Ficamos muitas vezes sur-presos, isto é, agarrados inesperadamente, presos por cima! O inesperado apanha-me desprevenido. E é bom! É sinal de que há muita coisa nova e desconhecida e é sinal de que não estou fechado e cego para a novidade. É no mínimo urgente deixar de imaginar um Deus velho e usado, sem graça, um Deus feito por nós, à nossa medida. Mas nós é que somos à sua imagem! Ele é um Deus sempre surpreendente, que nos apanha sempre por cima, com uma novidade, uma alternativa, que nos revela caminhos inimagináveis. Se abrimos os olhos e os ouvidos do coração, Ele aparece sempre com mais uma surpresa para nos dar. E é contemplando-o que podemos vislumbrar, afinal, quem somos.
Vasco P. Magalhães, sj