1º – Novena de Nossa Senhora do Carmo 2020

EM CAMINHO

Gloriosa Virgem Santa / Do Carmelo sois a flor. / Sois a filha predilecta / De Deus, nosso Criador.

Reflexão

Como peregrinos, pomo-nos a caminho para a celebração da Solenidade de Nossa Senhora do Carmo. Durante nove dias preparemos o coração. Os desejos, por um lado, antecipam, de certa forma, esse dia tão importante para a Família Carmelita, e, por outro, impelem-nos para diante para que nos encontremos de forma solene com a nossa Mãe e Irmã, Nossa Senhora do Carmo.

No caminho que hoje começamos a percorrer não o fazemos sozinhos. Connosco caminham milhares de irmãos e de irmãs, que, orientados pelo Espírito, procuram em Maria fontes para a sua sede e misericórdia para a sua fragilidade.

Levamos connosco como sinal o Escapulário, dom de Maria e compromisso de fraternidade para o caminho da nossa vida e não somente para esta novena.

Pistas de luz

Maria caminha connosco. Seguimos aquela que é a “Estrela da nova evangelização”.

Vamos a Deus percorrendo os caminhos do mundo, sendo homens e mulheres do nosso tempo, para quem nada do que é humano nos é estranho.

Escapulário

Vestido dos que caminham. Ocasião para expressar o nosso amor filial a Nossa Senhora do Carmo e também para penetrarmos no seu coração para verificarmos e aprendermos como ela vivia a partir de dentro.

Oração

Flor do Carmelo, / Vide florescente, / Esplendor do Céu, / Virgem Mãe, singular. / Doce Mãe, / Mas sempre Virgem, / Aos teus filhos / Dá teus favores, / Ó Estrela do mar.

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O “pão” de cada dia

O que é o pão nosso de cada dia? Muitos pensam que o mais importante é ter, ao menos, uma refeição para comer. E, de facto, sem isso não se vive. Mas aquilo de que mais precisamos para ser gente é ser alimentados com a amizade, o respeito e o sentido da vida. Sem esse alimento, é muito difícil sermos pessoas!

Vasco P. Magalhães, sj

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14º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra…

As poucas linhas do Evangelho deste 14º Domingo do Tempo Comum (Ano A), retiradas de Mateus 11,25-30, guardam o segredo mais inteiro de Jesus. Há quem considere estas breves linhas como o mais belo e importante dizer de Jesus nos Evangelhos Sinópticos (Marcos, Mateus e Lucas) (A. M. Hunter). Na verdade, estas linhas guardam o segredo mais inteiro de Jesus, o seu tesouro mais profundo. Nos lábios de Jesus, chama-se «PAI» este lugar seguro e manso, doce e aprazível, que acolhe os pequeninos, os senta sobre os seus joelhos, lhes conta a sua história mais bela, e lhes afaga o rosto com ternura. Diz bem Santo Agostinho que «o peso de Cristo é tão leve que levanta, como o peso das asas para os passarinhos!».

«Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos». Sim, aos pequeninos, àqueles que nada podem fazer sozinhos, mas que sabem confiar, e sabem que podem confiar, e sabem em quem confiar. É sobre os pequeninos que recai toda a atenção de Jesus, que, de resto, voluntariamente se confunde com eles, pois diz: «Todas as vezes que fizestes isto (ou o deixastes de fazer) a “um destes meus irmãos, os mais pequeninos”, foi a Mim que o fizestes (ou o deixastes de fazer)» (Mateus 25,40 e 45).

Abre-se aqui um dos mais belos fios de ouro da espiritualidade cristã, habitualmente denominado por «infância espiritual», o «pequeno caminho», «o permanecer pequeno», «o estar nos braços de Jesus», que Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897) exalta na sua «História de uma alma», que tem a sua nascente mais funda naquela maravilha que é o Salmo 131.

Os pequeninos, que nada valem de per si, dependem dos seus pais ou de alguém que cuide deles com carinho. Se Jesus os traz desta maneira para a primeira página, temos então de perguntar: o que é que são então cristãos adultos, maduros na sua fé? Serão aqueles que sabem tudo, que estão seguros de si, que chegaram ao fim de um curso ou percurso, que têm um estatuto, um status, que têm um diploma na mão, que já não são dependentes porque já não precisam de ninguém que cuide deles? Seguramente não. Cristãos adultos na sua fé são aqueles que sabem que precisam de Deus a todo o momento, e que sabem debruçar-se sobre os pequeninos com amor. Cristãos adultos na fé não somos nós que pensamos que temos as chaves de tudo e de todos, que abrimos ou fechamos todas as portas, mas somos nós como filhos de Deus, a quem carinhosamente tratamos por PAI (ʼAbbaʼ), em quem depositamos toda a nossa confiança, somos nós como filhos e irmãos, carinhosamente atentos uns aos outros, até ao ponto sem retorno de já não sabermos viver senão repartindo o pão e o coração.

