10ª Estação: Jesus é despojado das suas vestes
Do Evangelho de S. Marcos (15, 24): Depois, crucificaram-no e repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para ver o que cabia a cada um.
Breve momento de silêncio.
A alma despojada de si mesma e revestida de Jesus Cristo não tem de temer nada do mundo exterior. Por isso, renuncio cada dia a mim mesma, a fim de que Cristo possa crescer em mim. (Santa Isabel da Trindade).
Breve momento de silêncio.
Senhor, muitas vezes senti-me despojado do que considerava valioso, indispensável para viver. Muitas experiências no mundo ajudaram-me a entender que no fim nada permanece, senão unicamente a tua presença, o teu amor fiel. Então pensei abandonar muitas coisas inúteis, inclusivamente muitas companhias que não me conduziam a ti. Aos poucos fui-me despojando e revesti-me do vestido mais formoso que és tu, ó Jesus.
11ª Estação: Jesus é cravado na cruz
Do Evangelho de S. Marcos (15, 25-27): Eram umas nove horas da manhã, quando o crucificaram. Na inscrição com a condenação, lia-se: «O rei dos judeus.» Com Ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita e o outro à sua esquerda.
Breve momento de silêncio.
Decidi permanecer em espírito aos pés da cruz para receber aí o orvalho divino, o sangue que caía no chão, sem que ninguém se apressasse a recolhê-lo. Então compreendi que devia derramá-lo sobre as almas. (Santa Teresinha do Menino Jesus).
Breve momento de silêncio.
Senhor, pela tua graça cheguei até aqui, até aos pés da tua cruz. Contemplo-te cravado no madeiro, cravado sobretudo à dor, ao amor, à vontade de nos salvar. Cada gota do teu sangue que cai é uma promessa de vida nova para cada um de nós, teus filhos, espalhados pelo mundo inteiro, ao longo da nossa pobre história humana. Como teu irmão, ó Jesus, desejo aprender em cada dia a recolher as gotas preciosas da tua palavra e quero entregá-la depois a quantos encontro no meu caminho, sem a guardar para mim.
12ª Estação: Jesus morre na cruz
Do Evangelho de S. Marcos (15, 33-34.37.39): Ao chegar o meio-dia, fez-se trevas por toda a terra, até às três da tarde. E às três da tarde, Jesus exclamou em alta voz: «Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?», que quer dizer: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?». (…) Mas Jesus, com um grito forte, expirou. (…) O centurião que estava em frente dele, ao vê-lo expirar daquela maneira, disse: «Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!».
Breve momento de silêncio.
A morte não pode resultar amarga para a alma que ama, já que nela encontra toda a doçura e o deleite do amor. A alma goza da morte como se estivesse a pensar no seu noivado ou no seu matrimónio, por isso deseja o dia e a hora da sua morte. (S. João da Cruz).
Breve momento de silêncio.
Senhor, a tua morte é para mim uma grande escola; nela posso aprender a amar, a viver de verdade; nela posso encontrar sentido para a minha vida. Diante de ti, Crucificado, descubro que o amor e a dor são uma mesma coisa e que por isso a morte foi anulada, e a partir de agora jamais poderá triunfar. Junto a ti, toda a pequena morte, converte-se em doce experiência de vida, porque agora sei que na dor posso encontrar o amor. Obrigado, Senhor Jesus.
13ª Estação: Jesus é descido da cruz
Do Evangelho de S. Marcos (15, 42-43.46): Ao cair da tarde, visto ser a Preparação, isto é, véspera do sábado, José de Arimateia, respeitável membro do Conselho, que também esperava o Reino de Deus, foi corajosamente procurar Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.(…) Depois de comprar um lençol, desceu o corpo da cruz e envolveu-o nele. Em seguida, depositou-o num sepulcro cavado na rocha e rolou uma pedra sobre a entrada do sepulcro.
Breve momento de silêncio.
Seguindo os teus caminhos não poderás chegar aonde desejas, nem sequer através da mais alta contemplação, mas somente através de uma grande humildade e de uma total disponibilidade do coração. (Santa Teresinha do Menino Jesus).
Breve momento de silêncio.
Senhor, eu sei que não tenho nada de grande, vistoso e importante para te oferecer. Não tenho nada, unicamente o meu coração. Depois deste longo caminho seguindo os teus passos na prova e na dor da cruz, somente desejo entregar-te o meu coração, o meu amor, a minha vida. Entrego-me ao teu abraço sabendo que me acolhes tal como sou.
14ª Estação: o corpo de jesus é colocado no túmulo
Do Evangelho de S. Marcos (15, 46-47): José de Arimateia, depois de comprar um lençol, desceu o corpo da cruz e envolveu-o nele. Em seguida, depositou-o num sepulcro cavado na rocha e rolou uma pedra sobre a entrada do sepulcro. Maria de Magdala e Maria, mãe de José, observavam onde o depositaram.
Breve momento de silêncio.
Parece-me que o bom Deus lhe pede um abandono e confiança sem limites nas horas dolorosas em que sente esses terríveis vazios. Pense que, nessa altura, Ele está a escavar na sua alma maiores capacidades para O receber, de algum modo infinitas como Ele mesmo. Tente, então, pela vontade, ficar inteiramente feliz, mesmo sob a mão que a crucifica; dir-lhe-ei até que encare cada sofrimento, cada provação “como uma prova de amor”, que lhe vem directamente da parte do bom Deus, para se unir a Ele. (Santa Isabel da Trindade).
Breve momento de silêncio.
Senhor, o último passo é uma descida profunda, é entrar na obscuridade do túmulo. Ao chegar ao cimo eu esperava ver uma luz mais clara, receber os benéficos raios do sol. No entanto, ainda não é o tempo. Quero permanecer contigo, baixar também até à solidão tenebrosa do túmulo. Não tenho medo, pois creio que o teu amor é mais forte; sei que ressuscitarás e também me farás viver