Bem-aventurados…

As bem-aventuranças, de facto, definem a identidade do discípulo de Jesus. Podem parecer estranhas, quase incompreensíveis para quem não é discípulo, mas se nos perguntarmos como é um discípulo de Jesus, a resposta é justamente as bem-aventuranças. É assim.

Vejamos a primeira, que é a base de todas as outras: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus” (v. 20). Bem-aventurados vós, os pobres. Jesus diz duas coisas sobre os seus: que são felizes e que são pobres; e mais, que são felizes porque são pobres.

Em que sentido? No sentido de que o discípulo de Jesus não encontra a sua alegria no dinheiro, no poder ou noutros bens materiais, mas nos dons que recebe todos os dias de Deus: a vida, a criação, os irmãos e as irmãs, etc.: são dons da vida. Até os bens que possui ele os compartilha com gosto, porque vive na lógica de Deus. E qual é a lógica de Deus? A gratuidade. O discípulo aprendeu a viver na gratuidade.

Esta pobreza é também uma atitude em relação ao sentido da vida, porque o discípulo de Jesus não acredita que a possui, que já sabe tudo, mas que sabe que deve aprender todos os dias. E isso é uma pobreza: a consciência de ter que aprender todos os dias. O discípulo de Jesus, por ter essa atitude, é uma pessoa humilde e aberta, sem preconceitos nem rigidez.

Papa Francisco, Angelus, 13 de Fevereiro. 2022

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Ainda que tenha de passar por vales tenebrosos

Humanamente falando, minha irmã Rosa e eu estamos numa situação insegura. Mas, pelo que se pode saber, a situação não se vai alterar antes do final da guerra. Cheias de confiança, tudo entregamos à Providência e, tranquilas, continuamos com as nossas obrigações.

Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein)

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Oração para o Dia Mundial do Doente 2022

Pai misericordioso, fonte da vida,
enche-nos da tua misericórdia
e faz que, caminhando juntos,
possamos testemunhar o teu cuidado
para com os excluídos, os que sofrem,
os que estão sós.
Fortalece os doentes, os médicos,
os enfermeiros e todos os cuidadores.

Senhor Jesus, crucificado e ressuscitado,
ensina-nos a servir e a amar cada irmã e cada irmão.
Tu que conheces o que é a dor e o abandono
acompanha todos os doentes
e os que sofrem no corpo ou no espírito.
Ensina-nos a encontrar o teu rosto em cada um deles.

Espírito Santo, nosso Paráclito,
defende a humanidade que necessita de amor e de cuidado.
Socorre a nossa fragilidade e vulnerabilidade.
Acolhe as nossas fadigas quotidianas e os nossos sofrimentos,
dá-nos a esperança do feliz encontro por toda a eternidade.

Maria, testemunha da dor ao pé da cruz,
olha para nós com o teu amor materno
e reza por nós.

30º Dia Mundial do Doente, 11 de Fevereiro de 2022

 

 

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São José, padroeiro da boa morte

O povo cristão tem São José como patrono da boa morte. É uma devoção baseada no pensamento de que José terá morrido assistido pela Virgem Maria e Jesus. Recentemente, de forma dramática, a pandemia evidenciou a realidade da morte, que a cultura do bem-estar tenta afastar do pensamento. Porém, a fé cristã não dissimula o medo da morte, ajuda sim a enfrentá-lo. Graças à fé na ressurreição de Jesus, podemos aproximar-nos do abismo da morte sem ceder ao medo e aproveitar a própria morte para olhar a vida com novos olhos. Por que razão caímos na tentação de acumular riquezas? Eu nunca vi o camião com as mobílias atrás de um carro fúnebre! Por que razão litigamos, se um dia morremos? Queridos irmãos e irmãs, é preferível acumular as obras de caridade e morrer reconciliados com todos. Sabemos que a hora da morte foge ao nosso controlo, mas, pensando nela, podemos fazer importantes escolhas. A primeira passa por reconhecer que, uma vez feito tudo para curar um doente, é imoral o encarniçamento terapêutico. A segunda diz respeito à qualidade da morte e do sofrimento. Graças aos chamados “cuidados paliativos”, tem-se ajudado a viver a última fase da vida de forma mais humana; mas essa ajuda significa acompanhar, não provocar a morte ou o suicídio. A vida, sim, é um direito, não a morte, que deve ser aceite e não ministrada. Que São José nos ajude a viver da melhor maneira possível o mistério da morte, fazendo a experiência da misericórdia de Deus, que está ao nosso lado também no último momento. (Resumo da catequese).

