Qual é a alma da santidade? De novo o Concílio Vaticano II esclarece; diz-nos que a santidade cristã mais não é do que a caridade plenamente vivida: “Deus é amor; quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (1 Jo 4, 16). Ora, Deus difundiu abundantemente o seu amor nos nossos corações por meio do Espírito Santo, que nos foi doado (cf. Rm 5, 5); por isso o primeiro dom e o mais necessário é a caridade, com a qual amamos Deus acima de todas as coisas e ao próximo por amor a Ele.
Eis por que Santo Agostinho, comentando o capítulo quarto da Primeira Carta de São João, pode afirmar uma coisa corajosa: «Dilige et fac quod vis», «Ama e faz o que queres». E prossegue: «Quando silencias, que seja por amor; quando falas, fala por amor; quando corriges, que seja por amor; quando perdoas, que seja por amor; haja em ti a raiz do amor, porque desta raiz só pode derivar o bem» (7, 8: pl 35). Quem é guiado pelo amor, quem vive a caridade plenamente é guiado por Deus, porque Deus é amor. Assim é válida esta grande palavra: «Dilige et fac quod vis», «Ama e faz o que queres».
Bento XVI