A força transformante da contemplação

Os aspectos da nossa vocação carmelita evidentemente que são muitos, mas estou convencido de que a dimensão contemplativa é crucial. Se a levarmos a sério, as outras dimensões também serão muito mais fecundas. O Carmelo é sinónimo de oração e contemplação. Levamos a cabo a nossa vocação não quando fazemos muitas coisas por Deus, mas quando deixamos que Deus nos transforme. Os nossos modos humanos de pensar, amar e agir converter-se-ão em modos divinos. Veremos a realidade como se fora através dos olhos de Deus e, amaremos, por conseguinte, toda a realidade como se tivéssemos o coração de Deus.

Joseph Chalmers, O. Carm.

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Porque confio em ti

Jesus, confio em ti! Porque confio? Porque creio em ti? Porque morreste por mim na cruz. Porque venceste a morte e o pecado. Porque preparaste para mim o lugar na casa do Pai. Porque me fizeste filho de Deus. Porque te ofereceste por mim. Porque me procuras enquanto erro. Porque não desanimas nas minhas quedas. Porque não queres que eu esteja perdido. Porque te alegras quando volto para ti. Porque me amas tal como sou. Porque nunca me condenas. Porque me perdoas. Porque nunca renuncias a mim. Porque enxugas as lágrimas. Porque trazes a paz. Porque em ti está a felicidade.

São João Paulo II

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Crê somente

Jesus está no tabernáculo expressamente para ti, para ti só, Ele arde no desejo de entrar no teu coração. Não tenhas pena de não sentir nenhuma consolação nas tuas comunhões, é uma provação que é preciso suportar com amor.

Santa Teresa do Menino Jesus

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Desperta

Todo o mundo dorme. E Deus, tão repleto de bondade, tão grande, tão digno de louvores, é esquecido!… Ninguém pensa n’Ele! Vede, toda a natureza O louva, o céu, as estrelas, as árvores, as ervas, tudo O louva; o homem, que conhece os seus benefícios, que deveria louvá-Lo, dorme! Vamos, vamos despertar o universo!

Santa Maria de Jesus Crucificado

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A melhor parte do Carmelo

É característico da Ordem do Carmo, apesar de ser uma Ordem mendicante, de vida activa e que vive no meio do povo, conservar uma grande estima pela solidão e o desapego do mundo, considerando a solidão e a contemplação como o melhor da sua vida espiritual… Certamente que podemos afirmar que as Ordens contemplativas sempre encontraram sérias dificuldades na vida de oração. O Carmelo, no entanto, sempre foi testemunha da preeminência da contemplação. Inevitavelmente, em quase todas as circunstâncias da vida moderna, o apostolado activo nos reclama cada vez mais a atenção no Carmelo e é, então, quando os carmelitas… devem enraizar profundamente qualquer actividade na «contemplação», vista para eles ser a única fonte e garantia de fecundidade. Quando for necessário, o Carmelo honrará e bendirá qualquer apostolado, mas nunca deverá esquecer que a melhor parte é a contemplação; a vida activa sempre virá em segundo lugar. No entanto, o principal ponto que se deve recordar é que a escola do Carmelo, ainda que valorize ao máximo a cura de almas no mundo, não pode esquecer-se de que é chamada a uma vocação mais elevada. Elias, no meio de uma actividade intensa, foi chamado a uma vida de oração, e é um dos maiores Profetas do Antigo Testamento. A sua vida e a sua oração dizem-nos que a sua oração foi a força da sua vida. Por isso, a oração contemplativa do carmelita também é a força do apostolado activo.

Beato Tito Brandsma, O. Carm.

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Festa de Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein)

