A entrada no Tempo do Advento assinala o começo de um novo ano litúrgico e coloca-nos em atitude vigilante, preparando a celebração do Natal de Jesus Cristo. Neste percurso, deparamo-nos com três figuras que nos sugerem pistas para a vivência deste tempo: Isaías, João Baptista e Maria. Isaías é o profeta (e o poeta) que sonha tempos novos, onde a paz e a justiça vão reinar: “transformarão as suas espadas em relhas de arados e as suas lanças em foices. Uma nação não levantará a espada contra a outra e não mais se adestrarão para a guerra” (Is 2, 4-5). João Baptista é a voz que clama no deserto e sugere que se preparem os caminhos do Senhor (cfr. Mt 3, 3). Caracteriza-se por uma vida austera (centrada no essencial) e por uma coragem a toda a prova (denunciou o mau proceder de Herodes). Maria é a mulher da espera atenta e silenciosa, disponível para os planos de Deus (cfr. Lc 1, 38) e modelo para os crentes. “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2, 5) é a sugestão que ela dá a todos os que querem fazer deste tempo litúrgico uma autêntica e oportuna preparação para o Natal. Se ela é feliz porque acreditou (cfr. Lc 1, 45), não será na vivência intensa deste tempo de Advento que havemos de encontrar a verdadeira alegria do Natal? As três figuras que acabámos de evocar são para nós modelos e intercessores para que a esperança (Isaías) se traduza em atitudes de desprendimento e coragem (João Baptista) que nos levem a fazer o que, na sua Palavra, Jesus nos sugere.
Pe. João Alberto Sousa Correia