Ó meu Deus, Trindade que eu adoro

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Ó meu Deus, Trindade que eu adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente, para me estabelecer em Vós, imóvel e pacífica como se já a minha alma estivesse na eternidade. Que nada possa perturbar a minha paz, nem fazer-me sair de Vós, ó meu Imutável, mas que cada minuto me leve mais longe na profundidade do Vosso Mistério. Pacificai a minha alma, fazei dela o Vosso céu, Vossa morada amada e o lugar de Vosso repouso. Que nunca aí eu Vos deixe só, mas que esteja lá inteiramente, toda acordada na minha fé, perfeita adoradora, toda entregue à Vossa Acção criadora.

Santa Isabel da Trindade

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A oração

O amor vai à oração para aí encontrar um alimento, um desenvolvimento e a união perfeita que satisfaz todos os desejos. 

Beato Pe. Maria-Eugénio do Menino Jesus

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Ler todos os dias um trecho do Evangelho

«Quantos de vós pegam no Evangelho todos os dias e lêem um trecho? Ia dizer para levantar a mão: mas não o farei, tranquilos!». É importante, disse o Papa Francisco, trazer sempre consigo uma cópia do Evangelho, talvez «o de bolso, que é pequenino, para o ter no bolso, na bolsa, sempre comigo». Narra-se, prosseguiu, que «Santa Cecília levava o Evangelho perto do coração: perto, perto!». E assim, tendo-o sempre ao seu alcance, pode-se «ler todos os dias um trecho do Evangelho: é o único modo de conhecer Jesus», de saber «o que fez, o que disse».

É fundamental «ler a história de Jesus: sim, o Evangelho é a história de Jesus, a sua vida, é o próprio Jesus, é o Espírito Santo que nos faz ver Jesus ali». Por esta razão, Francisco quis renovar o seu conselho: «Por favor, fazei isto: todos os dias, um trecho do Evangelho, pequenino, três, quatro, cinco minutos». Entende-se lendo o Evangelho; «e ele age dentro: é o Espírito Santo que faz o trabalho depois. Esta é a semente. Quem faz a semente germinar e crescer é o Espírito Santo».

Meditação matutina do Papa Francisco (9 de Janeiro de 2017)

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“O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz”

3º Domingo do Tempo Comum (Ano A) – (Mt 4, 12-23)

O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz

O Evangelho deste domingo narra o início da vida pública de Jesus nas cidades e aldeias da Galileia. A sua missão não começa em Jerusalém, ou seja, no centro religioso, social e político, mas numa zona periférica, uma região desprezada pelos judeus mais observantes, devido à presença naquela região de diversas populações estrangeiras; por isto o profeta Isaías a indica como «Galileia dos povos» (Is 8, 23).

É uma terra de fronteira, uma zona de trânsito na qual se encontram pessoas diversas por raça, cultura e religião. Também nós estamos imersos todos os dias numa «Galileia dos povos», e neste tipo de contexto podemos assustar-nos e ceder à tentação de construir recintos para estarmos mais seguros, mais protegidos. Mas Jesus ensina-nos que a Boa Nova, que Ele traz, não está reservada a uma parte da humanidade, deve ser comunicada a todos. É um feliz anúncio destinado a quantos o esperam, mas também a quantos talvez já não esperem mais nada, nem sequer têm a força para procurar e perguntar.

Partindo da Galileia, Jesus ensina que ninguém está excluído da salvação de Deus, aliás, que Deus prefere partir da periferia, dos últimos, para alcançar a todos. Ensina-nos um método, o seu método, que contudo expressa o conteúdo, ou seja, a misericórdia do Pai. «Cada cristão e cada comunidade discernirá qual é o caminho que o Senhor pede, mas todos estamos convidados a aceitar esta chamada. Sair do próprio conforto e ter a coragem de chegar a todas as periferias que precisam da luz do Evangelho».

Jesus começa a sua missão não só por um lugar descentralizado, mas também por homens que se diriam, pode-se dizer assim, «de perfil baixo». Para escolher os seus primeiros discípulos e futuros apóstolos, não se dirige às escolas dos escribas e dos doutores da Lei, mas às pessoas humildes e simples, que se preparam com empenho para a vinda do Reino de Deus. Jesus vai chamá-los lá onde eles trabalham, nas margens do lago: são pescadores. Chama-os e eles seguem-no, imediatamente. Deixam as redes e vão com Ele: a sua vida tornar-se-á uma aventura extraordinária e fascinante.

