Beatificação de João Paulo II

O Papa João Paulo II manifestou em muitas ocasiões e de modos diversos um carinho especial pela Ordem Carmelita, trazendo consigo, inclusivamente, o escapulário de Nossa Senhora do Carmo. “Caminhos Carmelitas” associa-se com alegria e gratidão à Beatificação do “Papa sem medo”, citando um pequeno texto da sua autoria, referente ao escapulário.

Assim, pois, são duas as verdades evocadas no sinal do escapulário: por uma parte, a protecção contínua da Virgem Santíssima, não só ao longo do caminho da vida, mas também no momento da passagem para a plenitude da glória eterna; e por outra, a certeza de que a devoção a ela não pode limitar-se a orações e homenagens em sua honra em certas circunstâncias, mas que deve constituir um “hábito”, quer dizer, uma orientação permanente da conduta cristã, impregnada de oração e de vida interior, mediante a prática frequente dos sacramentos e a prática concreta das obras de misericórdia espirituais e corporais. Deste modo, o escapulário converte-se em sinal de “aliança” e de comunhão recíproca entre Maria e os fiéis, pois traduz de maneira concreta a entrega que na cruz Jesus fez de sua Mãe a João, e nele a todos nós, e a entrega do apóstolo predilecto e de nós a ela, constituída nossa Mãe espiritual.

 João Paulo II

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Páscoa

«Mas se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a vossa fé. E resulta até que acabamos por ser falsas testemunhas de Deus, porque daríamos testemunho contra Deus afirmando que Ele ressuscitou a Cristo» (1 Cor 15, 14-15). Com estas palavras, São Paulo põe drasticamente em relevo a importância que a fé na ressurreição de Jesus Cristo tem para a mensagem cristã no seu conjunto: ela é o seu fundamento. A fé cristã fica de pé ou cai com a verdade do testemunho segundo o qual Cristo ressuscitou dos mortos.

(…) Somente se Jesus ressuscitou é que aconteceu algo de verdadeiramente novo, que muda o mundo e a situação do homem. Então Ele, Jesus, torna-Se o critério em que nos podemos fiar; porque, então, Deus manifestou-Se verdadeiramente.

(…) De facto, se na ressurreição de Jesus se tratasse apenas do milagre de um cadáver reanimado, em última análise isso não nos interessaria de forma alguma. Com efeito, não seria mais importante do que a reanimação, devida à habilidade dos médicos, de pessoas clinicamente mortas. Para o mundo enquanto tal e para a nossa existência, nada teria mudado.

(…) Os testemunhos neotestamentários não deixam qualquer dúvida sobre o facto de na «ressurreição do Filho do Homem», ter sucedido algo totalmente diverso. A ressurreição de Jesus foi a evasão para um género de vida totalmente novo, para uma vida já não sujeita à lei do morrer e do transformar-se, mas situada para além disso – uma vida que inaugurou uma nova dimensão de ser homem.

(…) Jesus não voltou a uma vida normal deste mundo, como sucedera com Lázaro e os outros mortos ressuscitados por Ele. Ele saiu para uma vida diversa, nova: saiu para a vastidão de Deus e é a partir dela que se manifesta aos seus.

  Bento XVI

 “Caminhos Carmelitas” faz votos de uma Santa e Feliz Páscoa para os seus Amigos e leitores e respectivas Famílias, e que a Ressurreição de Jesus a todos reanime e encha de Alegria.

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14ª Estação

14ª ESTAÇÃO: O corpo de Jesus é colocado no túmulo

A alma tem de esvaziar-se de tudo o que não é Deus para poder ir até Deus… Por amor de Cristo deve desejar entrar numa completa desnudez e pobreza relativamente a tudo (S. João da Cruz).

Senhor, o último passo é uma descida profunda, é entrar na obscuridade do túmulo. Ao chegar ao cimo eu esperava ver uma luz mais clara, receber os benéficos raios do sol. No entanto, ainda não é o tempo. Quero permanecer contigo, baixar também até à solidão tenebrosa do túmulo. Não tenho medo, pois creio que o teu amor é mais forte; sei que ressuscitarás e também me farás viver.

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13ª Estação

13ª Estação: Jesus é descido da cruz

Seguindo os teus caminho não poderás chegar aonde desejas, nem sequer através da mais alta contemplação, mas somente através de uma grande humildade e de uma total disponibilidade do coração (Santa Teresinha do Menino Jesus).

