Solenidade do Profeta Elias

O profeta Elias aparece na Sagrada Escritura como um homem de fogo, completamente abrasado pelo amor de Deus, homem do silêncio e da contemplação. Quando aparece em público é para falar de Deus. A Bíblia conta dele as maiores maravilhas e faz os mais belos elogios: pela sua oração Deus negou a chuva à terra durante mais de três anos, e quando de novo rezou no Monte Carmelo pelo povo, Deus enviou abundantemente a chuva. Fugindo do terrível rei Acab e escondido numa gruta, o Senhor ordenou a um corvo que durante muitos dias levasse pão a Elias. Na sua fuga ia o profeta esfomeado. Era o tempo da seca em que Deus não abençoava nem os homens nem a terra com a chuva. Foi pois neste período que Elias abençoou uma viúva pedindo ao Senhor que, enquanto durasse a seca, não lhe faltasse nem a farinha nem o azeite para o seu sustento e do seu filho, em reconhecimento pela hospitalidade desta família pobre que socorreu o faminto profeta de Deus. E, mais tarde, tendo morrido o único filho desta viúva, Elias ressuscitou o menino. No monte Carmelo Elias fez descer fogo sobre o sacrifício, mostrando assim que o deus Baal e os seus profeta eram falsos. Novamente viu-se forçado a fugir de Acab e da sua mulher Jezabel. Faminto e desalentado no deserto a ponto de desejar morrer, Deus alimenta-o através de um anjo com pão e água, e encoraja-o a caminhar durante quarenta dias e quarenta noites até ao monte de Deus, o Horeb. Uma vez aqui, Deus mostrou-se a Elias já não nos tradicionais sinais do Antigo Testamento, do fogo, do terramoto ou do forte vento, mas numa brisa suave. Esta nova experiência de Deus dá-lhe olhos novos, abre um novo horizonte e devolve a Elias a liberdade para a acção, a vitória sobre o medo, a vontade de continuar a lutar pela causa de Deus em defesa da vida do povo, e dá-lhe, ao mesmo tempo, a consciência clara de não ser o dono da luta nem o único a defender a causa de Deus. Após a manifestação no monte de Deus, Elias predisse a morte do rei Acab e do seu filho Ocozias, ambos desagradáveis ao Senhor, e da rainha Jezabel, pagã e má. Sagrou reis e profetas e elegeu como seu sucessor, Eliseu, a quem deixou o seu manto e o seu espírito como herança, quando foi elevado ao céu num carro de fogo. Pelo seu amor ao silencio e à contemplação, pela fortaleza do seu espírito de profeta e pela ligação à montanha do Carmelo, desde muito cedo os carmelitas escolheram Elias como o seu inspirador espiritual, tal como haviam escolhido Maria, prefigurado na nuvenzinha que Elias vira no Carmelo, como Mãe e Irmã da Ordem por eles fundada. De Elias, os Carmelitas aprendem a ouvir a voz de Deus no silêncio e no imprevisível. Procuram estar sempre disponíveis para cumprir a Palavra de Deus para conformar a mente e o coração de maneira que o seu modo de viver e trabalhar seja profético e fiel à memória do Profeta Elias.

 

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800 anos de história

A tradição carmelita pode ser entendida como um comentário de oitocentos anos ao “Cântico dos Cânticos”. Esta antiga história de amor da literatura hebraica é uma narração simples que fundamenta e capta a experiência de numerosíssimos carmelitas. «A voz do meu amado! Ei-lo que chega, correndo pelos montes, saltando sobre as colinas» (Ct 2, 8). Pensando que procuravam um Deus difícil de se deixar encontrar, voltavam da sua busca com a convicção de que tinha sido o próprio Deus que, com eterno amor, saíra ao seu encontro ao longo de todo o caminho. A ânsia profunda do coração do carmelita revelou-se, deste modo, como sinal de um convite: «Levanta-te, minha amada, e vem, ó minha bela amada!» (Ct 2, 10). Os escritores carmelitas recorreram frequentemente à apaixonante história de amor do “Cântico dos Cânticos” para encontrar as palavras que pudessem expressar esta experiência… Os versos do “Cântico” aparecem, consciente ou inconscientemente, na literatura carmelita. Os carmelitas contam muitas histórias, mas de entre elas, aparece repetidamente a história da amada que espera incansavelmente a chegada do Amado.