Queridos amigos e amigas, o Senhor chama também hoje! O Senhor passa pelas estradas da nossa vida diária. Chama-nos para andar com Ele, para trabalhar com Ele pelo Reino de Deus, nas «Galileias» dos nossos tempos. Cada um de vós pense: o Senhor passa hoje, o Senhor olha para mim, observa-me! Que me diz o Senhor? E se algum de vós sente que o Senhor lhe diz «segue-me» seja corajoso, vá com o Senhor. O Senhor nunca desilude.

Papa Francisco

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3º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 4, 12-23)

Tendo ouvido dizer que João fora preso, Jesus retirou-se para a Galileia. Depois, abandonando Nazaré, foi habitar em Cafarnaúm, cidade situada à beira-mar, na região de Zabulão e Neftali, para que se cumprisse o que o profeta Isaías anunciara: Terra de Zabulão e Neftali, caminho do mar, região de além do Jordão, Galileia dos gentios. O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz; e aos que jaziam na sombria região da morte surgiu uma luz.

A partir desse momento, Jesus começou a pregar, dizendo: «Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu.»

Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes: «Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens.» E eles deixaram as redes imediatamente e seguiram-no.

Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes, dentro do barco. Chamou-os, e eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-no.

Depois, começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando entre o povo todas as doenças e enfermidades.

Mensagem

As comunidades para as quais Mateus escreveu o seu Evangelho viviam numa situação de trevas e de muitas angústia e tentação. Havia comunidades bem pequenas de duas ou três famílias (Mt 18, 20). Elas não eram reconhecidas pelos irmãos judeus. Entrar na comunidade trazia riscos e perseguições. Além disso, havia tensões internas muito fortes. Não era claro para elas o caminho a seguir. Havia muitas opiniões e tendências. Havia incertezas até sobre a própria pessoa de Jesus. O texto deste 3º Domingo do Tempo Comum (Ano A), ajudou as comunidades a enfrentar e a superar as dificuldades.

Quando Jesus soube que João Baptista foi preso, voltou para a Galileia e retomou a mesma mensagem de João: “Arrependei-vos, porque o Reino de Deus está próximo!”. A pregação do Evangelho traz riscos. Ao anotar a prisão de João Baptista, o narrador não só está a registar um facto histórico, mas também a desvendar já aquilo que um dia acontecerá também a Jesus. Mas Jesus não volta atrás. Deste modo, Mateus anima as comunidades que corriam riscos de perseguição. E ele cita o texto tão bonito de Isaías: “O povo que jazia nas trevas viu uma grande luz!”. Como Jesus, as comunidades eram chamadas a ser “Luz dos povos”.

Jesus caminha pela praia e chama quatro pessoas para segui-lo. É a primeira comunidade. Pouca gente. Só quatro pessoas. Um começo insignificante, como eram insignificantes as pequenas comunidades da época de Mateus. Grupinhos de poucas famílias (Mt 18, 20), mas eram aqueles pequenos grupos que espalhavam pelo mundo a Luz dos povos.

Jesus começa o anúncio de Boa Nova andando por toda a Galileia. Ele não fica parado, à espera que o povo chegue. Ele mesmo vai às reuniões do povo, às sinagogas, para anunciar a sua mensagem. O povo leva-lhe os doentes, os endemoninhados, e ele acolhe a todos e cura-os. Este serviço aos doentes faz parte da Boa Nova e revela ao povo a presença do Reino. Assim, a fama de Jesus espalha-se por a toda a região, atravessa as fronteiras da Galileia, penetra na Judeia, chega até Jerusalém, vai para o além-Jordão e alcança a Síria e a Decápole. Era exactamente aqui, nestas mesmas regiões, que se encontravam as comunidades para as quais Mateus escreveu o seu Evangelho. Agora, elas ficam a saber que, apesar de todas as dificuldades e riscos, são a luz que brilha nas trevas.

Palavra para o caminho

Decepcionado com a forma como os reis humanos exerceram a realeza, o Povo de Deus começa a sonhar com um tempo novo, em que o próprio Deus vai reinar sobre o seu Povo. Esse reinado será marcado pela justiça, pela misericórdia, pela preocupação de Deus em relação aos pobres e marginalizados, pela abundância e fecundidade, pela paz sem fim.

Jesus tem consciência de que a chegada do “Reino” está ligada à sua pessoa. O seu primeiro anúncio resume-se, para Mateus, no seguinte slogan: “Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu“.