Santa Edith Stein nasceu a 12 de Outubro de 1891, no seio de uma família de judeus. A cidade que a viu nascer chama-se Breslau, na Alemanha. Apaixonadíssima pela busca e conhecimento da verdade, procurou-a com toda a força da sua alma, desde a sua juventude. Não encontrou a verdade, nem na religião judaica nem na filosofia que entretanto estudou e ensinou como professora na Universidade de Gottingen. Um dia, encontrando o Livro da Vida, escrito por Santa Teresa de Jesus, exclamou entusiasmada: «Esta é a verdade!», e não parou de ler enquanto não terminou o livro. Baptizou-se em 1922, tomando o nome de Teresa. Em 1933 entrou no Carmelo da cidade de Colónia, tomando o nome de Teresa Benedita da Cruz; pois, como dizia, foi Santa Teresa quem a despertou para a Verdade e, em S. João da Cruz encontrou a perfeita vivência do mistério da Paixão, a razão do seu viver. Imitando-o tomou o nome da Cruz. Ofereceu-se como vítima de Deus, pelo seu povo e pela paz. Antes de ingressar no Carmelo, algumas pessoas influentes tentaram demovê-la da sua decisão, dizendo-lhe que era mais útil na Universidade do que no convento. Ao que Edith Stein respondeu dizendo: «Não é a actividade humana que nos há-de salvar, mas a Paixão de Cristo. Tomar parte nela é a minha aspiração». E depois de se ter tornado carmelita acrescentou: «A oração e o sacrifício valem muito mais do que se possa pensar… Por toda e qualquer oração, mesmo pela mais pequenina, acontece algo na Igreja… Aprendamos a servir-nos da oração, para que à hora, de cada dia, fazermos uma obra de eternidade». A perseguição anti-semita punha a sua vida em perigo. Os superiores decidiram, por isso, que deixasse a Alemanha, e transferiram-na para um Carmelo na Holanda. Foi-lhe muito difícil abandonar o Carmelo de Colónia onde entrara na Festa de Santa Teresa, a 15 de Outubro de 1933. Acerca do Carmelo escreveu dizendo: «É o santuário mais íntimo que a Igreja tem. Sempre me pareceu que Deus me tinha reservado, no Carmelo, alguma coisa que em nenhuma outra parte do mundo me poderia dar». Após a invasão da Holanda por Hitler, a terrível polícia SS foi arrancá-la à clausura do Carmelo. A Irmã Teresa da Cruz saudou os polícias com a saudação cristã «Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo», porque como disse, estava convencida que com «aquela saudação não saudava a polícia alemã, antes os representantes daquela luta antiga entre Cristo e o Demónio». No dia 9 de Agosto de 1942, foi conduzida à câmara de gás, repetindo pela última vez o que já deixara escrito antes: «Não sou nada e nada valho, mas… quero oferecer-me ao Coração de Jesus como vítima pela verdadeira paz. Que seja derrubado o poder do Anti-Cristo e a ordem se volte a estabelecer». Diante da morte soube manter-se serena até ser acolhida pelas mãos de Deus, das quais deixou dito: «Aquelas mãos dão e pedem ao mesmo tempo. Vós, sábios, deponde a vossa sabedoria e tornai-vos simples como crianças. Segui-me porque é preciso decidir entre a luz e as trevas». Morreu no campo de concentração de Aushwitz, repetindo a sua doação como vitima pela paz e pelo seu povo de Israel. Mulher de singular inteligência e cultura, afamada professora universitária de Filosofia, deixou-nos numerosos escritos de elevada doutrina e profunda espiritualidade. O centro da sua vida e da sua contemplação na oração, pode comprovar-se pelos seus escritos, era o mesmo de S. João da Cruz: o mistério grandioso de Cristo Crucificado. Foi canonizada pelo Papa João Paulo II em em 11 de Outubro 1999, em Roma. A sua festa litúrgica celebra-se a 9 de Agosto.

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És habitado(a)

Pensa que a tua alma é o templo de Deus; a todo o instante do dia ou da noite as Três Pessoas divinas permanecem em ti. Assim, quando se tem consciência disso, dá-se uma intimidade toda de adoração; nunca se está só!

Santa Isabel da Trindade

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Que eu veja, Senhor

Ó almas criadas para estas grandezas e para elas chamadas! Em que vos entretendes? As vossas pretensões são baixas e as vossas possessões misérias! Ó miserável cegueira dos olhos da vossa alma, pois para tanta luz estais cegos e para tão grandes vozes surdos, não vendo que em tanto que procurais grandezas e glória ficais miseráveis e pequenos, e de tanto bens feitos ignorantes e indignos!

São João da Cruz

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Escapulário de Nª Srª do Carmo – 2

São duas, pois, as verdades evocadas pelo sinal do Escapulário: por um lado, a contínua protecção da Virgem Santíssima, não só ao longo do caminho da vida, mas também no momento da suprema passagem para a plenitude da glória eterna; por outro, a consciência de não se poder limitar a devoção a Maria a meras orações e serviços prestados a fim de a honrar em algumas circunstâncias, devendo antes aquele constituir um “hábito”, ou seja, uma orientação constante da própria conduta pessoal, imbuída de oração e vida interior, mediante a prática frequente dos sacramentos e o exercício concreto das obras de misericórdia espirituais e corporais.

 São João Paulo II

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Escapulário de Nª Srª do Carmo

O Escapulário do Carmo é símbolo da caridade maternal de Maria que, tomando a iniciativa, guarda os seus filhos no coração e desperta neles o desejo de imitar as suas virtudes. Como sinal de consagração à Virgem de Nazaré, ele aponta para o projecto de cada um se revestir de Cristo para ser outro Cristo, pelo poder do Espírito Santo, e manifesta a protecção eficaz de Nossa Senhora do Carmo “agora e na hora da nossa morte”, levando-nos pela sua mão à glória do seu Filho. Quem traz consigo o Escapulário, não de forma supersticiosa, assume a sua condição de filho de Maria e membro da Família Carmelita; mostra que acredita no poder maternal de Nossa Senhora junto de Deus e compromete-se a realizar sempre a Vontade divina. Por ele manifesta que quer seguir os passos de Maria de Nazaré, servindo a Cristo presente na Igreja e nos pobres; construir a comunhão entre as pessoas, através do serviço fraterno e desinteressado; ouvir a Palavra de Deus e pô-la em prática; amor à oração, descobrindo Deus presente em todas as circunstâncias; viver em humildade e pureza de coração. É com este espírito que a Família Carmelita usa o Escapulário, contemplando nele o sinal do estilo de vida que quer seguir: viver no serviço de Jesus Cristo, segundo o exemplo da Virgem Maria.

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