Discernimento: conhecer-se a si mesmo

Para um bom discernimento, além da oração (vivida em familiaridade e confidência com Deus), requer-se o conhecimento de nós mesmos e dos nossos desejos mais profundos. Isto só se consegue com um paciente trabalho de introspecção, para tomarmos consciência do nosso modo de agir, dos sentimentos que nos animam, dos pensamentos que frequentemente nos condicionam, mesmo sem nos darmos conta. Precisamos de aprender a distinguir entre emoções e impulsos da alma; por exemplo: «ouço» não é o mesmo que «estou convencido», como não o é «apetece-me» e «quero». O problema é que não nos conhecemos suficientemente e, assim, não sabemos aquilo que verdadeiramente queremos. Para superar tal ignorância é de grande ajuda o exame de consciência, ou seja, aquele hábito bom de repassar, calmamente, aquilo que fizemos durante o dia, aprendendo a notar, nas avaliações e nas decisões, aquilo a que demos maior importância, o que procuramos conseguir e porquê, e qual foi o resultado; aprendendo sobretudo a reconhecer aquilo que sacia o nosso coração. Pois o tentador nem sempre nos sugere coisas más, mas apresenta-no-las com uma importância excessiva, hipnotizando-nos com o fascínio que as mesmas exercem sobre nós: são coisas belas mas ilusórias, que no fim nos deixam um sentimento de vazio e tristeza. Só o Senhor é que nos pode confirmar na avaliação justa que fazemos das coisas.

Papa Francisco, Resumo da Audiência geral, 5 de Outubro, 2022

Catequese completa:

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2022/documents/20221005-udienza-generale.html

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Quando fores comungar

Quando vos preparais para a comunhão, deveis considerar quem é Aquele vem. É Jesus, Jesus tão bom, tão amável, tão doce e, ao mesmo tempo, tão belo!… Vem para quem? Vem para vós que não sois senão pó e nada. Vem para Se dar a vós, para Se fazer uma só coisa convosco. Quando O possuirdes no vosso coração, pensai que sois como Nossa Senhora, que levava Jesus no seu seio. Durante o dia tende sempre o vosso olhar fixo n’Aquele Jesus que haveis recebido pela manhã.

Santa Maria de Jesus Crucificado

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Senhor, aumenta a nossa fé

“Eu creio Senhor, ajuda a minha pouca fé”(Mc 9, 24). Façamos nosso este pedido do evangelho. Como o grão de mostarda, a nossa fé é pequenina para responder às muitas dúvidas que a vida e o ambiente descrente nos coloca. Acreditar no invisível e viver no mundo sem nos conformarmos com o mundo, é um processo de procura constante de luz, de força espiritual, de crescimento no amor a Deus e aos outros. Peçamos, portanto, ao Senhor que aumente a nossa fé e a nossa confiança. Não vemos o nível da fé, mas a sua qualidade manifesta-se na qualidade do amor, pois o agir da fé é a caridade. A fé expressa a dimensão espiritual da pessoa humana e necessita de crescer e amadurecer para acompanhar o crescimento humano. De contrário, fica desfasada da vida. E sem fé não há esperança e o amor diminui e enfraquece. Abandonar a fé é pôr de lado a luz que nos orienta na estrada nebulosa da vida. E sem orientação andamos sem rumo, perdidos no mar misterioso da existência. Cultivemos, pois, a vida espiritual e peçamos ao Senhor que aumente a nossa fé.

Manuel Pelino

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Santa Teresinha do Menino Jesus – 1 de Outubro

Do teu trono de glória fulgente,
já, ó virgem, na Pátria gozando,
tua chuva de rosas envia
aos fiéis que te estão suplicando.
 
Sejam símbolo, para nós, tuas rosas,
de que podes prestar-nos auxílio!
Junto a Deus, firma a nossa esperança
na alegria e na dor, neste exílio.
 
Que teus rogos inspirem mais fé.
Tuas rosas maior esperança
possam dar, aos que lutam na terra,
a Deus Pai, teu amor de criança.
 
