4º Domingo da Páscoa – Ano C

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João (Jo 10, 27-30)

As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço-as e elas seguem-me. Dou-lhes a vida eterna, e nem elas hão-de perecer jamais, nem ninguém as arrancará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos Um.»

Reflexão

Nós crentes, dizemos que acreditamos em Deus mas muito frequentemente na prática vivemos como se Ele não existisse. Temos dificuldade em caminhar na “presença de Deus”. Analisamos as nossas crises e planificamos o trabalho, pensando unicamente nas nossas possibilidades. Esquecemo-nos que o mundo está nas mãos de Deus, e não nas nossas. Ignoramos que o Grande Pastor que cuida e guia a vida de cada ser humano é Deus. Vivemos, habitualmente, como cristãos “órfãos” que perderam o seu Pai. Sentimo-nos sós e cada um defende-se como pode.

Segundo o relato evangélico, Jesus está em Jerusalém e nessa ocasião diz, falando das suas “ovelhas”, que elas escutam-no e seguem-no: Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai.

Segundo Jesus, Deus supera a todos. Que nós estejamos em crise, não significa que Deus esteja em crise. Que nós cristãos percamos o ânimo e desanimemos, não quer dizer que Deus ficou sem forças para nos salvar. Que nós tenhamos dificuldade em dialogar com o homem de hoje, não significa que Deus já não encontre caminhos para falar ao coração de cada pessoas. Que as pessoas abandonem as nossas comunidades e igrejas, não quer dizer que escapem das mãos protectoras de Deus.

Deus é Deus. Nenhuma crise religiosa nem nenhuma mediocridade da Igreja poderá arrebatar esses filhos e filhas a quem ama com amor infinito. Deus não abandona ninguém. Tem os seus caminhos que não são necessariamente os que nós pretendemos impôr-Lhe.

Palavra para o caminho

Segundo Karl Rahner, teólogo alemão do século passado, “o cristão do futuro ou será um místico, isto é, uma pessoa que experimentou algo, ou não será cristão. Porque a espiritualidade do futuro não se apoiará mais numa convicção unânime, evidente e pública, nem num ambiente religioso generalizado, mas na experiência e decisão pessoais”. O que muda o coração do homem e o converte não são as palavras, as ideias e as razões, mas a escuta sincera da voz de Deus. É essa escuta sincera de Deus, que transforma a nossa solidão interior em comunhão vivificante e fonte de vida nova.

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