O que é o pecado?
Louco desejo de ser «como deuses», dissimulação, perjúrio, semente de morte, eis como o pecado nos é apresentado na Bíblia. Ele é o caminho inverso daquele pelo qual o Criador tinha encaminhado o homem «no princípio». O solo firme e fecundo que lhe era oferecido desfaz-se debaixo dos seus pés.
O cerne do pecado é a rejeição de Deus e a recusa de aceitar os seus Mandamentos. O pecado é mais que um comportamento erróneo; é também uma fraqueza física. Na sua natureza mais profunda, essa rejeição ou destruição de algo bom é a recusa do Bem por excelência, isto é, a recusa de Deus. O pecado, a sua mais profunda e terrível dimensão, é a separação de Deus e, com isso, a separação da fonte da Vida, daí que a morte seja também a consequência do pecado.
Deus fez Aliança connosco; o pecado é a ruptura dessa Aliança. Deus dá-nos a sua lei para que possamos viver; o pecado é a desobediência à lei da vida. Deus revela-nos em Cristo o absoluto do seu amor; o pecado é a recusa deste amor. Para o conhecer, é preciso começar por libertar-se dele, para não viver debaixo da sua “lei”, que é sempre a lei da mentira. É preciso também ultrapassar a tendência espontânea para sempre se justificar ou se comprazer num sentimento doentio de culpabilidade – duas atitudes que encarceram o homem dentro de si mesmo
Não obstante o ser humano estar profundamente ferido pelo pecado original e inclinado a pecar, ele é capaz de fazer o bem com a ajuda de Deus. É possível viver sem pecar. Na realidade, porém, pecamos constantemente pelo facto de sermos fracos, néscios e seduzíveis.
Deus não fica a assistir à forma sucessiva como o ser humano se destrói a si mesmo e ao seu ambiente, através da reacção em cadeia do pecado. Ele envia-nos Jesus Cristo, o Salvador e Redentor, que nos arranca do poder do pecado.
Afastar-se de Ti, Deus, significa cair. Virar-se para Ti significa levantar-se. Permanecer em Ti significa ter apoio seguro (Santo Agostinho).