Santo e Feliz Natal de 2018

– Hoje, caríssimos irmãos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos. Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida, uma vida que destrói o temor da morte e nos infunde a alegria da eternidade prometida.
Ninguém é excluído desta felicidade, porque é comum a todos os homens a causa desta alegria: Nosso Senhor, vencedor do pecado e da morte, não tendo encontrado ninguém isento de culpa, veio para nos libertar a todos – São Leão Magno.

– Em cada Natal Deus oferece de novo ao Homem a resposta ao anseio do seu coração: “Fizeste-nos para vós, Senhor, e o nosso coração anda inquieto enquanto não repousar em vós” – Santo Agostinho. 

– Mãe do Verbo, revela-me o Teu mistério, quando Deus Se encarnou dentro de Ti. Diz-me como viveste na terra, mergulhada em contínua adoração […] Mãe, guarda-me sempre num apertado abraço. Que eu traga sempre em mim a realidade deste Deus, todo amor – Santa Isabel da Trindade.

Santo e Feliz Natal para toda a Família de “Caminhos Carmelitas”

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Senhora da Visitação: 4º Domingo do Advento – Ano C

Pede à Santíssima Virgem para ser a tua guia; para ser a tua estrela, o farol que brilha no meio da escuridão da tua vida. Que te mostre o porto onde desembarcar para alcançar a Jerusalém celeste.

Santa Teresa dos Andes

Oração a Nossa Senhora

Virgem e Mãe Maria, Vós que, movida pelo Espírito, acolhestes o Verbo da vida na profundidade da vossa fé humilde, totalmente entregue ao Eterno, ajudai-nos a dizer o nosso «sim» perante a urgência, mais imperiosa do que nunca, de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus. Vós, cheia da presença de Cristo, levastes a alegria a João o Baptista, fazendo-o exultar no seio de sua mãe. Vós, estremecendo de alegria, cantastes as maravilhas do Senhor. Vós, que permanecestes firme diante da Cruz com uma fé inabalável, e recebestes a jubilosa consolação da ressurreição, reunistes os discípulos à espera do Espírito para que nascesse a Igreja evangelizadora. Alcançai-nos agora um novo ardor de ressuscitados para levar a todos o Evangelho da vida que vence a morte. Dai-nos a santa ousadia de buscar novos caminhos para que chegue a todos o dom da beleza que não se apaga. Vós, Virgem da escuta e da contemplação, Mãe do amor, esposa das núpcias eternas intercedei pela Igreja, da qual sois o ícone puríssimo, para que ela nunca se feche nem se detenha na sua paixão por instaurar o Reino. Estrela da nova evangelização, ajudai-nos a refulgir com o testemunho da comunhão, do serviço, da fé ardente e generosa, da justiça e do amor aos pobres, para que a alegria do Evangelho chegue até aos confins da terra e nenhuma periferia fique privada da sua luz. Mãe do Evangelho vivente, manancial de alegria para os pequeninos, rogai por nós. Amen. Aleluia!

Papa Francisco, A Alegria do Evangelho, 288

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4º Domingo do Advento – Ano C

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas (Lc 1, 39-45)

Naqueles dias, levantando-se Maria, dirigiu-se apressadamente para a região montanhosa, em direcção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. E aconteceu que ao ouvir Isabel a saudação de Maria, o menino saltou no seu ventre, Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou que se há-de cumprir tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».

O encontro do Antigo Testamento (Zacarias, Isabel e João) com o Novo (José, Maria e Jesus)

Neste 4º Domingo de Advento (…) o Evangelho narra a visita de Maria à sua prima Isabel. Este episódio não é um simples gesto de gentileza mas representa com grande simplicidade o encontro do Antigo Testamento com o Novo. As duas mulheres, ambas grávidas, encarnam de facto a expectativa e o Esperado. A idosa Isabel simboliza Israel que espera o Messias, enquanto que a jovem Maria traz em si o cumprimento desta expectativa, em benefício de toda a humanidade. Nas duas mulheres encontram-se e reconhecem-se antes de tudo os frutos do seio de ambas, João e Cristo. Comenta o poeta cristão Prudêncio: «O menino contido no seio senil saúda, pelos lábios de sua mãe, o Senhor filho da Virgem» (Apotheosis, 590: pl59, 970). A exultação de João no seio de Isabel é o sinal do cumprimento da expectativa: Deus está para visitar o seu povo. Na Anunciação o arcanjo Gabriel tinha falado a Maria da gravidez de Isabel (cf. Lc 1, 36) como prova do poder de Deus: a esterilidade, não obstante ela fosse idosa, tinha-se transformado em fertilidade.

