Quando Alberto, Bispo de Jerusalém e Patriarca da Terra Santa, escreveu a “Fórmula de Vida” (Regra) para os primeiros eremitas do Monte Carmelo teve em mente o maior acontecimento da história: o nascimento de Jesus, Deus Encarnado no meio do seu povo. Alberto fez deste acontecimento da fé o valor central da Regra do Carmelo: “Cada um deve viver em obséquio de Jesus Cristo e servi-lo fielmente…”.

O nosso nome deriva do nome de um lugar da Terra Santa: Monte Carmelo. Na nossa tradição olhamos para Maria chamando-a “Beleza do Carmelo”, “Flor do Carmelo”, “Estrela do Mar”, etc. Os símbolos da nossa espiritualidade são frequentemente tomados da natureza: deserto, montanha, fogo, água, chama, flores.

Carmelo e oração são sinónimos para muitos membros da Igreja actual. Como Carmelitas temos algo a dizer ao nosso mundo e podê-mo-lo fazer com a oração. A Regra diz: “Permaneça cada um na sua cela ou junto dela, meditando dia e noite na lei do Senhor e velando em oração”.

O Novo Testamento fala deste valor: “Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Cor 3, 16). O respeito pela pessoa humana é um dos valores mais fortes que Jesus expressa no Evangelho.

Quando um dos escribas pergunta a Jesus qual é o primeiro mandamento, Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus… e ao próximo como a ti mesmo” (Mt, 22, 37-39). Para ser discípulo de Jesus o AMOR deve ter o primeiro lugar na nossa vida.

No nosso compromisso de servir o Povo de Deus, o modelo de serviço para todos os Carmelitas é Jesus que recorda aos seus seguidores que veio não para ser servido mas para servir e dar a vida pelos outros.

Este valor na nossa tradição é expresso com vários termos: comunidade, fraternidade, irmandade, ou simplesmente pelo nosso nome: “Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo”.

O salmo 42 diz: “Como suspira o veado pela corrente das águas, assim minha alma suspira por vós, Senhor”. Durante séculos este desejo ardente foi expresso com a expressão latina vacare Deo, uma disponibilidade total para com Deus, para estar sempre e cada vez mais consciente da Sua presença na nossa vida.

Os primeiros eremitas do Monte Carmelo provinham de diferentes regiões da Europa e tinham caminhado à procura do Rosto do Deus Vivo. Maria é o melhor exemplo que nós Carmelitas podemos imitar na nossa caminhada pessoal na fé.

Vós, carmelitas, tendes que nos a ensinar a orar.

Bento XVI

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