A oração é diálogo com Deus. A Palavra divina fez-se carne e, na carne de cada ser humano, a palavra retorna a Deus pela oração. A Sagrada Escritura ensina-nos a rezar com palavras por vezes ousadas pois, quando os maus sentimentos batem à porta do nosso coração, temos de ser capazes de desarmá-los com a oração e com a palavra de Deus. A primeira oração do ser humano é sempre vocal, e embora saibamos que rezar não significa repetir palavras, todavia a oração vocal é a mais segura e sempre podemos fazê-la. A oração do coração é misteriosa e, em certos momentos, ausente, ao passo que a oração dos lábios – sussurrada ou dita em voz alta – está sempre ao nosso alcance. Todos deveríamos ter a humildade de alguns idosos que na igreja, talvez pela sua audição já meio enfraquecida, ouvimos recitando em voz baixa as orações que aprenderam de pequenos, enchendo o templo com seus murmúrios. Esta oração não perturba o silêncio, antes testemunha a fidelidade ao dever da oração feita sem desfalecer a vida inteira. Estes orantes da oração humilde são frequentemente os grandes intercessores da paróquia. Não devemos, portanto, desprezar a oração vocal. Jesus disse-nos: «Quando orardes, dizei assim!» e ensinou-nos a oração do Pai-nosso (cf. Mt 6,9).
Papa Francisco, Resumo da Catequese da Audiência Geral, 21 Abril, 2021
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