“Quem vos recebe, a Mim recebe; e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou“
No Evangelho do 13º Domingo do Tempo Comum (Ano A) escutamos o final do Discurso Missionário do Evangelho de Mateus (10,37-42). Esta última parte do Discurso não é dirigido aos missionários, mas àqueles que os acolhem. O acolhimento feito aos missionários reveste-se de extrema importância, pois é dito que é como acolher o próprio Cristo e Aquele que o enviou. Neste pequeno texto, o verbo «acolher» aparece seis vezes. «Acolher» é, pois, a palavra-chave do texto de hoje.
Acolher os Doze, os discípulos de Jesus, os missionários e evangelizadores de todos os tempos, não consiste apenas em recebê-los educadamente em casa. Consiste também, e sobretudo, em expor-se ao anúncio que trazem, ao testemunho que dão. Não consiste apenas em abrir-lhes as portas da casa, embora isso também seja importante para quem deixou tudo por causa de Cristo (Mateus 10,37-39), e de vez em quando precisa de uns momentos de hospitalidade. Tem muito mais a ver com abrir o coração à mensagem de que são portadores, sabendo e vendo bem que por detrás deles, está Jesus, que os enviou.
Acolher os anunciadores, os mensageiros, os profetas, não é fácil, porque o anúncio de que são portadores provoca divisão, requer uma nova postura pró ou contra Cristo, uma escolha que não admite compromissos ou soluções retóricas, divide a humanidade, a família, o coração de cada um. Muitas vezes esperamos que os profetas nos ajudem a justificar os nossos compromissos, a nossa maneira de viver assim-assim. Mas, nesta matéria, o profeta é intolerante e radical. Eis o motivo pelo qual acolher um profeta é coisa difícil.
“Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim”, diz Jesus aos seus discípulos. É uma questão de o seguir no caminho que Ele percorreu, sem procurar atalhos. Não há amor verdadeiro sem cruz, ou seja, sem um preço a pagar pessoalmente. Carregada com Jesus, a cruz não é assustadora, porque Ele está sempre ao nosso lado para nos apoiar na hora da provação mais dura, para nos dar força e coragem.
Seguir Jesus, isto é, ser discípulo, não é somente dureza. As alegrias de ser seu discípulo são muito maiores. Seguir Jesus é um privilégio e não um peso!
Palavra para o caminho
“Quem ama o pai ou a mãe, […] o filho ou a filha mais do que a mim, não é digno de mim”. Jesus não pretende certamente subestimar o amor pelos pais e filhos, mas sabe que os laços de parentesco, se forem postos em primeiro lugar, podem desviar-se do verdadeiro bem. Quando, por outro lado, o amor pelos pais e filhos é animado e purificado pelo amor ao Senhor, então torna-se plenamente fecundo e produz frutos de bem na própria família e muito para além dela (Papa Francisco).