Todos somos cristãos ao serviço dos outros

Quem tem mais dignidade, na Igreja: o bispo, o sacerdote? Não… todos somos cristãos ao serviço dos outros. Quem é mais importante, na Igreja: a religiosa ou a pessoa comum, batizada, a criança, o bispo…? Todos são iguais, somos iguais e quando uma das partes se considera mais importante do que os outros e levanta um pouco o nariz, erra. Não é essa a vocação de Jesus. A vocação que Jesus dá, a todos – mas inclusive a quantos parecem estar em postos mais altos – é o serviço, servir os outros, humilhar-te. Se encontrares uma pessoa que na Igreja tem uma vocação mais elevada e tu a vês vaidosa, dirás: “Pobrezinho”; reza por ele porque não entendeu o que é a vocação de Deus. A vocação de Deus é adoração ao Pai, amor à comunidade e serviço. Isto é ser apóstolo, este é o testemunho dos apóstolos.

Papa Francisco, Audiência geral, 15 de Março, 2023

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Tenho sede, dá-me de beber

Neste Domingo o Evangelho apresenta-nos um dos encontros mais formosos e fascinantes de Jesus, o encontro com a mulher samaritana (cf. Jo 4,5-42). A cena mostra-nos Jesus sedento e cansado, que se encontra no poço da samaritana à hora mais quente, o meio-dia, e como um mendigo pede algo fresco. É uma imagem do abaixamento de Deus: Deus abaixa-se em Jesus Cristo pela redenção, vem até cada um de nós. A sede de Jesus, na verdade, não é só física, expressa as sequras mais profundas da nossa vida: é sobretudo a sede do nosso amor. É mais do que um mendigo, está sedento do nosso amor. E emergirá no momento culminante da paixão, na cruz, ali, antes de morrer, Jesus dirá: “Tenho sede” (Jo 19,28).  

Mas o Senhor que pede de beber, é Aquele que dá de beber: ao encontrar-se com a samaritana fala-lhe da água viva do Espírito Santo, e da cruz derrama sangue e água do lado perfurada pela lança do soldado (cf. Jo 19,34). Jesus, sedento de amor, sacia a nossa sede com amor. E faz connosco como fez com a samaritana: aproxima-se de nós na vida diária, compartilha a nossa sede, promete-nos a água viva que faz brotar em nós a vida eterna (cf. Jo 4,14). 

Dá-me de beber. Estas palavras não são só o pedido de Jesus feito à samaritana, mas um chamamento –  às vezes silencioso – que em cada dia nos é dirigido e nos pede que prestemos atenção à sede alheia. Somos capazes de entender a sede dos outros? A sede das pessoas, a sede de tantos dos meus familiares, no meu bairro? Hoje podemos perguntar-nos: Tenho sede de Deus, dou-me conta de que necessito do seu amor como a água para viver? E depois, eu que estou sedento, preocupo-me com a sede dos outros, a sede espiritual, a sede material? 

Papa Francisco, Angelus (resumo), 12 de Março, 2023 

 

 

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Um pensamento carmelita para cada dia da Quaresma 2023

3ª SEMANA

12 de Março: Naquele tempo, chegou Jesus a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, junto da propriedade que Jacob tinha dado a seu filho José, onde estava o poço de Jacob. Jesus, cansado da caminhada, sentou-Se à beira do poço. Era por volta do meio-dia. Veio uma mulher da Samaria para tirar água. Disse-lhe Jesus: “Dá-Me de beber”. (Jo 4, 5-6). 

– Senhor nosso Deus, autor de todas as misericórdias e de toda a bondade, que nos fizestes encontrar no jejum, na oração e no amor fraterno os remédios do pecado, olhai benigno para a confissão da nossa humildade, de modo que, abatidos pela consciência da culpa, sejamos confortados pela vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. (Oração colecta). 

13 de Março: Veio para o que era seu e os seus não O receberam. (Jo 1,11-12a). 

– Cristo é tudo. Um cristão é alguém que viu Cristo. Há poucos cristãos porque poucas almas viram Cristo. (P. Jacques de Jésus). 

14 de Março: Amai-vos uns aos outros. (Jo 15,12).  

– Para vos amar como Vós me amais, preciso de me servir do vosso próprio amor, só então encontro repouso. (Santa Teresinha do Menino Jesus). 

15 de Março: O amor não faz mal ao próximo. Assim, é no amor que está o pleno cumprimento da Lei. (Rm 13,10). 

– O meu caminho é todo confiança e amor. (…) Vejo que basta reconhecer o próprio nada e abandonar-se como uma criança nos braços de Deus. (Santa Teresa do Menino Jesus). 

16 de Março: Pai, quero que onde Eu estiver estejam também comigo aqueles que Tu Me confiaste, para que contemplem a minha glória, a glória que Me deste por Me teres amado antes da criação do mundo. (Jo17,24). 

– Alegra-te, minha alma, porque há quem ame ao teu Deus como Ele merece (…) Dá-Lhe graças porque nos deu na terra quem assim O conhece, como seu Filho único que é. (Santa Teresa de Jesus). 

17 de Março: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Mc 12,30-31a). 

– Amar é tão simples, é entregar-se a todas as suas vontades como Ele se entregou às do Pai; é permanecer n’Ele pois o coração que ama já não vive mais em si, mas naquele que constitui o objeto do seu amor. (Santa Isabel da Trindade). 

18 de Março: Se alguém julga ser alguma coisa, nada sendo, engana-se a si mesmo. (Gl 6,3). 

