Jesus ensinou-nos a tratar Deus por Pai, ou melhor, por Papá (na língua dele: Abbá). Quem não recorda a oração que Ele nos ensinou: o Pai-Nosso? A paternidade de Deus é fonte da nossa esperança. Como vemos no Evangelho, Deus não consegue estar sem nós. Nunca estamos sozinhos. Podemos viver afastados d’Ele, ou mesmo estar contra Ele; podemos até professar-nos como pessoas «sem Deus». Mas Ele não pode estar sem nós. Pensemos na parábola do Pai misericordioso. Quando o filho pródigo, depois de ter gasto tudo, regressa à casa onde nasceu, o pai não aplica critérios de justiça humana, mas primariamente sente a necessidade de perdoar e, com o seu abraço, faz o filho perceber que, durante todo o tempo da sua ausência, sentiu falta dele, o seu amor de Pai sofreu. Como Jesus ensinou e viveu, Deus é Pai, mas não à nossa maneira humana: nenhum pai deste mundo se teria comportado como o Protagonista da referida parábola. Deus não pode estar sem nós; sente a nossa falta. Ele nunca será um Deus «sem o homem». Esta certeza é a fonte da nossa esperança, que encontramos espelhada em todas as invocações do Pai-Nosso. Quando precisamos de ajuda, Jesus não nos diz para nos resignarmos e fecharmos em nós mesmos, mas ensina-nos a elevar ao Pai do Céu uma súplica confiante. Todas as nossas necessidades, desde as mais evidentes e diárias como a alimentação, a saúde, o trabalho, até à necessidade de sermos perdoados e sustentados contra as tentações, não são uma prova de que estamos abandonados e sozinhos, mas há um Pai amoroso nos Céus que sempre olha por nós e nunca nos abandona.
Papa Francisco, Resumo da Audiência Geral, 7 de Junho de 2017
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