Deus estabeleceu o tempo da suas promessas e o momento de as realizar… Prometeu a salvação eterna, a vida bem-aventurada na companhia dos Anjos por toda a eternidade, a herança imperecível, a glória eterna, a doçura da visão do seu rosto, a sua morada santa nos Céus e, como consequência da ressurreição, a ausência total do medo da morte. É esta, em certo modo, a sua promessa final, para a qual se dirigem todos os nossos esforços e que, uma vez alcançada, nos levará a não desejar nem buscar outra coisa…
Prometeu aos homens a divindade, aos mortais a imortalidade, aos pecadores a justificação, aos humilhados a glorificação. Todavia, irmãos, porque aos homens parecia incrível a promessa de Deus de os libertar da sua condição mortal – corrupção, miséria, debilidade, pó e cinza – e de os tornar semelhantes aos Anjos de Deus, não só firmou por escrito uma aliança com os homens, para que acreditassem, mas também estabeleceu como garantia da sua fidelidade um mediador, que não foi qualquer príncipe, ou um Anjo ou um Arcanjo, mas o seu Filho Unigénito. E foi efectivamente por meio do seu Filho que nos quis mostrar o caminho que conduz àquele fim prometido.
Mas ainda era pouco para Deus revelar-nos o caminho por meio do seu Filho: quis que Ele mesmo fosse o Caminho, a fim de que te deixasses conduzir por Ele, caminhando sobre o próprio Caminho.
Santo Agostinho
Oração
Deus omnipotente, que nos mandais preparar os caminhos do vosso Filho, não permitais que, pela nossa extrema fraqueza, nos cansemos de aguardar a presença consoladora do médico divino, Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.