Nenhum arrogante raciocínio, nenhum orgulho, nenhuma escada por nós construída, conduz a Deus. Nenhuma arrogância conduz a Deus. Jesus diz: «Vinde a Mim» e «aprendei de Mim». Ele não ensina coisas. Ensina-se a si mesmo, dando-se a si mesmo. Aprendeu do Pai, que tudo lhe deu.

António Couto, texto resumido e adaptado

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Eleição do novo Comissário Geral e do seu Conselho

No Capítulo do Comissariado Geral da Ordem do Carmo em Portugal, que está a decorrer em Fátima, na Casa São Nuno, de 30 de Junho a 2 de Julho, foram eleitos o Comissário Geral e os seus Conselheiros:

Comissário Geral: Fr. Agostinho Marques de Castro.

Primeiro Conselheiro: Fr. Ricardo dos Reis Rainho.

Segundo Conselheiro: Fr. António Monteiro.

Terceiro Conselheiro: Fr. Pedro José Martins Monteiro.

Quarto Conselheiro: Fr. Fernando Manuel Afonso Araújo.

Apresentando aos neo eleitos as nossas felicitações pedimos para eles as maiores bênçãos e graças de Deus, bem como o especial carinho de Nossa Senhor que os ajudem a discernir e a percorrer os novos caminhos a que o Senhor nos chama e quer que sigamos, apoiados apenas no poder da Sua graça.

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Jesus é Cristo, o Filho de Deus vivo

Ai de mim se não evangelizar! Fui enviado por Ele, pelo próprio Cristo, precisamente para isso. Sou apóstolo, sou testemunha. Quanto mais longínqua está a meta, quanto mais difícil se torna a missão, tanto mais fortemente a caridade me impele. Devo pregar o seu nome: Jesus é Cristo, o Filho de Deus vivo, o revelador de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura, o fundamento de todas as coisas; Ele é o Mestre da humanidade e o seu Redentor, que nasceu, morreu e ressuscitou por nós. 

Ele é o centro da história e do mundo; é Aquele que nos conhece e nos ama, o companheiro e amigo da nossa vida, o homem da dor e da esperança; Ele é, enfim, Aquele que há-de vir, e que um dia será o nosso juiz e também, como esperamos, a plenitude eterna da nossa vida e a nossa felicidade. 

Nunca mais acabaria de falar d’Ele. Cristo é a luz, a verdade, ou melhor, é o caminho, a verdade e a vida; é o pão e a fonte da água viva, para a nossa fome e para a nossa sede; é o pastor, o nosso guia, o nosso modelo, o nosso conforto, o nosso irmão. Como nós, e mais do que todos nós, Ele foi pequeno, pobre, humilde, trabalhador, oprimido e paciente. Foi para nós que Ele falou, realizou milagres e inaugurou um novo reino, em que os pobres são bem-aventurados, em que a paz é o princípio da convivência, em que os puros de coração e os que choram são exaltados e consolados, em que os sedentos de justiça são saciados, em que os pecadores podem ser perdoados, em que todos são irmãos. 

Jesus Cristo! Já ouvistes falar d’Ele, ou melhor, a maior parte de entre vós já Lhe pertenceis, já sois cristãos. Pois bem. A vós, cristãos, repito o seu nome, ao mesmo tempo que O anuncio a todos: Jesus Cristo é o princípio e o fim, o alfa e o ómega, o rei do novo mundo, o segredo da história, a chave dos nossos destinos, o mediador, a ponte entre a terra e o Céu. Ele é, por antonomásia, o Filho do homem, porque é o Filho de Deus, eterno e infinito, e simultaneamente o Filho de Maria, a bendita entre todas as mulheres, sua Mãe segundo a carne e nossa Mãe pela participação no Espírito do Corpo místico. 

Jesus Cristo! Lembrai-vos: este é o nosso anúncio perene, este é o pregão que fazemos ressoar em toda a terra e por todos os séculos dos séculos.

