Desde o início do seu ministério público, Jesus aproxima-Se e deixa aproximar de Si leprosos, endemoninhados, doentes e marginalizados. Quando encontra uma pessoa que sofre, Ele assume como próprio o sofrimento dela: não prega que este sofrimento se deve suportar heroicamente, mas faz Sua aquela pena, enche-Se de compaixão por aquele homem ou mulher que sofre. Jesus encarna e revela assim o coração de Deus que quer a cura, a libertação e a vida plena daquela pessoa. É por isso que Jesus abre os braços aos pecadores. Ainda hoje há tantas pessoas extraviadas, porque não encontram ninguém disponível para as olhar de modo diferente do comum, ou seja, com os olhos, com o coração de Deus: disponível para as olhar com esperança. Ao contrário, Jesus vê uma possibilidade de ressurreição mesmo para quem fez um monte de opções erradas. Mas isso custou-Lhe a cruz! Jesus não foi crucificado, porque cura doentes, prega a caridade e proclama as Bem-aventuranças, mas (e sobretudo) porque perdoa os pecados, quer a libertação total e definitiva do coração humano, não aceita que o ser humano arruíne toda a sua existência com o pensamento de não poder ser acolhido pelo coração misericordioso de Deus. Por isso, perdoa aos pecadores. E este perdão divino é o motor da esperança! Com o perdão, os pecadores readquirem a serenidade a nível psicológico, vendo-se livres do sentido de culpa. Mas Jesus faz muito mais: oferece-lhes a esperança duma vida nova, uma vida caraterizada pelo amor. E, a quem compreendeu esta verdade basilar, Deus confia a missão mais bela do mundo: o anúncio duma misericórdia que Ele não nega a ninguém.
Papa Francisco, Resumo da Audiência Geral de 8 de Agosto de 2017