O escapulário é uma veste privilegiada com que Maria graciosamente nos distinguiu. (…) E de facto o escapulário é a veste da Santíssima Virgem: Ela a trouxe do céu. O escapulário não é uma devota invenção duma alma piedosa. A Virgem é que é a autora do escapulário, considerado como símbolo de inúmeras misericórdias e de indizíveis graças. (…) O coração vê qualquer coisa de transcendente nos objectos da pessoa amada: vê o próprio coração do amado, e daqui o seu carinho e veneração por esses objectos. Oh! Se o nosso coração não está frio como pedra, verá no escapulário algo mais que um pedaço de pano ou que a simples recordação duma Mãe: verá nele como que um pedaço do próprio coração de Maria que o ama, os olhares da Virgem que o confortam, a mão de Nossa Senhora que o guia e sustém. As almas de fé ardente sabem ver assim! A alma tentada que, como o Profeta David, se vê envolta em trevas, fixa seus olhos no escapulário e, estreitando-o contra o peito, diz a Maria: «Não me abandoneis, Mãe carinhosa!» O coração que sente o peso da tribulação e a amargura do infortúnio, olha o escapulário e exclama: «Salvai-me, ajudai-me, Mãe do bom conselho!» O pobre agonizante que se vê só na presença da morte, toma em suas mãos o santo escapulário, beija-o, humedece-o com suas lágrimas e… morre tranquilo no ósculo do Senhor e no regaço carinhoso de sua Mãe, a Virgem do Carmo.
Higino de Santa Tereza, O.C.D.