Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 5, 1-12)
Naquele tempo, ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se. Rodearam-n’O os discípulos e Ele começou a ensiná-los, dizendo: «Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus. Bem-aventurados os humildes, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos Céus. Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa».
Mensagem
Estes primeiros versículos do capítulo 5º do evangelho de Mateus servem ao mesmo tempo como introdução e como resumo do Sermão da Montanha. Apresentam-nos um retrato das qualidades do verdadeiro discípulo, que, no seguimento de Jesus, procura viver os valores do Reino de Deus.
Na homilia da missa celebrada em 9 de Junho de 2014, o Papa Francisco em resumo dizia o que a seguir se segue acerca das bem-aventuranças. As bem-aventuranças são o bilhete de identidade do cristão, um programa de santidade que vai contra a corrente em relação à mentalidade do mundo. Jesus faz quase uma paráfrase, um comentário dos dois grandes mandamentos: amar o Senhor e amar o próximo. Como posso fazer para me tornar um bom cristão? A resposta é simples: é preciso fazer o que Jesus diz no discurso das bem-aventuranças.
Este é o programa de vida que Jesus nos propõe. Um programa muito simples mas ao mesmo tempo muito difícil. É o caminho para viver a existência cristã a nível de santidade. São poucas e simples palavras, mas práticas para todos porque o cristianismo é uma religião prática: de acção, deve ser praticada não só pensada.
As bem-aventuranças “é a vereda da santidade, que é o mesmo caminho da felicidade. Foi esta a estrada percorrida por Jesus, aliás, Ele mesmo é este Caminho: quem o percorre com Ele e passa através dele, entra na vida, na vida eterna. Peçamos ao Senhor a graça de ser pessoas simples e humildes, a graça de saber chorar, a graça de ser mansos, a graça de labutar pela justiça e pela paz, mas acima de tudo a graça de nos deixarmos perdoar por Deus, para assim nos tornarmos instrumentos da sua misericórdia” (Papa Francisco).
Palavra para o caminho
Qual é a alma da santidade? De novo o Concílio Vaticano II esclarece; diz-nos que a santidade cristã mais não é do que a caridade plenamente vivida: “Deus é amor; quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (1 Jo 4, 16). Ora, Deus difundiu abundantemente o seu amor nos nossos corações por meio do Espírito Santo, que nos foi doado (cf. Rm 5, 5); por isso o primeiro dom e o mais necessário é a caridade, com a qual amamos Deus acima de todas as coisas e ao próximo por amor a Ele (Papa Bento XVI).