêncio, antes testemunha a fidelidade ao dever da oração feita sem desfalecer a vida inteira. Estes orantes da oração humilde são frequentemente os grandes intercessores da paróquia. Não devemos, portanto, desprezar a oração vocal. Jesus disse-nos: «Quando orardes, dizei assim!» e ensinou-nos a oração do Pai-nosso (cf. Mt 6,9). 

Papa Francisco, Resumo da Catequese da Audiência Geral, 21 Abril, 2021 

CATEQUESE COMPLETA

http://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2021/documents/papa-francesco_20210421_udienza-generale.html

Abrir