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Quem é o meu próximo?

Quem é o meu próximo? Será esta criança aflita, aquele mendigo da rua, ou o familiar desorientado… Todos estes podem ser próximos fisicamente, mas ser próximo é outra coisa: é ser capaz de se aproximar do outro. O meu próximo é aquele de quem me aproximo! E eu faço-me próximo dele compreendendo-o e podendo, assim, ajudá-lo. Se não me aproximo, não há próximo.

Vasco P. Magalhães, sj

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Segui-me

Note-se bem que Jesus desce ao nosso mundo, caminha pelas nossas estradas e vem ter connosco aos nossos lugares de trabalho. E é aí que nos chama. Não espera por nós no cenário sagrado das nossas Igrejas! Não nos obriga a aprender uma doutrina, nem sequer nos entrega um projecto de vida, mas chama-nos a segui-lo («vinde atrás de mim»), e partilha connosco a sua vida, como o Mestre faz com os seus discípulos. Não nos põe a fazer uma espécie de estágio, para que um dia nos tornemos Mestres. Nós permanecemos sempre discípulos, e um só é o Mestre. Não nos coloca num estágio, num estado, num estrado, numa estante, mas num caminho! E um dia mais tarde, ouvi-lo-emos ainda dizer: «Ide!». É sempre no caminho que nos deixa.

António Couto

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Esperança e oração

Quero falar-vos hoje da ligação entre a esperança e a oração, mais concretamente da nossa decisão de nos pormos em oração movidos pela esperança no perdão de Deus. Vemos acontecer isto na vida do profeta Jonas. Este foi chamado por Deus para ir pregar à cidade de Nínive, chamando-a à conversão. Mas o profeta não quer ir: Nínive fez demasiado mal ao seu povo, para Jonas conseguir desejar-lhe a salvação. Então o profeta toma um barco, com o propósito de seguir na direção oposta de Nínive. Uma grande tempestade, porém, ameaça afundar o barco; sobre ele, desesperados, todos começam a rezar cada um ao seu próprio deus para que os salve. Todos, todos, não! Jonas dorme no convés. O comandante acorda-o, dizendo-lhe: «Invoca o teu Deus, a ver se porventura se lembra de nós e nos livra da morte». Transparecem nestas palavras toda a esperança do ser humano na sua impotência face a um perigo mortal. É a esperança que se faz oração, uma súplica cheia de angústia que sobe dos lábios humanos em perigo iminente de morte. O facto de tais palavras saírem da boca de «pagãos», como era o comandante do barco, só confirma como a necessidade de o fazer seja intuitiva e generalizada na alma humana. O pavor instintivo de morrer desvenda a necessidade de esperar no Deus da vida. Jonas deverá constatar de novo isto mesmo, quando finalmente obedecer à chamada de Deus, avisando os ninivitas: «Dentro de quarenta dias, Nínive será destruída». Depois disso, ouvirá o rei de Nínive – também ele pagão – mandar aos seus súbditos: «Clamem a Deus com força; converta-se cada um do seu mau caminho (…). Quem sabe se Deus não se arrependerá e acalmará o ardor da sua ira, de modo que não pereçamos?» E a oração ditada pela esperança surtiu efeito, Deus realizou quanto esperavam e pediam: o navio foi salvo, o profeta aprendeu a obedecer e Deus perdoou à cidade arrependida.

Papa Francisco, Resumo da Audiência Geral de 18 de Janeiro de 2017

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“Vamos até Belém”

Os pastores, depois de ter ouvido a mensagem do Anjo, disseram uns para os outros: «“Vamos até Belém”. Partiram então a toda a pressa» (Lc 2, 15s). Na nossa vida ordinária, as coisas não acontecem assim. A maioria dos homens não considera prioritárias as coisas de Deus. E assim nós, na grande maioria, estamos prontos a adiá-las.

Deus é importante, a realidade absolutamente mais importante da nossa vida. É precisamente esta prioridade que nos ensinam os pastores. Deles queremos aprender a não deixar-nos esmagar por todas as coisas urgentes da vida de cada dia. O tempo empregue para Deus e, a partir d’Ele, para o próximo, nunca é tempo perdido.

Bento XVI

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Uma escada até Deus

Bom jesus monte

As imperfeições – disse Nosso Senhor a uma alma escolhida – devem servir para a alma como degraus para subir até Mim por meio da humildade, da confiança e do amor. 

Santa Teresa dos Andes

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