Isabel, acolhendo Maria, reconhece que se está a realizar a promessa de Deus à humanidade e exclama: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?» (Lc 1, 42-43). A expressão «bendita és tu entre as mulheres» refere-se no Antigo Testamento a Jael (Jz 5, 24) e a Judite (Jd 13, 18), duas mulheres guerreiras que se preocupam por salvar Israel. Agora, ao contrário, dirige-se a Maria, jovenzinha pacífica que está para gerar o Salvador do mundo. Assim também o salto de alegria de João (cf. Lc 1, 44) evoca a dança que o rei David fez quando acompanhou a entrada em Jerusalém da Arca da Aliança (cf. 1 Cor 15, 29). A Arca, que continha as tábuas da Lei, o maná e o ceptro de Aarão (cf. Hb 9, 4) era o sinal da presença de Deus no meio do seu povo. O nascituro João exulta de alegria diante de Maria, Arca da nova Aliança, que traz no seio Jesus, o Filho de Deus feito homem.

A cena da Visitação expressa também a beleza do acolhimento: onde há acolhimento recíproco e escuta, onde se dá espaço ao outro, ali estão Deus e a alegria que vem d’Ele. Imitemos Maria no tempo de Natal, visitando quantos vivem em dificuldade, em particular os doentes, os presos, os idosos e as crianças (Bento XVI, Angelus, 23 de Dezembro, 2012).

Palavra para o caminho

Senhora da Visitação, / Que corres ligeira sobre os montes, / Vela por nós, / Fica à nossa beira. / É bom ter a esperança como companheira. / Contigo rezamos ao Senhor: / Dá-nos, Senhor, / Um coração sensível e fraterno, / Capaz de escutar / E de recomeçar.

Mantém-nos reunidos, Senhor, / À volta do pão e da palavra. / Ajuda-nos a discernir / Os rumos a seguir / Nos caminhos sinuosos deste tempo, / Por Ti semeado e por Ti redimido.

Ensina-nos a tornar a tua Igreja toda missionária, / E a fazer de cada paróquia, / Que é a Igreja a residir no meio das casas dos teus filhos e das tuas filhas, / Uma Casa grande, aberta e feliz, / Átrio de fraternidade, / De onde se possa sempre ver o céu, / E o céu nos possa sempre ver a nós (António Couto).

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O Presépio conserva em si uma força evangelizadora

Em muitas famílias, segundo uma bela e consolidada tradição, imediatamente depois da festa da Imaculada, começa-se a preparar o Presépio, como que para reviver juntamente com Maria aqueles dias repletos de trepidação, que precederam o nascimento de Jesus. Preparar um Presépio em casa pode revelar-se um modo simples, mas eficaz, de apresentar a fé para a transmitir aos próprios filhos. O Presépio ajuda-nos a contemplar o mistério do amor de Deus, que se revelou na pobreza e na simplicidade da gruta de Belém. São Francisco de Assis foi de tal maneira tomado pelo mistério da Encarnação, que desejou repropô-lo em Greccio, no Presépio vivo, tornando-se deste modo iniciador de uma longa tradição popular, que ainda hoje conserva o seu valor para a evangelização. Com efeito, o Presépio pode ajudar-nos a compreender o segredo do verdadeiro Natal, porque fala da humildade e da bondade misericordiosa de Cristo que, “embora fosse rico, se tornou pobre” (2 Cor 8, 9) por nós. A sua pobreza enriquece quem a abraça e o Natal traz alegria e paz àqueles que, como os pastores em Belém, acolhem as palavras do Anjo: “Isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura” (Lc 2, 12).