John Welch, O. Carm.

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9º Dia: Solenidade de Nossa Senhora do Carmo

Os primeiros eremitas do Monte Carmelo, local da Terra Santa onde nasceu a Ordem do Carmo, construíram no meio das suas celas uma capela, centro das suas vidas, onde diariamente se reuniam para celebrar em conjunto a Eucaristia. Esta capela dedicaram-na à Bem-Aventurada Virgem Maria. Com este gesto, o primeiro grupo de Carmelitas escolheu-a como Padroeira, comprometendo-se deste modo a estar ao seu serviço e a esperar dela confiadamente a sua protecção. Tinham orgulho em ser chamados de Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo e defenderam este título com toda a energia, quando viram ameaçado o direito de ter este nome.

Maria acolheu a vontade de Deus quando lhe foi pedido para ser a Mãe do Salvador. Maria meditou todos os acontecimentos da sua vida e foi capaz de ver neles a actuação da mão de Deus. Maria não se ensoberbeceu pela sua especialíssima vocação, mas louvou o Senhor por ter olhado para a sua humildade e por nela ter feito grandes coisas. Esteve com Jesus no começo do seu ministério público quando, nas bodas de Caná, informou-o da precária situação: “Não têm vinho”. Maria assistiu-o na sua morte na cruz e aí tornou-se na Mãe de todos os crentes. No início dos Actos dos Apóstolos encontramos Maria no cenáculo, junto dos outros discípulos, em oração, e esperando a vinda do Espírito Santo. Para todo o Carmelita, Maria está sempre na sua própria vida, guiando-o e protegendo-o no seu obséquio a Jesus Cristo.

Durante muitos séculos o Escapulário do Carmo sintetizou no seu significado a relação dos Carmelitas com a Virgem Maria. O Escapulário constitui uma parte do hábito tradicional vestido pelos religiosos. Trazer o Escapulário é um sinal de consagração a Maria e de aceitação da sua protecção. Na Virgem Maria, os Carmelitas encontram a imagem perfeita de tudo o que eles esperam: entrar numa relação íntima com Cristo, estar totalmente abertos à vontade de Deus e deixar que as suas vidas sejam transformadas pela Palavra de Deus. Os Carmelitas consideraram sempre Maria como a Padroeira da Ordem, e proclamaram-na como Mãe e Formosura do Carmelo. Os Carmelitas vivem em intimidade espiritual com ela, para que possam aprender dela a viver como filhos de Deus. A celebração de Nossa Senhora do Carmo tem lugar a 16 de Julho e é a principal solenidade da Ordem Carmelita.

 

Oração: Senhora do Carmo, esplendor do Carmelo, o Escapulário é sinal do vosso amor maternal para com a Ordem que vos está consagrada. Ele recorda-nos a nossa consagração a vós e o dever de imitar as vossas virtudes. Ele é sinal de comunhão e de participação no espírito e na vida da Ordem do Carmo, e da nossa contínua oração e da particular dedicação ao vosso serviço.

Pai, olha com benevolência para aqueles que se revestem com o Escapulário do Carmo. Faz com que, deixando-se amar pela Virgem Maria, Mãe do vosso Filho e Mãe do Carmelo, sejam conformes à imagem de Jesus Cristo. E depois de terem percorrido, livres de todos os perigos, o caminho da vida, possam entrar na glória da vossa Casa. Por Cristo, Senhor nosso. Amen.

