Para viver a espiritualidade do mês de Novembro – 1

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Tempo para nascer e tempo para morrer

Para tudo há um momento e um tempo para cada coisa que se deseja debaixo do céu: tempo para nascer e tempo para morrer” (Ecl 3, 2). É deste modo que se exprime o autor do livro do Eclesiastes ou Qohélet, no realismo e sabedoria que o caracterizam. Ocorre-me esta constatação e reflexão no mês de Novembro, tradicionalmente dedicado ao sufrágio dos que morreram e à reflexão sobre o carácter frágil e fugaz da nossa existência. Quanto ao sufrágio, fazemo-lo porque acreditamos na vida para além da morte e na comunhão dos santos (na fé, estamos unidos àqueles que já partiram e é na oração por eles que demonstramos esta convicção). Quanto à reflexão sobre o carácter frágil e fugaz da existência, é cada vez mais necessária, sobretudo neste tempo em que a ciência e a técnica tendem a convencer-nos de que podemos vir a eliminar a realidade da morte ou, pelo menos, tendem a esconder e mascarar a evidência do fim. De facto, para os cristãos, a morte, marcando o termo da existência terrena, não é o fim. Contudo, não a escondemos nem mascaramos. Acreditamos é na ressurreição dos mortos e é este artigo do credo que faz a diferença entre nós e aqueles que não acreditam, ateus ou agnósticos. Sim, há um tempo para nascer e um tempo para morrer, como refere Qohélet. Sem perder esse realismo e sabedoria, defendemos que este tempo em que por cá vivemos é apenas uma etapa da vida que nos projecta na eternidade de Deus.

Pe. João Alberto Sousa Correia

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