Dai-nos isto Deus Pai e Deus Filho
e o Espírito Santo também,
cuja glória, na altura dos céus,
sem cessar cantaremos.  Amen.

Teresa faleceu na noite de 30 de Setembro de 1897, pronunciando as simples palavras «Meu Deus, amo-Te!», olhando para o Crucifixo que estreitava nas suas mãos. Estas últimas palavras da Santa são a chave de toda a sua doutrina, da sua interpretação do Evangelho. O acto de amor, expresso no seu último suspiro, era como que o contínuo respiro da sua alma, como o pulsar do seu coração. As simples palavras «Jesus, amo-Te» estão no centro de todos os seus escritos. O acto de amor a Jesus imerge-a na Santíssima Trindade. Ela escreve: «Ah, tu sabes, amo-te Menino Jesus, / O Espírito de Amor inflama-me com o seu fogo. / É amando-Te que eu atraio o Pai». (Bento XVI).

Oração

Deus de infinita bondade, que abris as portas do vosso reino aos pequeninos e humildes, fazei que sigamos confiadamente o caminho espiritual de Santa Teresa do Menino Jesus, para que, por sua intercessão, cheguemos à revelação da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.

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Jesus gosta de escutar o nosso “olá”

Peçamos esta graça: viver uma relação de amizade com o Senhor, como um amigo fala com o amigo (cf. Santo Inácio de Loyola, Exercícios espirituais, 53). Conheci um irmão religioso idoso que era o porteiro de um colégio e cada vez que podia ele aproximava-se da capela, olhava para o altar, e dizia: “olá”, porque tinha proximidade com Jesus. Ele não precisava de dizer blá-blá-blá, não: “olá, estou perto de ti e tu estás perto de mim”. Esta é a relação que devemos ter na oração: proximidade, proximidade afetiva, como irmãos, proximidade com Jesus. Um sorriso, um simples gesto e não recitar palavras que não chegam ao coração. Como eu dizia, falar com Jesus como um amigo fala a outro amigo. É uma graça que devemos pedir uns pelos outros: ver Jesus como o nosso amigo, o nosso maior amigo, o nosso amigo fiel, que não chantageia, sobretudo que nunca nos abandona, nem sequer quando nos afastamos d’Ele. Ele permanece à porta do coração. “Não, não quero saber de nada de ti”, dizemos. E Ele permanece calado, fica ali ao alcance das mãos, ao alcance do coração porque Ele é sempre fiel. Vamos em frente com esta oração, recitemos a prece do “olá”, a oração de saudar o Senhor com o coração, a oração do afeto, a oração da proximidade, com poucas palavras, mas com gestos e com boas obras.

Papa Francisco, Audiência Geral, 28 de Setembro, 2022

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Frases de São Vicente de Paulo – 27 de Setembro

– Amemos a Deus, meus irmãos, amemos a Deus, mas que isto seja à custa dos nossos braços, que isto seja com o suor dos nossos rostos.
– A perfeição não consiste na multiplicidade das coisas feitas, mas no facto de serem bem feitas.
– É preciso que vós e eu tomemos a resolução de jamais faltar à oração diária. Digo: diária, minhas Filhas, mas se pudesse, diria: não a deixemos nunca.
– Os que desejam realmente seguir as máximas de Cristo, devem ter em grande conta a simplicidade.
– Se procurardes a Deus, encontrá-lo-eis por toda a parte…
– Não sou daqui nem dali, mas de qualquer lugar onde Deus quer que esteja.
– Nunca se tem Deus como Pai, se não se tem Maria como Mãe.
– Não sei quem é mais carente: se o pobre que pede pão ou o rico que pede amor.
– Não me basta amar a Deus, se o meu próximo também não o ama”.
– Dez vezes irão aos pobres, dez vezes encontrarão a Deus.
– Convém amar os pobres com um afecto especial, vendo neles a pessoa do próprio Cristo, e dando-lhes a importância que Ele mesmo dava.
– Só as verdades eternas podem encher o nosso coração.
– É preciso dar o seu coração, para obter em troca o dos outros .
– Os pobres abrem-nos a porta para a eternidade.- Uma maneira óptima para se exercitar no amor de Cristo, é acostumar-se a tê-lo sempre presente em nós.
– É preciso unir-se ao próximo para unir-se a Deus.

