Ano da Fé – VI

O-HOMEM-QUE-ORA-DEUS-RESPONDE-COM-CERTESA

O ser humano responde a Deus

Quem deseja crer precisa de um “coração que escuta” (1Rs 3, 9). Deus procura o contacto connosco de múltiplas formas. Em cada encontro humano, em cada experiência da Natureza que nos toca, em cada aparente acaso, em cada desafio, em cada sofrimento… Deus deixa-nos uma mensagem escondida. Ele fala-nos ainda mais claramente quando se dirige a nós pela sua Palavra ou pela voz da consciência. Ele trata-nos como amigos. Por isso, também nós, como amigos devemos corresponder-lhe, crendo e confiando totalmente n’Ele, aprendendo a conhecê-lo cada vez melhor e a aceitar sem reservas a sua vontade.

Quando a fé nasce, ocorre com frequência uma perturbação ou um desassossego. O ser humano apercebe-se de que o mundo visível e o decurso normal das coisas não correspondem a tudo o que existe. Sente-se tocado por um mistério. Persegue as pistas que o remetem para a existência de Deus e encontra-se cada vez mais confiante em abordar Deus, e, por fim, liga-se a Ele livremente. Diz-se no Evangelho segundo São João: “A Deus nunca ninguém o viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que o deu a conhecer” (Jo 1, 18). Portanto, temos de crer em Jesus, o Filho de Deus, se queremos saber o que Deus nos quer comunicar. Assim, crer significa aderir a Jesus e entregar a nossa vida inteira nas suas mãos.

Fé é conhecimento e confiança. Ela apresenta sete características: 1)- A fé é uma pura dádiva de Deus, que nós obtemos se intensamente a pedirmos. 2)- A fé é a força sobrenatural de que necessariamente precisamos para alcançar a salvação. 3)- A fé requer a vontade livre e a lucidez do ser humano quando ele se abandona ao convite divino. 4)- A fé é absolutamente segura porque Jesus a garante. 5)- A fé é incompleta enquanto não se tornar operante no amor. 6)- A fé cresce na medida em que escutamos cada vez melhor a Palavra de Deus e permanecemos com Ele, na oração, em vivo intercâmbio. 7)- A fé permite-nos já a experiência do alegre antegozo do Céu.

É importante aquilo em que cremos, mas mais importante ainda é Aquele em quem cremos (Bento XVI).

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