– Tenho de suportar-me tal como sou, com todas as minhas imperfeições (…) O ascensor que me há de elevar até ao Céu, são os Vossos braços, ó Jesus! (Santa Teresa do Menino Jesus). 

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Nada temo

Se me envolve a noite escura
E caminho sobre abismos de amargura,
Nada temo, porque a Luz está comigo.

Se me colhe a tempestade
E Jesus vai a dormir na minha barca,
Nada temo, porque a Paz está comigo.

Se me perco no deserto
E de sede me consumo e desfaleço,
Nada temo, porque a Fonte está comigo.

Se os descrentes me insultarem
E se os ímpios mortalmente me odiarem,
Nada temo, porque a Vida está comigo.

Se os amigos me deixarem
Em caminhos de miséria e orfandade,
Nada temo, porque o Pai está comigo.

Se me envolve a noite escura
E caminho sobre abismos de amargura,
Nada temo, porque a Luz está comigo.

Hino da Liturgia das Horas – Completas de Domingo

 

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A transfiguração de Jesus

Neste segundo domingo de Quaresma, é proclamado o Evangelho da Transfiguração: Jesus leva consigo a um monte Pedro, Tiago e João e revela-se a eles em toda a sua beleza de Filho de Deus (cf. Mt 17, 1-9). Eles veem a luz da santidade de Deus a brilhar no rosto e nas vestes de Jesus, imagem perfeita do Pai. Revela-se a majestade de Deus, a beleza de Deus. Mas Deus é Amor e, por conseguinte, os discípulos viram com os próprios olhos a beleza e o esplendor do Amor divino encarnado em Cristo. Tiveram uma antecipação do paraíso!  

Jesus, na realidade, com esta experiência está a formá-los, está a prepará-los para um passo ainda mais importante. De facto, em breve terão de saber reconhecer n’Ele a mesma beleza, quando Ele subir à cruz e o seu rosto estiver desfigurado. A beleza de Jesus não aliena os discípulos da realidade da vida, mas dá-lhes a força para O seguirem até Jerusalém, até à cruz.  

Este Evangelho traça um caminho também para nós: ensina-nos como é importante estar com Jesus, até quando não é fácil compreender tudo o que Ele diz e faz por nós. Com efeito, é estando com ele que aprendemos a reconhecer no seu rosto a beleza radiante do amor que se doa, inclusive quando traz os sinais da cruz. E é na sua escola que aprendemos a captar a mesma beleza no rosto das pessoas que caminham ao nosso lado todos os dias: os familiares, os amigos, os colegas, aqueles que, das mais variadas formas, cuidam de nós. Quantos rostos lumiosos, quantos sorrisos, quantas rugas, quantas lágrimas e cicatrizes falam de amor à nossa volta! Aprendamos a reconhecê-los e a encher os nossos corações com eles. 

Papa Francisco, Angelus (resumo), 5 de Março, 2023 

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Um pensamento carmelita para cada dia da Quaresma 2023

2ª SEMANA DA QUARESMA – ANO A

II Domingo da Quaresma: 5 de Março: Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e levou-os, em particular, a um alto monte e transfigurou-Se diante deles: o seu rosto ficou resplandecente como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E apareceram Moisés e Elias a falar com Ele. (Mt 17, 1-3).

– Senhor nosso Deus, que nos mandais ouvir o vosso amado Filho, fortalecei-nos com o alimento interior da vossa palavra, de modo que, purificado o nosso olhar espiritual, possamos alegrar-nos um dia na visão da vossa glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. (Oração colecta).

6 de Março: Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso. (Lc 6,36-38).

– Jesus, o Artista das almas, fica contente quando não nos detemos no exterior, mas, penetrando até ao santuário que escolheu para sua morada, lhe admiramos a beleza. (Santa Teresa do Menino Jesus).

7 de Março: Um só é o vosso Pai, Aquele que está no Céu. (Mt 23,1-12).

– Já te disse tudo na minha Palavra, que é o meu Filho (…) se fixares n’Ele o teu olhar, acharás tudo (…) Irmão, Companheiro, Mestre. (São João da Cruz).

8 de Março: Bebereis o meu cálice; mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo: é para quem meu Pai o tem reservado. (Mt 2, 17-28).

Meu Deus, não me ireis roubar o que me destes um dia no vosso único Filho, Jesus Cristo, no qual me destes tudo quanto quero; (…) Não te rebaixes nem olhes às migalhas que caem da mesa do teu Pai. (São João da Cruz).

9 de Março: Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas , tão-pouco se deixarão convencer se alguém ressuscitar de entre os mortos. (Lc 16,19-31).

Maria, sê mãe, mãe até ao fim, mãe da Vida, mãe da Misericórdia, mãe desta vida que desce mesmo sobre a miséria, para repará-la, para ressuscitá-la. (Beato Eugénio-Maria do Menino Jesus).

10 de Março: Nunca lestes nas Escrituras: “A pedra que os construtores rejeitaram transformou-se em pedra angular? Isto é obra do Senhor e é admirável aos nossos olhos!”? (Mt 21,33- 43.45-46).

– Os braços do Crucificado estão inteiramente abertos para te atrair ao seu Coração. Ele reclama a tua vida para te dar a sua. (Santa Teresa Benedita da Cruz).

11 de Março: O filho disse-lhe: “Pai, (…) já não mereço ser chamado teu filho.” Mas o Pai disse aos seus servos: “Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha”… (Lc 15, 1-3.11-32).

– Ó meu Deus! Excedestes a minha esperança e eu quero cantar as vossas misericórdias! (Santa Teresa do Menino Jesus).

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