Bento XVI

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Aprendamos com São José a preparar a celebração do Natal

(…) Nos dias que precedem o Natal, é mais oportuno do que nunca estabelecer uma espécie de colóquio espiritual com São José, para que ele nos ajude a viver em plenitude este grande mistério da fé.

O amado Papa João Paulo II, que era muito devoto de São José, deixou-nos uma admirável meditação a ele dedicada, na Exortação Apostólica Redemptoris custos, “Guardião do Redentor”. Entre os numerosos aspectos que salienta, dedica uma evidência particular ao silêncio de São José. O seu silêncio é permeado de contemplação do mistério de Deus, em atitude de total disponibilidade à vontade divina. Em síntese, o silêncio de São José não manifesta um vazio interior mas, ao contrário, a plenitude de fé que ele traz no coração, e que orienta todos os seus pensamentos e todas as suas acções. Um silêncio graças ao qual José, em uníssono com Maria, conserva a Palavra de Deus, conhecida através das Sagradas Escrituras, comparando-a continuamente com os acontecimentos da vida de Jesus; um silêncio impregnado de oração constante, de oração de bênção do Senhor, de adoração da sua santa vontade e de confiança sem reservas na sua providência. Não se exagera, se se pensa que precisamente do “pai” José, Jesus adquiriu no plano humano aquela vigorosa interioridade, que é o pressuposto da justiça autêntica, da “justiça superior”, que um dia Ele ensinará aos seus discípulos (cf. Mt 5, 20).

Deixemo-nos “contagiar” pelo silêncio de São José! Temos tanta necessidade disto, num mundo muitas vezes demasiado ruidoso, que não favorece o recolhimento, nem a escuta da voz de Deus.

Bento XVI

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“Família Carmelita”, Dezembro, nº 81, 2018

Uma palavra pode sintetizar uma parte significativa do conteúdo de mais um número da revista “Família Carmelita”: santidade. A nota de abertura do seu director é uma bela reflexão acerca do tema da santidade. Nela ecoa a Exortação Apostólica “Alegrai-vos e Exultai”, do Papa Francisco, como podemos encontrar também pontos de contacto com o texto da Audiência Geral do Papa Bento XVI, pronunciada em 13 de Abril de 2011, texto merecedor de ser conhecido e divulgado, e que tem como título “A santidade”.

Ao Carmelo liga-se a beleza e a fecundidade. Deste jardim, a flor mais bela é Nossa Senhora do Carmo de cujos odores de virtude espiritual e do pólen de santidade no decorrer dos séculos gerações de cristãos e de carmelitas inalaram e acolheram para viver em “obséquio de Jesus Cristo” (Regra Carmelita, nº 2). Ainda hoje este jardim vai sendo plantado com novas flores. Uma delas é o Fr. João Costa que no dia 1 de Dezembro do corrente ano professou solenemente na Ordem Carmelita. Esta plantação é motivo de alegria e tem uma força atractiva para dentro e para fora da Família da Ordem do Carmo, visto que é também por “atracção” que a promoção vocacional se faz e as vocações se alimentam e perseveram. O mesmo acontece com a missão.

Em resumo, são três as principais temáticas do conteúdo deste número da “Família Carmelita”: santidade, Nossa Senhora do Carmo e Profissão Solene do Fr. João Costa na Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.

Desejamos que este número que acaba de ser publicado seja bem acolhido e proveitoso para os seus leitores. Damos os parabéns a todos os que colaboraram para que ele nascesse agora e chegasse às nossas mãos. Bem hajam.

Para quem deseja adquirir a revista ou ser assinante basta estabelecer contacto com: Centro de Estudos da Ordem do Carmo – Rua Santa Isabel, 128-130 – 1250–208 LISBOA – email: familiacarmelita.revista@gmail.com – Telef.: 213875179.

Fr. Manuel Castro, O. Carm.

