Com a catequese de hoje, damos por concluídas as nossas reflexões sobre a Carta aos Gálatas. No termo deste exigente mas fascinante percurso, recordemos as palavras que deixou escritas o bispo Santo Inácio de Antioquia: «Um só é o mestre que disse e foi feito; mas também é digno do Pai o que Ele fez em silêncio. O que possui a palavra de Jesus é capaz de perceber também o seu silêncio» (Ad Ephesios 15, 1-2). Pois bem! De Paulo, podemos afirmar que foi capaz de dar voz a este silêncio. Aquele seu encontro com Cristo Ressuscitado no caminho de Damasco conquistou-o e transformou inteiramente a sua vida que ele havia de gastar ao serviço do Evangelho. As suas intuições mais originais ajudam-nos a descobrir a novidade impressionante que se encerra na revelação de Jesus Cristo. Na verdade, os seus ensinamentos geram em nós entusiasmo, impelindo-nos a embocar decididamente o caminho da liberdade, impelindo-nos a caminhar segundo o Espírito Santo; mas embatemos nas nossas próprias limitações, que nos impedem de ser dóceis às inspirações divinas, e sobrevém o cansaço que gela o nosso entusiasmo. Entretanto ouvimos São Paulo dizer-nos: «não nos cansemos de fazer o bem». Mas como reagir ao cansaço? Fazendo como os discípulos de Jesus, quando na barca se viram perdidos no meio da tempestade: acordemos o Senhor que parece dormir no nosso coração em sobressalto. Que Ele acorde e nos fale, porque vê para além da tempestade. Através daquele seu olhar sereno, podemos ver algo que, sozinhos, não conseguíamos sequer vislumbrar: o Espírito Santo vem sempre em ajuda da nossa fraqueza, dando-nos o apoio de que precisamos. (Papa Francisco, Resumo da Catequese sobre a Carta aos Gálatas, 10 de Novembro, 2021)
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