Beato Tito Brandsma – 27 de Julho

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Para o Beato Tito Brandsma a experiência de Deus não é privilégio de uma elite espiritual: todos estão chamados a gozar a comunhão e a união íntima com o Deus misericordioso. Ele dá-Se sem medida e só espera o acolhimento do coração humano, adaptando-se às nossas condições concretas, sem recusar nada da nossa natureza assumindo inclusivamente o pecado para nos redimir e nos exaltar, como nos mostrou na Encarnação. É necessário crescer cada dia na compreensão deste Mistério para poder adorá-lo não só no nosso interior, mas em tudo o que existe e, principalmente, no próximo, a cujo serviço devemos estar nas realidades concretas.

Tito dá exemplo disto mesmo com a sua própria vida: apesar de ser chamado a desempenhar importantes cargos, nada foi mais primordial para ele do que prestar atenção aos que necessitavam de ajuda, através do diálogo, a capacidade de reconciliação e a dedicação pastoral, entendida como desejo de levar Cristo aos mais necessitados.

A sua solidariedade com o povo judeu quando o governo de ocupação alemão estabeleceu na Holanda medidas anti-semitas, funda-se no seu amor à misericórdia e à justiça. Sem temer as consequências, põe-se do lado dos desesperados, quer dar voz àqueles a quem lhes foi tirada, defende igualmente a liberdade da imprensa católica frente às imposições totalitaristas do nazismo.

Tudo isto conduziu-o, por fim, também a ele a ser levado para os campos de concentração, onde sofre, padecimentos e humilhações, mas continua também aí a ser apóstolo da compaixão e reconciliação: partilhando a escassa ração de comida com os outros, animando todos, escutando confissões, inclusivamente de alguns dos seus guardas. Como afirmara: “meditar sobre a inesgotável misericórdia de Deus prevenir-nos de cair no desespero”.

No fim da sua vida, imitando Jesus misericordioso que pregado na cruz perdoou aos seus inimigos, Tito foi também o rosto da misericórdia mesmo para com a enfermeira que acabou com a sua vida, como ela mesma confessou anos mais tarde na sua declaração feita sob segredo, oferecendo-lhe o seu terço antes de morrer.

Fernando Millán, O.Carm. e Saverio Cannistrà, O.C.D.

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