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O nosso pior inimigo

O nosso pior inimigo é a aquele que cada um de nós leva dentro de si: o egoísmo, a ganância, a inveja, a violência, a voz enganadora que me leva a pensar nos meus direitos e esquecer os meus deveres, o desespero. Perceber que isto é assim mesmo é o ponto de partida para vencer este terrível inimigo.

Vasco P. Magalhães, sj

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“Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo” (Lc 3, 16)

Na nossa sociedade faz frio. E o Natal é luz e calor! A humanidade enregela sem o Espírito que é fogo. Contra o frio do egoísmo, o calor do amor. Contra o frio da ganância, o calor da generosidade. Contra o frio da indiferença, o fogo da solidariedade. Contra o frio da solidão, o fogo da proximidade. Contra o frio do desencanto, o fogo do ideal.

Vasco P. Magalhães, sj

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Orando em cada dia da 3ª Semana do Advento em união com Maria

ORAÇÃO INTRODUTÓRIA

Senhor, sei que alguma coisa tenho a fazer, para que venhas ao meu coração e à minha vida, e aí permaneças para sempre. Tu me ensinas e me levas a compreender o quê. Com o teu Espírito, infundido sobre mim no dia do Baptismo, determina-me e faz-me avançar. Amen.

– SEGUNDA-FEIRA, 17 DE DEZEMBRO – «Quando a Virgem pronunciou o seu fiat, o Reino de Deus começou na terra e ela foi a sua primeira serva» (Santa Teresa Benedita da Cruz).

«Eis a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1,38).

Disponho-me a dar o meu ‘fiat’, o meu sim ao Senhor, sobretudo nos acontecimentos inesperados deste dia.

– TERÇA-FEIRA, 18 DE DEZEMBRO – «Maria permaneceu tão pequena, tão recolhida na presença de Deus, que foi capaz de atrair para si as complacências da Santíssima Trindade» (Santa Isabel da Trindade, O Céu na Fé, 39).

«E logo que Jesus saiu da água, viu os céus abrirem-se e o Espírito descer sobre Ele como uma pomba. E uma voz vinda do céu disse: Tu és o meu Filho, muito amado, em ti pus todo o meu enlevo» (Mc 1, 10-11).

Vou-me esforçar para ser tal que Deus tenha prazer em estar na minha companhia.

– QUARTA-FEIRA, 19 DE DEZEMBRO – «Sei que em Nazaré, Mãe cheia de graça, / Viveste pobremente, não querendo nada mais. / O número dos pequenos é bem grande na terra, / Eles podem sem receio erguer os olhos para ti / É pela via comum, incomparável Mãe, / Que te apraz caminhar guiando-os para o Céu» (Santa Teresa do Menino Jesus, P 54,17).

«Vou criar um povo humilde e pobre entre vós que confiará no nome do Senhor» (Sof 3,12).

Hoje vou partilhar um pouco do meu tempo, dos meus bens, começando por oferecer o meu sorriso.

– QUINTA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO – «O Evangelho traz-nos apenas algumas breves palavras da Santíssima Virgem. Essas poucas palavras são tão intensas! São como pepitas de ouro, fundidas no crisol ardente de uma contemplação amorosa» (Santa Teresa Benedita da Cruz).

«Para mim, a Lei da vossa boca, vale mais de que todo o ouro e prata» (Sl 119, 72).

Hoje vou ler e meditar um texto bíblico até descobrir o tesouro que ele esconde.

– SEXTA-FEIRA 21 DE DEZEMBRO – «Estar em adoração diante de Deus, amá-lo com todo o coração, implorar a sua misericórdia para as criaturas, abaixando-Se como uma verdadeira Serva do Senhor… essa era a vida de Maria, a Mãe de Deus» (Santa Teresa Benedita da Cruz).

Maria disse então: «Acolheu Israel, seu servo, lembrando-se da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre» (Lc 1,54-55).

Vou procurar todos os meios para me inserir e comprometer mais com a Igreja, povo de Deus.

– SÁBADO, 22 DE DEZEMBRO – «Procure Jesus na Eucaristia e viva com ele como a Santíssima Virgem em Nazaré» (Santa Teresa dos Andes, Carta 133).

«Que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste» (Jo 17,21).