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Novena de Nª Srª do Carmo – 8

8º DIA: MARIA, AO PÉ DA CRUZ

À escuta da Palavra: Ao pé da cruz (Jo 19, 25-27)

Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!» Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.

Reflexão: João diz-nos que junto à cruz estavam Maria e João. Maria – a Mãe -, João – o discípulo predilecto – . A Virgem Maria está de pé junto à cruz: dá força ao seu Filho para que chegue a última hora. Esta passagem bíblica – muito grata ao coração de todo o carmelita – ensina-nos que no momento da dor não estamos sozinhos. Maria e Jesus estão connosco. E recorda-nos que o Senhor, morrendo, deu-nos a sua Mãe como bem precioso. Procuremos com a nossa vida ser agradecidos.

Oração: Maria, Mãe ao pé da cruz, fica junto de nós nas nossas cruzes quotidianas para que, como tu, saibamos estar de pé para aceitar e oferecer a nossa dor. Maria, Mãe junto à cruz, abre o nosso coração para que saibamos acolher-te em todo o momento, dom que Jesus nos deu ao morrer.

Compromisso: Aproximar-me de qualquer pessoa que sofre física ou espiritualmente.

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Novena de Nª Srª do Carmo – 7

7º DIA: MARIA, VIRGEM DA ESCUTA

À escuta da Palavra: Ditosos os seios que te amamentaram (Lc 11, 27-28)

Enquanto Ele falava, uma mulher, levantando a voz do meio da multidão, disse: «Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram!» Ele, porém, retorquiu: «Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática.»

Reflexão: Pode parecer que Jesus não dê importância ao papel de Maria, preferindo os seus discípulos. No entanto, se lermos bem o texto, notamos que Jesus elogia a sua Mãe. Ela é a mulher que escuta a Palavra de Deus e a põe em prática em cada momento. É uma discípula atenta, que guarda no seu coração as palavras do Filho e no dia-a-dia põe-nas em prática. Ela indica-nos o caminho para que também nós façamos o mesmo, se queremos ser seus verdadeiros devotos.

Oração: Mãe Formosa, Virgem da escuta, abre o nosso coração para que saibamos escutar as palavras do teu Filho. Mãe Formosa, pura de coração, torna-nos fortes nos nossos propósitos.

Compromisso: Escutar a Palavra de Deus com muita atenção quando é proclamada na igreja. Comprometo-me também a escutar Deus que me fala através das pessoas no decorrer do dia.

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Novena de Nª Srª do Carmo – 6

 

6º DIA: MARIA, A INFATIGÁVEL BUSCADORA DE DEUS

À escuta da Palavra: O encontro no Templo (Lc 2, 41-50).

Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. Quando Ele chegou aos doze anos, subiram até lá, segundo o costume da festa. Terminados esses dias, regressaram a casa e o menino ficou em Jerusalém, sem que os pais o soubessem. Pensando que Ele se encontrava na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém, à sua procura. Três dias depois, encontraram-no no templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos quantos o ouviam, estavam estupefactos com a sua inteligência e as suas respostas. Ao vê-lo, ficaram assombrados e sua mãe disse-lhe: «Filho, porque nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura!» Ele respondeu-lhes: «Porque me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?» Mas eles não compreenderam as palavras que lhes disse.

Reflexão: Maria e José estão angustiados pela perda do seu Filho Jesus. Põem-se a caminho para o buscar e encontram-no depois de três dias. Também na nossa vida, Jesus parece que se esconde e nos deixa sós. Que fazemos? Desesperamos? Voltamo-nos para outros bens? Ou pomo-nos a caminho para encontrar Jesus e não perdê-lo jamais? Maria e José ensinam-nos a ser buscadores de Deus, porque fomos feitos para Ele e o nosso coração anda inquieto até que repouse n’Ele (Santo Agostinho).