Papa Paulo VI, Homilia proferida em Manila (Filipinas), 29 de Novembro de 1970

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13º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Quem vos recebe, a Mim recebe; e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou“

No Evangelho do 13º Domingo do Tempo Comum (Ano A) escutamos o final do Discurso Missionário do Evangelho de Mateus (10,37-42). Esta última parte do Discurso não é dirigido aos missionários, mas àqueles que os acolhem. O acolhimento feito aos missionários reveste-se de extrema importância, pois é dito que é como acolher o próprio Cristo e Aquele que o enviou. Neste pequeno texto, o verbo «acolher» aparece seis vezes. «Acolher» é, pois, a palavra-chave do texto de hoje.

Acolher os Doze, os discípulos de Jesus, os missionários e evangelizadores de todos os tempos, não consiste apenas em recebê-los educadamente em casa. Consiste também, e sobretudo, em expor-se ao anúncio que trazem, ao testemunho que dão. Não consiste apenas em abrir-lhes as portas da casa, embora isso também seja importante para quem deixou tudo por causa de Cristo (Mateus 10,37-39), e de vez em quando precisa de uns momentos de hospitalidade. Tem muito mais a ver com abrir o coração à mensagem de que são portadores, sabendo e vendo bem que por detrás deles, está Jesus, que os enviou.

Acolher os anunciadores, os mensageiros, os profetas, não é fácil, porque o anúncio de que são portadores provoca divisão, requer uma nova postura pró ou contra Cristo, uma escolha que não admite compromissos ou soluções retóricas, divide a humanidade, a família, o coração de cada um. Muitas vezes esperamos que os profetas nos ajudem a justificar os nossos compromissos, a nossa maneira de viver assim-assim. Mas, nesta matéria, o profeta é intolerante e radical. Eis o motivo pelo qual acolher um profeta é coisa difícil.

Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim”, diz Jesus aos seus discípulos. É uma questão de o seguir no caminho que Ele percorreu, sem procurar atalhos. Não há amor verdadeiro sem cruz, ou seja, sem um preço a pagar pessoalmente. Carregada com Jesus, a cruz não é assustadora, porque Ele está sempre ao nosso lado para nos apoiar na hora da provação mais dura, para nos dar força e coragem.

Seguir Jesus, isto é, ser discípulo, não é somente dureza. As alegrias de ser seu discípulo são muito maiores. Seguir Jesus é um privilégio e não um peso!

Palavra para o caminho

Quem ama o pai ou a mãe, […] o filho ou a filha mais do que a mim, não é digno de mim”. Jesus não pretende certamente subestimar o amor pelos pais e filhos, mas sabe que os laços de parentesco, se forem postos em primeiro lugar, podem desviar-se do verdadeiro bem. Quando, por outro lado, o amor pelos pais e filhos é animado e purificado pelo amor ao Senhor, então torna-se plenamente fecundo e produz frutos de bem na própria família e muito para além dela (Papa Francisco).

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Coração de Jesus

AMOR do Coração de Jesus, Abrasa-me. FORMOSURA do Coração de Jesus, Cativa-me. LUZ do Coração de Jesus, Ilumina-me. CARIDADE do Coração de Jesus, Derrama-te em mim. CLEMÊNCIA do Coração de Jesus, Consola-me. DOÇURA do Coração de Jesus, Envolve-me. TERNURA do Coração de Jesus, Acaricia-me. FORÇA do Coração de Jesus, Sustém-me nos meus trabalhos. FIDELIDADE do Coração de Jesus, Não me abandones. MISERICÓRDIA do Coração de Jesus, Perdoa-me. SABEDORIA do Coração de Jesus, Conduz-me. SANTIDADE do Coração de Jesus, Purifica-me. SILÊNCIO do Coração de Jesus, Fala-me. CIÊNCIA do Coração de Jesus, Ensina-me. PODER do Coração de Jesus, Salva-me.

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Oração pelo Capítulo 2020 do Comissariado

Oração pelo Capítulo 2020 do Comissariado da Ordem do Carmo em Portugal 

30 de Junho – 2 de Julho

Senhor, Tu escolheste e chamaste cada um de nós à terra do Carmelo para sermos testemunhas do Teu amor através das gerações. Em ti pomos a nossa confiança, e, como o profeta Elias, podemos proclamar que o Senhor é o Deus verdadeiro,e que buscamos o rosto desse Deus vivo no coração do mundo.

Que o Teu espírito de amor nos guie num futuro onde, como antigamente junto à fonte do Monte Carmelo, os irmãos e irmãs da Ordem sejam, uma vez mais, renovados para uma vida verdadeira e para a missão.

Unidos à Família Carmelita e sob a protecção da Mãe de Deus, pedimos que o Capítulo do Comissariado da Ordem em Portugal seja abençoado na fidelidade ao Teu Evangelho, dando uma autêntica resposta evangélica ao seu chamamento no meio do nosso povo. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.

