Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 26, 14-27; 27, 1-66)
Dado que o Evangelho deste Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor que abre a Semana Santa é muito extenso, optámos unicamente por indicar onde pode ser encontrado pelos nossos leitores e amigos. Depois, segue-se uma breve meditação com o título “Quem sou eu?”, da autoria do Papa Francisco.
Quem sou eu?
Esta semana começa com a festiva procissão dos ramos de oliveira: todo o povo acolhe Jesus. As crianças, os adolescentes cantam, louvam Jesus.
Mas esta semana continua com o mistério da morte de Jesus e da sua ressurreição. Ouvimos a Paixão do Senhor. Será bom pormo-nos apenas uma pergunta: Quem sou eu? Quem sou eu, face ao meu Senhor? Quem sou eu à vista de Jesus que entra festivamente em Jerusalém? Sou capaz de exprimir a minha alegria, de O louvar? Ou fico à distância? Quem sou eu, face a Jesus que sofre?
Escutámos muitos nomes, muitos nomes. O grupo dos líderes, alguns sacerdotes, alguns fariseus, alguns doutores da lei, que decidiram matá-Lo. Esperavam só a oportunidade boa para O prenderem. Sou eu como um deles?
Ouvimos também outro nome: Judas. Trinta moedas. Sou eu como Judas? Escutámos outros nomes: os discípulos que não entendiam nada, que adormeciam enquanto o Senhor sofria. A minha vida está adormecida? Ou sou como os discípulos, que não compreendiam o que era trair Jesus? Ou então como aquele discípulo que queria resolver tudo com a espada: sou eu como eles? Sou como Judas, que finge de amar e beija o Mestre para O entregar, para O trair? Sou eu um traidor? Sou eu como aqueles líderes que montam à pressa o tribunal e procuram testemunhas falsas: sou eu como eles? E, quando faço estas coisas – se é que as faço –, creio que, com isso, salvo o povo?
Sou eu como Pilatos? Quando vejo que a situação é difícil, lavo as mãos e não assumo a minha responsabilidade, condenando ou deixando condenar as pessoas?
Sou eu como aquela multidão que não sabia bem se estava numa reunião religiosa, num julgamento ou num circo, e escolhe Barrabás? Para ela tanto valia: era mais divertido, para humilhar Jesus.
Sou eu como os soldados, que batem no Senhor, cospem-Lhe em cima, insultam-No, divertem-se com a humilhação do Senhor?
Sou eu como Simão de Cirene que voltava do trabalho, cansado, mas teve a boa vontade de ajudar o Senhor a levar a cruz?
Sou eu como aqueles que passavam diante da Cruz e escarneciam de Jesus: «Era tão corajoso! Desça da cruz e nós acreditaremos n’Ele!». Escarnecem de Jesus…
Sou eu como aquelas mulheres corajosas, e como a Mãe de Jesus, que estavam lá e sofriam em silêncio?
Sou eu como José, o discípulo oculto, que leva o corpo de Jesus, com amor, para Lhe dar sepultura?
Sou eu como as duas Marias que permanecem junto do sepulcro chorando, rezando?
Sou eu como aqueles líderes que, no dia seguinte, foram ter com Pilatos para lhe dizer: «Olha que Ele afirmava que havia de ressuscitar. Não queremos mais enganos!» e bloqueiam a vida, bloqueiam o sepulcro para defender a doutrina, para que a vida não irrompa?
Onde está o meu coração? Com qual destas pessoas me pareço? Que esta pergunta nos acompanhe durante toda a semana (Papa Francisco).