Oração: Doce Maria, infatigável buscadora de Deus, dá-nos a mesma força que tiveste para buscar o teu Jesus, que se perdera no Templo. Doce Maria, infatigável buscadora de Deus, guia os nossos passos para que no caminho da vida possamos sempre seguir Jesus, farol que ilumina. Doce Maria, pura Mãe, sê tu mesma a nossa companheira no nosso caminhar para Jesus.

Compromisso: Orar mais nos momentos em que me parece que Jesus me abandonou.

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Novena de Nª Srª do Carmo – 5

5º DIA: MARIA, SENHORA DA OFERENDA

À escuta da Palavra: A apresentação de Jesus no Templo (Lc 2, 22-32).

Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo o primogénito varão será consagrado ao Senhor» e para oferecerem em sacrifício, como se diz na Lei do Senhor, duas rolas ou duas pombas. Ora, vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão; era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel. O Espírito Santo estava nele. Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Messias do Senhor. Impelido pelo Espírito, veio ao templo, quando os pais trouxeram o menino Jesus, a fim de cumprirem o que ordenava a Lei a seu respeito. Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, segundo a tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo, porque meus olhos viram a Salvação que ofereceste a todos os povos, Luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo.»

Reflexão: Experimentemos ser espectadores deste episódio: Maria, José e Jesus, uma família, que se dirige ao Templo para oferecer o menino ao Senhor. Se quisermos traduzir em termos da nossa cultura é algo como quando a família se prepara para levar o menino ao baptismo. Muito provavelmente aconteceu-nos muitas vezes assistir a esta festa. Procuremos perscrutar o coração da Mãe: ela oferece a Deus com todo o coração o Menino que nasceu dela. Somos capazes de a imitar na nossa vida de cada dia?

Oração: Filha de Sião, Senhora da oferenda, purifica os nossos corações para que pertençam totalmente a Jesus. Filha de Sião, Senhora da oferenda, liberta os nossos corações para que sem medo possam ser totalmente propriedade Sua. Filha de Sião, terna Mãe, faz o nosso coração semelhante ao teu.

Compromisso: Despojar-me de algo a que estou muito ligado para doá-lo a alguém que me é particularmente antipática, com o fim de imitar a Mãe do Senhor que ofereceu o seu Filho com coração puro.

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Novena de Nª Srª do Carmo – 4

4º DIA: MARIA, MULHER CONTEMPLATIVA

 À escuta da Palavra: A visita dos magos (Mt 2, 1-12).

Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, chegaram a Jerusalém uns magos vindos do Oriente. E perguntaram: «Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.» Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes perturbou-se e toda a Jerusalém com ele. E, reunindo todos os sumos sacerdotes e escribas do povo, perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades da Judeia; porque de ti vai sair o Príncipe que há-de apascentar o meu povo de Israel.» Então Herodes mandou chamar secretamente os magos e pediu-lhes informações exactas sobre a data em que a estrela lhes tinha aparecido. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: «Ide e informai-vos cuidadosamente acerca do menino; e, depois de o encontrardes, vinde comunicar-mo para eu ir também prestar-lhe homenagem.» Depois de ter ouvido o rei, os magos puseram-se a caminho. E a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o menino, parou. Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria; e, entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-no; e, abrindo os cofres, ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonhos para não voltarem junto de Herodes, regressaram ao seu país por outro caminho.

Reflexão: Que pensariam José e Maria vendo diante de si estes homens misteriosos que tinham vindo de longe para ver Jesus? Contudo, o Filho de Deus fez-se Homem para todos, também para estes “estrangeiros”. Maria compreende e também lhes mostra Jesus. Maria é a verdadeira contemplativa, isto é, a que sabe ver a realidade com os olhos de Deus. E nós? Somos contemplativos? Conseguimos ver a realidade como Deus a vê? Somos capazes de dar Jesus aos outros que encontramos, sejam conhecidos ou não, do meu país ou não, ricos ou pobres?