Papa Francisco, Catequese “São José, padroeiro da boa morte”, 9 de Fevereiro, 2022

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2022/documents/20220209-udienza-generale.html

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Daqui em diante serás pescador de homens

O maior milagre feito por Jesus para Simão e os demais pescadores desiludidos e cansados, não é tanto a rede cheia de peixes, quanto o facto de os ter ajudado a não ser vítimas da desilusão e do desencorajamento, diante das derrotas. Abriu-os para que se tornassem anunciadores e testemunhas da sua palavra e do reino de Deus. E a resposta dos discípulos foi imediata e total: «Depois de terem reconduzido os barcos para terra, deixaram tudo e seguiram-no».

Papa Francisco, Angelus, 10 de Fevereiro, 2019

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São José e a comunhão dos santos

“Glorioso Patriarca São José, cujo poder sabe tornar possíveis coisas impossíveis, vinde em meu auxílio nestes momentos de angústia e dificuldade. Tomai sob a vossa protecção as situações muito graves e difíceis que vos confio, para que possam ter uma solução feliz. Meu amado Pai, toda a minha confiança está depositada em vós. Que não se diga que vos invoquei em vão, e dado que tudo podeis junto de Jesus e Maria, mostrai-me que a vossa bondade é grande como o vosso poder”.

Papa Francisco, Catequese “São José e a comunhão dos santos”, 2 de Fevereiro, 2022

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2022/documents/20220202-udienza-generale.html

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Oração para pedir a chuva

Deus, nosso Pai, Senhor do Céu e da terra,
Tu és para nós existência, energia e vida.

Criaste o homem à Tua imagem
a fim de que com o seu trabalho ele faça frutificar
as riquezas da terra
colaborando assim na Tua criação.

Temos consciência da nossa miséria e fraqueza:
nada podemos fazer sem Ti.
Tu, Pai bondoso, que sobre todos fazes brilhar o sol
e fazes cair a chuva,
tem compaixão de todos os que sofrem duramente
pela seca que nos ameaça nestes dias.

Escuta com bondade as orações que Te são dirigidas
com confiança pela Tua Igreja,
como satisfizeste as súplicas do profeta Elias
que intercedia em favor do Teu povo.

Faz cair do céu sobre a terra árida
a chuva desejada,
a fim de que renasçam os frutos
e sejam salvos homens e animais.
Que a chuva seja para nós o sinal
da Tua graça e da Tua bênção:
assim, reconfortados pela Tua misericórdia,
dar-te-emos graças por todos os dons da terra e do céu,
com os quais o Teu Espírito satisfaz a nossa sede.
Por Jesus Cristo, Teu Filho,
que nos revelou o Teu amor,
fonte de água viva, que brota para a vida eterna.
Amen.

Papa São Paulo VI

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Nenhum profeta é bem recebido na sua pátria

Um povo que não tenha, em cada momento, filhos que se atrevam a denunciar-lhe os seus erros e injustiças, é um povo que corre o risco de ir “perdendo a sua consciência”.
Quem sabe, o maior pecado de um povo seja abafar a voz dos seus profetas, pessoas, às vezes, muito simples, porém que conservam como ninguém o melhor e o mais humano de um povo. E quando um povo reduz ao silêncio estes homens e mulheres, empobrece-se e fica sem luz para caminhar em direcção a um futuro mais humano.
É triste constatar que o refrão judaico continua a ser realidade: “Nenhum profeta é bem recebido na sua pátria”. E as pessoas continuam a ignorar os seus profetas, como as de Nazaré que expulsaram, certo dia, Jesus, o melhor e o mais necessário para o seu povo.

José Antonio Pagola

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Confiar para ver grandes coisas

Ser fiel aos chamamentos do Senhor supõe confiar continuamente sem saber aonde te vai levar… É preciso “confiar para ver grandes coisas”. Senhor, quero ser como aquele jovem que te parou um dia, no caminho, para Te dizer: “Seguir-Te-ei para onde quer que fores”. Sei que vou sentir, muitas vezes, a mesma tentação de responder ao Teu chamamento como aquele outro: “Deixa-me ir primeiro…”. Mas tu, Jesus, insiste e não me deixes cair na tentação do medo, da desconfiança, do indiferentismo que me impeça seguir-Te como e aonde Tu quiseres. Devo repetir-Te como Teresa de Jesus: “Vosso sou, para Vós nasci, que quereis de mim?”.

Santo Henrique de Ossó

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