Ano da Fé – XXII

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A origem de Jesus

Mateus e Lucas, nos evangelhos da infância, falam-nos da infância de Jesus antes de apresentarem o seu ministério. As suas narrativas contribuem para uma dupla resposta à pergunta sobre a origem de Jesus: Jesus tem uma origem humana: nasceu de Maria; é descendente de David. Tem uma origem divina: seu Pai é o próprio Deus.

Mateus começa por nos dar a genealogia de “Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão” (Mt 1, 1). A sucessão, de geração em geração, dos antepassados de Jesus manifesta o seu enraizamento na história da humanidade e do povo de Deus. Esta genealogia termina em José, porque é por ele, o esposo de Maria, que Jesus é legalmente o descendente de David. Mas Mateus conta, em seguida, qual foi “a origem de Jesus Cristo”: antes que José e Maria “tivessem coabitado, ela ficou grávida por acção do Espírito Santo” (Mt 1, 18). José recebe do “anjo do Senhor” a missão de “dar” ao menino “o nome de Jesus” (isto é, “o Senhor salva”), “porque é Ele que salvará o povo dos seus pecados” (Mt 1, 21). Em Lucas, depois da saudação, o anjo anuncia a Maria que ela vai conceber um filho, que será o Messias de Israel e no qual se cumprirão as promessas messiânicas. À pergunta de Maria “Como vai ser isso, se eu não conheço homem?”, o anjo responde que o menino, concebido por acção do Espírito Santo, será o Filho de Deus.

Segundo o evangelista João, a vida de Jesus mergulha em Deus: saiu de Deus, o Pai que o enviou, e volta para Deus (cf. Jo 13, 3; 14, 3-4). No prólogo do seu evangelho, São João remonta em Deus até àquele princípio mais absoluto que o do Génesis, em que o Verbo era, em que ele preexistia junto de Deus e ele próprio era Deus. Depois deixa-nos esta afirmação: “O Verbo fez-se carne” (Jo 1, 14). O prólogo termina com estas palavras que dizem ao mesmo tempo, quem é Jesus, donde vem e porque é que veio: “Deus, ninguém jamais o viu; o Filho único, que está no seio do Pai, é que no-lo deu a conhecer” (Jo 1, 18).

Deus é tão grande que Se pode tornar pequeno. Deus é tão poderoso que se pode fazer indefeso, aproximando-Se de nós como uma criança indefesa, para que O possamos amar (Bento XVI).

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