Paulo pede aos Gálatas para voltarem ao essencial, isto é, a Deus que nos dá vida em Cristo crucificado. O próprio apóstolo diz de si mesmo: «Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim» (Gal 2, 20). Irmãos e irmãs, se perdermos o rumo na nossa vida espiritual, sigamos o conselho de Paulo: contemplemos Cristo crucificado, recomecemos d’Ele. Agarremos o crucifixo nas mãos, estreitemo-lo ao coração. Ou então paremos em adoração diante do Santíssimo Sacramento, onde Jesus Se faz Pão repartido para nós, onde está Cristo Ressuscitado, poder de Deus que derrama o seu amor nos nossos corações. E que acontece quando nos encontramos na oração com Jesus Crucificado? Acontece o mesmo que sucedeu na cruz: Jesus entrega o Espírito (cf. Jo 19, 30). E o Espírito Santo que brota da Páscoa de Jesus é o princípio da vida espiritual. O que nos muda o coração não são as nossas obras, mas a acção do Espírito em nós. Graças a Ele, alimentamos a nossa vida cristã e saímos vencedores no combate contra os instintos mundanos da nossa carne, ou seja, da pessoa humana fechada em si mesma, numa vida horizontal sem relação com o Espírito Santo. Tais instintos mundanos são comportamentos contrários ao Espírito de Deus. O apóstolo Paulo faz uma lista com as obras da carne e outra com o fruto do Espírito. Pode ser um bom exercício espiritual repassar a lista de São Paulo para ver se a nossa conduta mostra os frutos referidos, isto é, se a nossa vida é verdadeiramente uma vida segundo o Espírito Santo. Por exemplo, os primeiros três – como ouvimos ler, no início da Audiência – são amor, alegria, paz. Daqui se reconhece uma pessoa habitada pelo Espírito de Deus. (Papa Francisco, Resumo da Catequese sobre a Carta aos Gálatas, 27 de Outubro, 2023).
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