Ano da Fé – XLVII

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A ressurreição de Jesus – II

É a partir do testemunho e da fé dos apóstolos que nós acreditamos na ressurreição de Jesus: “Este Jesus, Deus ressuscitou-o: e disso todos nós somos testemunhas” (Act 2, 32). Hoje nós acreditamos sem ter visto. Os apóstolos, esses, viram e acreditaram. Por terem visto, eles podem atestar o acontecimento da ressurreição e dar testemunho que o Ressuscitado é, de facto, Jesus de Nazaré. Mas, se eles viram, foi para que nós pudéssemos acreditar, graças ao seu testemunho.

A ressurreição é a resposta amorosa de Deus ao amor filial e fiel de Jesus, mostrando quem era o inocente e quem eram os pecadores. Pela ressurreição Deus confirmou os actos e as palavras de Jesus bem como a autoridade que ele se tinha atribuído. Manifestou que em Jesus o Reino chegou, que Aliança Nova foi selada e que Jesus é o Messias prometido, o Ungido do Senhor. Nele as promessas de Deus estão realizadas. A ressurreição é a chegada de um mundo novo anunciado pelos profetas.

A ressurreição não constituiu simplesmente um triunfo para Jesus, mas é causa da nossa salvação: “foi ressuscitado para nossa justificação” (Rom 4, 25). Recebeu o poder divino de dar a vida e tornou-se o fundador da nova humanidade, o novo Adão, que nos faz renascer como filhos de Deus e conduz o mundo à sua perfeição. A vitória sobre o mal é certa. A história encaminha-se para a salvação; a última palavra pertence à graça de Deus. Devemos sacudir de nós a tristeza e a resignação, para nos abrirmos à coragem da esperança.

O acontecimento da morte e da ressurreição de Cristo é o coração do Cristianismo, o ponto central e fundamental da nossa fé, o poderoso impulso da nossa certeza, o vento forte que afugenta toda a angústia e incerteza, a dúvida e o calculismo humano (Bento XVI).

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