Um povo que não tenha, em cada momento, filhos que se atrevam a denunciar-lhe os seus erros e injustiças, é um povo que corre o risco de ir “perdendo a sua consciência”.
Quem sabe, o maior pecado de um povo seja abafar a voz dos seus profetas, pessoas, às vezes, muito simples, porém que conservam como ninguém o melhor e o mais humano de um povo. E quando um povo reduz ao silêncio estes homens e mulheres, empobrece-se e fica sem luz para caminhar em direcção a um futuro mais humano.
É triste constatar que o refrão judaico continua a ser realidade: “Nenhum profeta é bem recebido na sua pátria”. E as pessoas continuam a ignorar os seus profetas, como as de Nazaré que expulsaram, certo dia, Jesus, o melhor e o mais necessário para o seu povo.
José Antonio Pagola