1º Domingo do Advento – Ano B

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos (Mc 13, 33-37)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Acautelai-vos e vigiai, porque não sabeis quando chegará o momento. Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse. Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!”

Reflexão

Com a celebração do 1º Domingo do Advento, a Igreja inicia um novo Ano Litúrgico, durante o qual celebramos os principais acontecimentos da vida, morte e ressurreição de Jesus. O Advento é um tempo não tanto de penitência, mas de expectativa e preparação para a vinda do Senhor no Natal. Há três personagens muito importantes na liturgia do Advento: o profeta Isaías, São João Baptista e Maria de Nazaré, a Mãe do Senhor.

Um tema constante no Advento é o da vigilância: “O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!”. Obviamente, não se fala no sentido de vigiar os outros mas, da vigilância evangélica, ou seja, assumir uma atitude constante de compromisso com o seguimento de Jesus. É preciso vigiar para que façamos sempre, hoje e aqui, o que Jesus faria se estivesse no meio de nós.

O convite à vigilância não é somente pessoal, mas também comunitário. Com o decorrer dos anos, é possível que tanto os indivíduos como as instituições eclesiais (e outras) caiam no comodismo, perdendo de vista a finalidade última do seu agir e existência, o Reino de Deus, contentando-se com o faz de conta das exterioridades sem conteúdo interpelante e mobilizador. O texto de hoje convida-nos a fazer do discernimento um modo de viver.

Daqui a quatro semanas, celebrar-se-á o Natal. A qualidade do nosso Natal dependerá em grande parte da qualidade do nosso Advento. Se fizermos deste tempo um verdadeiro momento de discernimento, avaliação, vigilância e renovação, então teremos realmente um Natal, um renascimento de Jesus na nossa vida. Caso contrário, somente teremos uma festa no dia 25 de Dezembro, que logo acabará e passará sem deixar marcas, a não ser, talvez, dívidas a pagar ou ressacas! Atendamos ao convite de Jesus: “O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!”.

“Por isso, o Advento é por excelência o tempo da esperança, no qual os crentes em Cristo são convidados a permanecer em expectativa vigilante e laboriosa, alimentada pela oração e pelo compromisso efectivo do amor. Que o aproximar-se do Natal de Cristo encha os corações de todos os cristãos de alegria, de serenidade e de paz!” (Bento XVI).

Palavra para o caminho

Se estivermos vigilantes abriremos novos caminhos já no presente em direcção ao futuro. Isto é a esperança. A Igreja não pode esquecer hoje “a responsabilidade da esperança”, pois essa é a missão que recebeu de Cristo, esperança que se fundamenta em Cristo ressuscitado. “Velai, vigiai”.

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