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12º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Não temais”

No Evangelho deste 12º Domingo do Tempo Comum (Ano A) (cf. Mt 10, 26-33), Jesus convida os seus discípulos a não ter medo, a ser fortes e confiantes diante dos desafios da vida, prevenindo-os para as adversidades que os aguardam. A passagem de hoje faz parte do discurso missionário com o qual o Mestre prepara os apóstolos para a primeira experiência de anúncio do Reino de Deus. Jesus pede-lhes insistentemente para que não tenham medo. O medo é um dos piores inimigos da nossa vida cristã. E Jesus descreve três situações concretas que eles enfrentarão.

Primeira, a hostilidade daqueles que gostariam de silenciar a Palavra de Deus, adoçando-a, diluindo-a ou silenciando os que a anunciam. Jesus incentiva os apóstolos a espalhar a mensagem de salvação que lhes confiou. Até ali, Jesus transmitiu-a com cautela, quase em segredo, mas a partir de agora os apóstolos deverão proclamar “à luz do dia”, ou seja, abertamente, e anunciar “dos terraços”, isto é, publicamente, o seu Evangelho.

A segunda dificuldade que os missionários de Cristo encontrarão é a ameaça física contra eles que pode chegar até à morte. Esta profecia de Jesus é uma realidade dolorosa de todos os tempos. Para os discípulos de ontem e de hoje que sofrem perseguição só por serem cristãos, Jesus recomenda: “Não tenhais medo dos que matam o corpo, mas não têm poder para matar a alma”. Não devemos ter medo dos que tentam extinguir a força evangelizadora com a arrogância e a violência. De facto, eles não podem fazer nada contra a alma, isto é, contra a comunhão com Deus: ninguém a pode tirar dos discípulos, porque é um dom de Deus. O único medo que o discípulo deve ter é o de perder esse dom divino, a proximidade, a amizade com Deus, renunciar a viver de acordo com o Evangelho e, assim, buscar a morte moral, que é o efeito do pecado.

O terceiro tipo de provação que os apóstolos terão que enfrentar é identificado por Jesus no sentimento, que alguns experimentarão, que o próprio Deus os abandonou, permanecendo distante e silencioso. Mas não devemos ter medo porque o Pai cuida de nós na hora da adversidade e do perigo. Também aqui Jesus exorta-nos a não ter medo, ele que também viveu esta tentação no Jardim das Oliveiras, pois a vida dos discípulos está firmemente nas mãos de Deus, que nos ama e nos guarda.

O Pai cuida de nós, valemos muito aos seus olhos. O que importa é a franqueza, a coragem do testemunho de fé: reconhecer Jesus diante dos homens e caminhando fazendo o bem.

Papa Francisco, Angelus (resumo), 21 de Junho, 2020

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Sagrado Coração de Jesus – 19 de Junho

Em Vós está a fonte da vida

Considera, ó homem redimido, quem é Aquele que por ti está pregado na cruz, qual a sua dignidade e grandeza. A sua morte dá vida aos mortos; na sua morte, choram os céus e a terra e fendem-se até os rochedos mais duros.

Para que do lado de Cristo morto na cruz se formasse a Igreja e se cumprisse a palavra da Escritura que diz: Hão-de olhar para Aquele que trespassaram, a divina providência permitiu que um dos soldados Lhe abrisse com a lança o lado sacrossanto e dele fizesse brotar sangue e água. Este é o preço da nossa salvação, saído daquela divina fonte, isto é, do íntimo do seu Coração, para dar aos sacramentos da Igreja o poder de conferir a vida da graça e se tornar para aqueles que vivem em Cristo uma fonte de água viva que jorra para a vida eterna. (…)

Acorre a esta fonte de vida e de luz com toda a confiança, quem quer que sejas tu, ó alma consagrada a Deus, e exclama com todas as forças do teu coração: «Oh inefável beleza do Deus Altíssimo, esplendor puríssimo da luz eterna, vida que vivifica toda a vida, luz que ilumina toda a luz e conserva em fulgor perpétuo a multidão dos astros, que desde a primeira aurora resplandecem diante do trono da vossa divindade! 

Oh eterno e inacessível, límpido e doce manancial daquela fonte que está escondida aos olhos de todos os mortais! Sois profundidade sem fundo, altura sem limites, vastidão sem medida, pureza sem mancha (São Boaventura).

Oração

Concedei, Deus todo-poderoso, que, ao celebrar a solenidade do Coração do vosso amado Filho, recordemos com alegria as maravilhas do vosso amor e mereçamos receber desta fonte divina uma graça mais abundante. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

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