Maria Baouardy, descendente de uma família de rito greco-melquita católico, nasceu em Abellin (Galileia) em 1846. Aos vinte e um anos de idade ingressou no mosteiro das Carmelitas Descalças de Pau (França). Fundou mosteiros da Ordem na Terra Santa. Brilhou pelos dons sobrenaturais, principalmente pela humildade. Sobressaiu também pela sua ardente devoção ao Espírito Santo. Dedicou profundo amor à Igreja e ao Romano Pontífice. Morreu em Belém no dia 26 de Agosto de 1878.
Maria Baouardy, conhecida como a “Pequena Árabe”, recebeu, como religiosa, o nome de Irmã Maria de Jesus Crucificado. Foi beatificada pelo Papa João Paulo II, a 13 de Novembro de 1983 e foi canonização no dia 17 de Maio de 2015, pelo Papa Francisco que na altura disse: “Deste amor eterno entre o Pai e o Filho, que se infunde em nós por intermédio do Espírito Santo (cf. Rm 5, 5), adquirem vigor a nossa missão e a nossa comunhão fraternal; é dele que brota sempre de novo a alegria de seguir o Senhor pelo caminho da sua pobreza, da sua castidade e da sua obediência; é aquele mesmo amor que nos chama a cultivar a oração contemplativa. Foi quanto experimentou de maneira eminente a irmã Maria Baouardy que, humilde e iletrada, soube dar conselhos e explicações teológicas com extrema clarividência, fruto do diálogo incessante que mantinha com o Espírito Santo”.
– Fazei bom uso do tempo. Tudo nesta terra passa, e o tempo é tão breve. Praticai a perfeição. Produzi frutos para Jesus.
– Ó meu divino Espírito Santo, animai-me! Amor divino consumi-me! Conduzi-me no caminho da verdade. Maria, minha Mãe, olhai por mim! Com o vosso Jesus, abençoai-me! De todo o engano e perigo, guardai-me! De qualquer mal, preservai-me! Amen.
Santa Maria de Jesus Crucificado, OCD
“As leituras da Liturgia hodierna são um esplêndido comentário à vida da Irmã Maria, nascida nas proximidades de Nazaré e falecida no Carmelo de Belém, aos 33 anos de idade. O seu amor por Cristo foi forte como a morte; as provas mais dolorosas não o fizeram desvanecer, mas, pelo contrário, purificaram-no e fortaleceram-no. E ela deu tudo por este amor.
A vida inteira da pequenina árabe, repleta de extraordinários dons místicos, foi, na luz do Espírito Santo, a resposta consciente e irrevogável a uma vocação de santidade, quer dizer, àquele projecto eterno de salvação, de que fala São Paulo, que a misericórdia divina estabeleceu para cada um de nós.
Toda a sua vida é fruto daquela suprema “sabedoria” evangélica com a qual Deus se compraz em enriquecer os humildes e os pobres, para confundir os poderosos. Dotada de grande limpidez de alma, de uma férvida inteligência natural e daquela fantasia poética característica dos povos semitas, a pequena Maria, não teve a oportunidade de fazer grandes estudos, mas isto não a impediu, graças à sua eminente virtude, de estar cheia daquele “conhecimento” que tem o máximo valor; e Cristo morreu na cruz para no-lo dar: o conhecimento do Mistério Trinitário, perspectiva tão importante naquela espiritualidade cristã oriental, em que a pequena árabe tinha sido educada”.
Papa João Paulo II, Excerto da Homilia da Missa da Beatificação, 13 de Novembro, 1983
Oração
Senhor, Pai de misericórdia e Deus de toda a consolação, que conduzistes à contemplação dos mistérios do vosso Filho Santa Maria de Jesus Crucificado, filha humilde da Terra Santa, e a fizestes testemunha da caridade e da alegria do Espírito Santo, concedei-nos, por sua intercessão, que, participando nos sofrimentos de Cristo, exultemos de alegria na revelação da sua glória. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.
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