Oração: Santa Maria, mulher contemplativa, ensina-nos a conservar no nosso coração as situações de cada dia para nos empenharmos em vê-las com os olhos de Deus. Santa Maria, mulher contemplativa, ensina-nos a ver naqueles que encontramos o rosto do teu Filho e a não fazer qualquer tipo de discriminação.

Compromisso: Não julgar as pessoas que encontro durante o dia, mas ver em cada uma o rosto do Senhor.

 

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Novena de Nª Srª do Carmo – 3

3º DIA: MARIA, MÃE QUE NOS VESTE COM O ESCAPULÁRIO

À escuta da Palavra: O nascimento (Lc 2, 1-20).

Por aqueles dias, saiu um édito da parte de César Augusto para ser recenseada toda a terra. Este recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo Quirino governador da Síria. Todos iam recensear-se, cada qual à sua própria cidade. Também José, deixando a cidade de Nazaré, na Galileia, subiu até à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e linhagem de David, a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que se encontrava grávida. E, quando eles ali se encontravam, completaram-se os dias de ela dar à luz e teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria. Na mesma região encontravam-se uns pastores que pernoitavam nos campos, guardando os seus rebanhos durante a noite. Um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do Senhor refulgiu em volta deles; e tiveram muito medo. O anjo disse-lhes: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.» De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste, louvando a Deus e dizendo: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado.» Quando os anjos se afastaram deles em direcção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: «Vamos a Belém ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer.» Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o menino deitado na manjedoura. Depois de terem visto, começaram a divulgar o que lhes tinham dito a respeito daquele menino. Todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os pastores. Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração. E os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora anunciado.

Reflexão: O evangelista Lucas transmite-nos o gesto carinhoso e materno de Maria que envolve em panos o pequenino Jesus. Um gesto que toda a Mãe já fez, em sinal de protecção e de cuidado. Também nós somos revestidos com o vestido de Maria, nossa Mãe e Irmã, através do Escapulário. Ela cuida de cada um de nós e protege-nos. Envolve-nos com o seu manto para que cresçamos fortes e robustos na escola de seu Filho.

Oração: Virgem Mãe, que envolveste em panos o teu Filho Jesus, ensina-nos a ser sempre pequenos para que nos deixemos “levar nos braços” do bom Deus”. Virgem Mãe, que envolveste em panos o teu Jesus, ajuda-nos a revestir-nos do teu Filho, para que sejamos em cada dia sinal do amor de Deus.

Compromisso: Revestir-me do Escapulário para testemunhar também exteriormente o meu amor a Jesus e a Maria. Sobretudo quero que o Escapulário me recorde que devo viver em cada dia na escola de Jesus, a exemplo de Maria.

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Novena de Nª Srª do Carmo – 2

2º DIA: MARIA, ESPLÊNDIDA NO SERVIÇO

À escuta da Palavra: A Visitação (Lc 1, 39-45).

Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.»

Reflexão: Logo que recebe o anúncio do Anjo, a Mãe do Senhor põe-se a caminho para saudar e ajudar a sua prima Isabel, já idosa, que espera um menino. O Evangelho diz-nos que ela caminha à pressa, para pôr-se ao serviço da que tem necessidade. A Virgem não se ensoberbece (o anúncio não lhe sobe à cabeça), porque nela cumprir-se-á a esperança de Israel, mas com grande humildade vai prestar um serviço nas mais pequenas e simples tarefas do lar.

Oração: Maria, perita no serviço, ajuda-nos a compreender que somente sendo servos uns dos outros é que podemos ser verdadeiros discípulos do teu Filho. Maria, perita no serviço, torna-nos capazes de estar sempre disponíveis para com aqueles que diariamente encontramos no nosso caminho. Maria, Virgem Mãe, ajuda-nos a adiantar-nos com gestos de mútua caridade.

Compromisso: Prestar ajuda às pessoas que estão próximas de mim. E para imitar mais fielmente a Virgem, procurar ser mais serviçal para com aquelas pessoas que me parecem que são menos simpáticas.

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