Hoje vou-me unir espiritualmente a toda a Eucaristia celebrada em todos os cantos da terra e alimento-me da alegria que dela irradia.

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3º Domingo do Advento – Ano C

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 3, 10-18)

Naquele tempo, as multidões perguntavam a João Baptista: «Que devemos fazer?». Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo». Vieram também alguns publicanos para serem baptizados e disseram: «Mestre, que devemos fazer?». João respondeu-lhes: «Não exijais nada além do que vos foi prescrito». Perguntavam-lhe também os soldados: «E nós, que devemos fazer?». Ele respondeu-lhes: «Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso soldo». Como o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias, ele tomou a palavra e disse a todos: «Eu baptizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele baptizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo. Tem na mão a pá para limpar a sua eira e recolherá o trigo no seu celeiro; a palha, porém, queimá-la-á num fogo que não se apaga». Assim, com estas e muitas outras exortações, João anunciava ao povo a Boa Nova».

Alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo: alegrai-vos” (Filip 4, 4)

O 3º Domingo do Advento é conhecido como o Domingo da Alegria. (…) Almada Negreiros dizia: “A alegria é a coisa mais séria deste mundo”. Dostoiévsky pedia: “Amigos meus, não peçam a Deus o dinheiro, o triunfo ou o poder. Peçam-lhe a única coisa importante: a alegria.” E Clarice Lispector, insistia: “Recuso-me a ficar triste. Sejamos alegres. Quem não tiver medo de ficar alegre e experimentar uma só vez sequer a alegria doida e profunda terá o melhor de nossa verdade.”

Não é fácil imaginar João Baptista como um porta-voz da alegria. Mas foi o salto de felicidade dado no seio de sua mãe que foi sinal para Isabel se maravilhar com a visita de Maria. E na sua pregação exigente germina a alegria da vinda do Salvador. A conversão pede mudanças importantes na rotina medíocre da vida. A todos convida à alegria de partilhar, de não dar simplesmente o que sobra mas o próprio dom de si, e a fazer a experiência da felicidade que não vem das coisas mas da abertura ao outro. Aos que manuseiam o dinheiro, que não o usem com ganância e explorando os outros, mas o utilizem com justiça. Aos que detêm algum poder, que não violentem nem roubem ninguém. O baptismo no Espírito Santo e no fogo é a abundância do amor que a Páscoa derrama no mundo. Queima a palha da tristeza e da angústia e recolhe o trigo da alegria e da paz.

Chesterton escreveu: “A alegria, que era a pequena publicidade do pagão, é o gigantesco segredo do cristão.” Mas Nietzsche lamentava: “Acreditaria no seu Salvador, se visse os cristãos com rostos mais alegres”. S. Paulo VI escreveu em 1975 uma Carta sobre a Alegria cristã em que perguntava: “não será normal que a alegria habite dentro de nós, quando os nossos corações contemplam e descobrem de novo, na fé, os seus motivos fundamentais?” E o Papa Francisco deu-nos a Carta “A Alegria do Evangelho” como verdadeiro programa de renovação. Que caminhos de alegria é possível abrir em nós e no mundo?

P. Vítor Gonçalves

Palavra para o caminho

Hoje é o terceiro Domingo do Advento, chamado também Gaudete, ou seja, Domingo da Alegria. Na liturgia ressoa várias vezes o convite a alegrar-se, a rejubilar, porquê? Porque o Senhor está próximo. O Natal está próximo. A mensagem cristã chama-se «evangelho», isto é, «boa nova», um anúncio de alegria para todo o povo; a Igreja não é um refúgio para pessoas tristes, a Igreja é a casa da alegria! E quantos estão tristes encontram nela a alegria, a verdadeira alegria!

Mas a alegria do Evangelho não é uma alegria qualquer! Tem a sua razão de ser no saber que se é acolhido e amado por Deus. Ele está sempre connosco para nos ajudar a ir em frente… A alegria cristã, como a esperança, tem o seu fundamento na fidelidade de Deus, na certeza que Ele mantém sempre as suas promessas (Papa Francisco).

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