4º Domingo do Tempo Comum – Ano A

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 5,1-12)

Naquele tempo, ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se. Rodearam-n’O os discípulos e Ele começou a ensiná-los, dizendo: «Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os humildes, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos Céus. Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa».

Mensagem

Jesus diz: Bem-aventurados os pobres de espírito, bem-aventurados os aflitos, os mansos, quem tem fome e sede de justiça, os misericordiosos, bem-aventurados os puros de coração, os pacificadores, os que sofrem perseguição por causa da justiça (cf. Mt 5, 3-10). Na realidade, o Bem-Aventurado por excelência é somente Ele, Jesus.

Com efeito, Ele é o verdadeiro pobre de espírito, o aflito, o manso, aquele que tem fome e sede de justiça, o misericordioso, o puro de coração, o pacificador; Ele sofre perseguição por causa da justiça. As Bem-Aventuranças revelam-nos a fisionomia espiritual de Jesus. Na medida em que aceitamos a sua proposta e nos colocamos no seu seguimento, cada qual nas suas próprias circunstâncias, também nós podemos participar das Bem-Aventuranças (Bento XVI).

Chama a atenção o facto de que a primeira e a última bem-aventurança estão com o verbo no presente: o Reino já é dos pobres em espírito e dos perseguidos por causa da justiça. Na verdade, trata-se das mesmas pessoas, pois os que buscam a justiça são “pobres em espírito”. Eles já vivem na dependência total de Deus, pois só com Ele esses valores podem vigorar. Mas quem luta pela justiça será perseguido e quem não se empenha nessa luta jamais poderá ser “pobre em espírito”.

As outras bem-aventuranças traçam as características de quem é pobre em espírito. É aflito, por causa das injustiças e do sofrimento dos outros. É manso, não no sentido de passivo, mas porque não é movido pelo ódio e violência. Tem fome da Justiça do Reino, não a dos homens, que tantas vezes não passa de uma legitimação oficial da exploração e do privilégio. Tem coração compassivo, como o próprio Pai do Céu, e é “puro de coração”, sem ídolos e falsos valores. Promove a paz, não “a paz que o mundo dá” (Jo 14, 27), mas o “shalom, a paz que nasce do projecto de Deus, quando existe a justiça do Reino.

Palavra para o caminho

São Basílio diz que «não se deve ter ao rico por ditoso só pelas suas riquezas; nem ao poderoso pela sua autoridade e dignidade; nem ao forte pela saúde de seu corpo… Todas essas coisas são instrumentos da virtude para os que as usam rectamente, mas elas, em si mesmas não contêm a felicidade».

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