 

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Para estar unido a Jesus

O Senhor aqui só nos pede duas coisas: amar a Deus e ao próximo. (…) Guardando-as com perfeição fazemos a Sua vontade, e deste modo estaremos unidos a Ele. (…) O sinal mais certo que há para sabermos se guardamos estas duas coisas consiste em cumprir bem o amor ao próximo.

Santa Teresa de Jesus

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Os escritos dos santos

Se realmente tomar a sério a busca da verdade nas coisas religiosas, isto é, a busca de Deus, não da prova da existência religiosa, então, encontrará, sem lugar para dúvidas, um caminho. Só posso aconselhar-lhe o que já lhe escrevi uma vez: apoiar-se nos escritos dos grandes santos e místicos, aí tem a melhor documentação: a vida de Santa Teresa, escrita por ela mesma, [e] os escritos de São João da Cruz.

Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein)

 

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«Os filhos deste mundo são mais sagazes que os filhos da luz»

Jesus narra uma história de corrupção: um administrador desonesto, que rouba e depois, descoberto pelo seu patrão, age com astúcia para sair daquela situação. Pela narração vemos que o administrador corrupto acaba em apuros porque se aproveitou dos bens do seu patrão; agora terá de prestar contas e perderá o seu emprego. Mas ele não desiste, não se resigna ao seu destino e não se comporta como vítima; pelo contrário, age com astúcia, procura uma solução, é engenhoso. Jesus parte desta história para nos lançar uma primeira provocação: «Os filhos deste mundo – diz – são mais sagazes que os filhos da luz» (v. 8). Ou seja, acontece que aqueles que se movem nas trevas, de acordo com certos critérios mundanos, sabem como sair dos problemas, sabem ser mais espertos que os outros; por outro lado, os discípulos de Jesus, isto é, nós, por vezes estamos a dormir, ou somos ingénuos, não sabemos como tomar a iniciativa para procurar vias de saída das dificuldades (cf. Evangeli gaudium, 24). Por exemplo, penso nos momentos de crise pessoal, social, mas também eclesial: por vezes deixamo-nos vencer pelo desânimo, ou caímos em lamentos e vitimismos. Em vez disso – diz Jesus – também poderíamos ser sagazes segundo o Evangelho, estar alerta e atentos para discernir a realidade, ser criativos para procurar boas soluções, para nós e para os outros.

Papa Francisco, Angelus, 18 de Setembro, 2022

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Santo Alberto de Jerusalém – 17 de Setembro

A Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo celebra no dia 17 de Setembro a festa de Santo Alberto de Jerusalém.

Santo Alberto de Jerusalém escreveu a Regra que até aos nossos dias inspira a vida de toda a Família Carmelita (religiosos, religiosas, leigos). A Regra carmelita é a mais pequena de todas as Regras religiosas existentes na Igreja. Consiste, quase exclusivamente, numa sábia concatenação de citações da Bíblia. A Regra centra-se mais na justificação espiritual da vocação carmelita e nos meios necessários para a realizar, do que em normas legais que devem regular as relações de um grupo concreto.

Hino

No decorrer deste dia
O Céu parece mais perto
Do Carmelo em alegria,
Por festejar Santo Alberto.
 
Virtuoso Patriarca
De palavra benfazeja,
Presença que deixou marca
Em tempos duros da Igreja.
 
Legislador santo e prudente,
Que tesouro nos deixaste!
Quem sempre o tiver presente
Tem tudo quanto lhe baste.
 
Na Pátria celestial,
Desse lugar onde habitas,
Protege de todo mal
A Ordem dos Carmelitas!
 
Glória a vós, Pai de bondade,
E a Jesus Cristo Senhor,
E por toda a eternidade!
Com o Espírito de Amor.

    Oração

Senhor, que por intermédio de Santo Alberto nos destes uma forma de vida evangélica, concedei-nos, por sua intercessão, viver sempre na contemplação de Jesus Cristo e servi-lo com fidelidade até à morte. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.

 

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