Senhor, eu sei que não tenho nada de grande, vistoso e importante para te oferecer. Não tenho nada, unicamente o meu coração. Depois deste longo caminho seguindo os teus passos na prova e na dor da cruz, somente desejo entregar-te o meu coração, o meu amor, a minha vida. Entrego-me ao teu abraço sabendo que me acolhes tal como sou.

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12ª Estação

12ª ESTAÇÃO: Jesus morre na cruz

A morte não pode resultar amarga para a alma que ama, já que nela encontra toda a doçura e o deleite do amor. A alma goza da morte como se estivesse a pensar no seu noivado ou no seu matrimónio, por isso deseja o dia e a hora da sua morte (S. João da Cruz).

Senhor, a tua morte é uma grande escola para mim; nela posso aprender a amar, a viver de verdade; nela posso encontrar sentido para a minha vida. Diante de ti, Crucificado, descubro que o amor e a dor são uma mesma coisa e que por isso a morte foi anulada e a partir de agora jamais poderá triunfar. Junto a ti, toda a pequena morte, converte-se em doce experiência de vida, porque agora sei que na dor posso encontrar o amor. Obrigado, Senhor Jesus.

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11ª Estação

11ª ESTAÇÃO: Jesus é cravado na cruz

Decidi permanecer em espírito aos pés da cruz para receber aí o orvalho divino, o sangue que caía no chão, sem que ninguém se apressasse a recolhê-lo. Então compreendi que devia derramá-lo sobre as almas (Santa Teresinha do Menino Jesus).

Senhor, pela tua graça cheguei até aqui, até aos pés da tua cruz. Contemplo-te cravado no madeiro, cravado sobretudo à dor, ao amor, à vontade de nos salvar. Cada gota do teu sangue que cai é uma promessa de vida nova para cada um de nós, teus filhos, espalhados pelo mundo inteiro, ao longo da pobre história humana. Como teu irmão, ó Jesus, desejo aprender em cada dia a recolher as gotas preciosas da tua palavra para nós, do teu infinito amor por nós, e quero entregá-lo depois a quantos encontro no meu caminho, sem o guardar para mim.

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10ª Estação

10ª ESTAÇÃO: Jesus é despojado das suas vestes

A alma despojada de si mesma e revestida de Jesus Cristo não tem de temer nada do mundo exterior. Por isso, renuncio cada dia a mim mesma, a fim de que Cristo possa crescer em mim (Beata Isabel da Trindade).

Senhor, muitas vezes senti-me despojado do que considerava valioso, indispensável para viver. Muitas experiências no mundo ajudaram-me a entender que no fim nada permanece, senão unicamente a tua presença, o teu amor fiel. Então pensei abandonar muitas coisas inúteis, inclusivamente muitas companhias que não me conduziam a ti. Aos poucos fui-me despojando e revesti-me do vestido mais formoso que és tu, ó Jesus.

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9ª Estação

9ª ESTAÇÃO: Jesus cai pela terceira vez

Ainda que caias cem vezes, levanta-te cada vez mais com maior presteza, demonstrando assim o teu amor por Ele (Santa Teresinha do Menino Jesus).

Senhor, tenho vergonha de mim mesmo; caio e volta a cair, perco-me, afasto-me, encerro-me. Quando estou assim, no chão e sem forças, entendo que a única coisa que há que fazer, o único passo a dar, é voltar a entrar em mim mesmo, como o filho pródigo da parábola, e ali, no fundo da alma, voltar a descobrir o teu amor por mim. Agarrado a ele poderei ressurgir, movido somente por uma infinita confiança em tua ternura de Amigo, ó meu Salvador.

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8ª Estação

8ª ESTAÇÃO: Jesus consola as filhas de Jerusalém

Ó Jesus, deixa que eu chore por mim mesmo, pois não sou senão uma árvore seca que só serve para ser lançada ao fogo. Porém tu dás nova vida à árvore seca enxertando-a na árvore da cruz (Beato Tito Brandsma).

Tu, Senhor, és o meu Fogo. Como árvore pobre e sem vida, só desejo lançar-me nos teus braços. Recebe-me, rogo-te. Não importa que isto signifique que terei de abraçar-me à cruz da tua dor. Só contigo posso novamente ser feliz. As nossas lágrimas unir-se-ão num canto de alegria.

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