29º Domingo do Tempo Comum – Ano C

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 18, 1-8)

Depois, disse-lhes uma parábola sobre a obrigação de orar sempre, sem desfalecer: «Em certa cidade, havia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. Naquela cidade vivia também uma viúva que ia ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário.’ Durante muito tempo, o juiz recusou-se a atendê-la; mas, um dia, disse consigo: ‘Embora eu não tema a Deus nem respeite os homens, contudo, já que esta viúva me incomoda, vou fazer-lhe justiça, para que me deixe de vez e não volte a importunar-me.’» E o Senhor continuou: «Reparai no que diz este juiz iníquo. E Deus não fará justiça aos seus eleitos, que a Ele clamam dia e noite, e há-de fazê-los esperar? Eu vos digo que lhes vai fazer justiça prontamente. Mas, quando o Filho do Homem voltar, encontrará a fé sobre a terra?»

Mensagem

“Caminhos Carmelitas” é uma página nascida e mantida no seio da Família Carmelita. Por isso, não podemos começar sem anunciar com alegria um grande acontecimento: neste Domingo, em Roma, o Papa Francisco proclama Santa a Carmelita Beata Isabel da Trindade. Na manhã da sua morte exclamou: Vou para a Luz, para o Amor, para a Vida. Santa Isabel da Trindade, rogai por nós!

Fixando-nos no Evangelho deste Domingo, a parábola da viúva e do juiz sem escrúpulos é, segundo Lucas, um apelo para orar sem desanimar, mas é também um convite para confiar que Deus fará justiça a quem lhe grita dia e noite.

Na tradição bíblica a viúva é símbolo por excelência da pessoa que vive só e desamparada. Esta mulher não tem marido nem filhos que a defendam. Não conta com apoios nem recomendações. Só tem adversários que abusam dela, e um juiz sem religião nem consciência a quem não importa o sofrimento de ninguém.

O que pede a mulher não é um capricho. Só reclama justiça. Este é o seu protesto repetido com firmeza ante o juiz: «Faz-me justiça». Um grito que está na linha do que dizia Jesus aos seus: “Buscai o reino de Deus e a sua justiça”.

É certo que Deus tem a última palavra e fará justiça a quem lhe grita dia e noite. Esta é a esperança que acendeu em nós Cristo, ressuscitado pelo Pai de uma morte injusta. Mas, enquanto não chega essa hora, o clamor de quem vive gritando sem que ninguém escute o seu grito, não cessa.

Para uma grande maioria da humanidade a vida é uma interminável noite de espera. O cristianismo proclama a vitória do Amor de Deus encarnado em Jesus crucificado. Entretanto, milhões de seres humanos só experimentam a dureza dos irmãos e irmãs e o silêncio de Deus.

A parábola da viúva e do juiz sem escrúpulos faz-nos um desafio: “Cristo disse: «Quem não é por mim, é contra mim!». E isto é muito sério: quem não se põe do lado da justiça e da verdade, não pense que fica de fora a abster-se, porque mesmo a sua passividade ou inércia já é um mal e um problema para os outros. Não podemos ser neutrais. Se não estamos do lado do bem, é porque estamos do lado do mal (Vasco Magalhães, sj).

Palavra para o caminho

A oração é a força que nos sustenta nas grandes tempestades da vida e impede que fracassemos (Santa Isabel da Trindade).

Almejemos e pratiquemos a oração já não para desfrutar, mas para ter a força de servir o Senhor (Santa Teresa de Jesus).

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